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17 de maio é marco histórico de resistência da população LGBTQIA+

Data recorda decisão da OMS de retirar termo “homossexualismo” do catálogo de doenças, em 1990
Ricardo Sales é mestre pela USP, professor da Fundação Dom Cabral, CEO da consultoria Mais Diversidade e presidente do conselho executivo do Instituto Mais Diversidade, organização sem fins lucrativos que tem como missão promover o trabalho digno e a geração de renda para todas as pessoas LGBTQIA+

Ricardo Sales é mestre pela USP, professor da Fundação Dom Cabral, CEO da consultoria Mais Diversidade e presidente do conselho executivo do Instituto Mais Diversidade, organização sem fins lucrativos que tem como missão promover o trabalho digno e a geração de renda para todas as pessoas LGBTQIA+ – Divulgação

Sales é mestre pela USP, professor da Fundação Dom Cabral, CEO da consultoria Mais Diversidade e presidente do conselho executivo do Instituto Mais Diversidade
O dia de hoje representa um marco para a população LGBTQIA+. Foi apenas em 17 de maio de 1990 que a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou o termo “homossexualismo” de seu catálogo de doenças. Desde então, a data vem sendo celebrada mundialmente como o Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia, a Bifobia e demais formas de opressão a sexualidades dissidentes.
De lá para cá, a população LGBTQIA+ celebrou diversas conquistas, graças à mobilização de ativistas, movimentos sociais organizados, Judiciário e também ao papel mais ativo das empresas em torno da defesa dos direitos humanos deste grupo.
Entretanto, no Brasil esses avanços ainda são frágeis e correm o constante risco de retrocesso. Basta lembrar que somente há pouco mais de três anos, em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) criminalizou a LGBTfobia e a equiparou ao crime de racismo. Ainda se espera que o Congresso Nacional aprove uma lei específica para combater e punir condutas homofóbicas e transfóbicas da mesma forma que são punidos os crimes raciais.
Embora pessoas LGBTQIA+ tenham conquistado algumas vitórias, muitas barreiras ainda resistem, e elas ganham intensidade quando se consideram recortes geracionais, de raça ou de identidade de gênero. A questão da violência está entre os principais problemas.
Dossiê produzido pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), evidencia que o país é o que mais mata pessoas trans e travestis no mundo pelo 14º ano consecutivo. Paradoxalmente, é também o Brasil o país que abriga a maior parada do Orgulho LGBTQIA+ do planeta, em São Paulo.
Além da violência, a falta de oportunidades de acesso ao mercado de trabalho, sobretudo de pessoas trans e travestis, é outra barreira que se impõe de forma drástica. Quando olhamos para este grupo e sua relação com o empreendedorismo, identificamos ainda mais desafios.
A pesquisa “Empreendedorismo LGBTQIA+ 50+ gerações”, realizada em parceria pelo Itaú Viver e o Instituto Mais Diversidade, constatou que, para cerca de 60% dos respondentes o fato de pertencer à comunidade LGBTQIA+ aumentou os desafios na abertura e gestão da empresa.
O mesmo estudo também identificou que 13,9% da população LGBTQIA+ com mais de cinquenta anos abriram seu próprio negócio motivados pela necessidade de “ganhar a vida” e “pela dificuldade de conseguir emprego” —o maior índice entre todas as faixas etárias. Ou seja, existe uma sobreposição de camadas de opressão quando se acrescentam fatores como a idade.
É diante deste cenário que a discriminação generalizada, com base na orientação sexual, identidade de gênero, expressão de gênero e outras características afetivo-sexuais desempenha um papel central na negação da igualdade de oportunidades para pessoas LGBTQIA+.
Diante de fatos e dados como estes, pessoas e organizações podem e devem atuar em frentes tão amplas quanto o fortalecimento da sociedade civil nesta agenda, a defesa da diversidade e a aposta no valor da representatividade de profissionais LGBTQIA+ em posições de liderança. Além disso, podem usar a comunicação e as redes digitais, como ferramenta poderosa para criar novas simbologias, eliminar estereótipos e minimizar os preconceitos.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço “Políticas e Justiça” da Folha sugira uma música aos leitores. Neste texto, a escolhida por Ricardo Sales foi “Mar e Lua”, de Chico Buarque.
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