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Tirar dinheiro do Sesc e do Senac é uma falsa boa ideia

Proposta de desviar verbas do Sistema S para financiar a Embratur representa perigoso retrocesso civilizatório
Ato em frente ao Teatro Municipal, em São Paulo, em defesa do Sesc e do Senac

Ato em frente ao Teatro Municipal, em São Paulo, em defesa do Sesc e do Senac – 16.mai.23/Sescsp/Divulgação

A melhor maneira de ajudar o turismo não é tirar dinheiro do Sesc e do Senac para dar à Embratur. Pelo contrário. O que ajudaria o turismo brasileiro seria dar mais dinheiro ao Sesc e ao Senac.
Quer saber por quê?
Em momentos de mudança, política ou mental, frequentemente surgem propostas de realocação de recursos. Uma delas propõe agora mudar leis e “desviar” verbas do Sistema S para financiar a Embratur.
Embora a princípio essa ideia, que nem sequer é nova, possa parecer plausível, ela é uma falsa boa ideia. Na verdade, ela até representa um perigoso retrocesso civilizatório por quatro razões fundamentais:
1) Criaria um precedente, e os precedentes sempre desencadeiam cadeias de eventos incontroláveis que, historicamente, provaram ser destrutivos. Exemplo claro foi o que aconteceu com o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), quando, nos anos 1990 e 2000, decidiu-se realocar seus recursos para outros fins.
2) A qualidade da gestão dos recursos e os resultados do Sistema S, especialmente no caso do Sesc São Paulo, é inquestionável. Usar como argumento “o Sesc não consegue gastar todo o dinheiro” é pura tática política, para não dizer só simples demagogia. O Sistema S se destaca pela boa gerência de recursos, planejando cuidadosamente seus investimentos. Os 45 centros culturais e educacionais que criou em São Paulo se tornaram um marco de excelência na gestão cultural e apoio social e são uma vitrine do Brasil.
3) Não estando sujeito às flutuações de ciclos eleitorais nem às necessidades da articulação política, o Sistema S proporciona consistência, qualidade, competência e transparência na utilização dos recursos e é reconhecido internacionalmente como um exemplo de compromisso com a população, contribuindo constantemente para a melhoria da qualidade de vida da sociedade.
4) A perda de confiança nas instituições. A realocação de recursos proposta, se realizada, poderia afetar a credibilidade do atual governo. Afinal, por que um governo democrático (Lula e Haddad) faria a mesma coisa que tanto criticou em outro governo (Bolsonaro e Guedes) há tão pouco tempo? Isso poderia ser visto como uma traição aos princípios que o atual governo prometeu defender.
Tirar recursos do Sistema S para a Embratur ou para qualquer outro fim não é uma solução. É preciso lembrar que o turismo apenas floresce em sociedades com sólida educação de base, precisamente aquilo que Sesc e Senac têm contribuído para fazer ao longo dos anos. Não faz qualquer sentido sacrificar um sistema eficaz e bem gerido em prol de uma solução de curto prazo. Cem mil brasileiros que diariamente usufruem do Sesc São Paulo sabem disso; e os senadores da República também.
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