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Vídeo mostra aranha-caranguejeira predando ave


Apesar de incomum, comportamento já foi registrado algumas vezes na ciência. Vídeo mostra aranha-caranguejeira predando ave
O vídeo de uma caranguejeira amazônica predando uma ave há anos impressiona os usuários das redes sociais que voltam a compartilhar e espalhar as imagens de autoria e de data desconhecida.
A cena, que mostra uma caranguejeira (Avicularia avicularia) se alimentando de uma corruíra, revela um comportamento que há séculos gerou debates no mundo naturalista.
“Em 1705 a ilustradora e naturalista alemã Maria Sybilla Merian publicou uma ilustração que mostra a mesma aranha do vídeo predando um beija-flor no ninho após voltar de uma viagem ao Suriname” conta aracnólogo do Butantan Rogério Bertani, que é especialista em caranguejeiras.
Avicularia avicularia é uma aranha nativa do norte da América do Sul, encontrada nas áreas de floresta amazônica
Ilustração de 1705 da alemã Maria Sibylla Merian.
Maria Sibylla Merian
De acordo com o pesquisador, algumas décadas depois, em 1758, Carolus Linnaeus, criador da regra de nomes científicos (gênero e espécie) provavelmente baseou-se nessa ilustração para dar nome à primeira aranha-caranguejeira descrita do mundo. Na época, Linnaeus nomeou o animal de Aranea avicularia, que posteriormente mudou para Avicularia avicularia.
“Avicularia significaria algo como devoradora de pássaros e a ilustração comprova a referência”, explica.
O fato foi aceito, mas tempos depois contestado quando o diplomata e explorador russo Barão Georg Heinrich von Langsdorff voltou para a Europa após uma viagem ao Brasil dizendo que não era verdade que aranhas comiam aves.
A cena de uma aranha predando um filhote de corruíra rendeu a publicação de um artigo científico.
Adriano Oliveira Maciel
“No entanto, registros provam que a Merian estava certa. No total são nove casos conhecidos pela ciência que mostram aranhas predando aves, sendo os casos mais recentes no Brasil. Nós mesmos publicamos um artigo de uma aranha parente da avicularia (do gênero Iridopelma, que ocorre no nordeste brasileiro) predando um filhote de corruíra no ninho. Não é algo comum, mas plenamente possível”, afirma Bertani.
No caso do vídeo que faz sucesso entre os internautas, a aranha aparenta estar em um telhado. “Por essa espécie ser arborícola, em áreas urbanas a espécie costuma realmente ficar junto a telhados e em locais mais altos. A única questão é que não dá para afirmar se a cena do vídeo foi espontânea ou ‘montada’ por alguém”, ressalta o pesquisador.
A família Theraphosidae é composta por cerca de mil espécies de aranhas.
Mason S./INaturalist
Caranguejeiras
Existem cerca de três mil espécies de aranhas caranguejeiras espalhadas pelo mundo, sendo que as maiores da família Theraphosidae (que podem alcançar os 30 centímetros) se limitam a um grupo de mil espécies.
“Todas elas possuem veneno, mas não são perigosas para os seres humanos. O ferrão grande, que chega a um centímetro em algumas espécies, pode machucar mecanicamente e gerar dor, só que o veneno em si não causa problemas”, esclarece Bertani.
O nome tarântula também é usado popularmente para designar as caranguejeiras
As caranguejeiras da família Theraphosidae são as maiores.
Alexius L.Z.L/INaturalist
Essas aranhas se alimentam principalmente de insetos e podem predar pequenos vertebrados; mas, independente do tipo e do tamanho da presa, a estratégia é a mesma: usar as pernas para segurar a caça, em seguida injetar o veneno. Depois, as aranhas liberam substâncias em cima da presa que ajudam a digerir o alimento. Aos poucos, as caranguejeiras mordem e quebram os ossos e vão sugando os nutrientes que precisam.
Uma curiosidade é que após se alimentar de uma presa grande, as caranguejeiras podem ficar mais de um mês sem se alimentar.
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