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Cobertura da vacina bivalente contra Covid-19 é de 23% em JF

vacina covid bivalente
Segundo a prefeitura, 125 mil pessoas receberam a bivalente, número muito inferior aos mais de 500 mil que foram imunizados com a primeira dose da monovalente (Fernando Priamo/Arquivo TM)

A vacinação com a vacina bivalente contra a Covid-19 teve início em fevereiro de 2023 em Juiz de Fora. Quase um ano depois, a adesão ao imunizante é de 23%. Segundo dados da Secretaria de Saúde de Juiz de Fora, 125.009 pessoas receberam a vacina bivalente no município até 15 de março deste ano. O número está bem abaixo dos 501.857 juiz-foranos que receberam a primeira dose monovalente, número que representa 92,8% da população da cidade, considerando o total de 540.756 moradores, conforme o Censo.

Em maio de 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou o fim da emergência de saúde pública global relacionada à Covid-19. Entretanto, 2.328 mortes foram registradas até 21 de março no Brasil, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Para além da subnotificação e dos casos considerados suspeitos em meio à epidemia de dengue, o país é o segundo com mais óbitos pela doença no mundo neste ano.

Apesar de o número de casos de Covid-19 em Juiz de Fora ter diminuído em comparação a anos anteriores – em 2024, o município registrou 297 casos confirmados até 15 de março, sendo que, no mesmo período, foram registrados 490 casos -, a diminuição da adesão às doses da vacina conforme o esquema vacinal preocupa especialistas, principalmente com a chegada do outono, período em que as doenças respiratórias ganham força.

O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, relatou preocupação com a situação em uma entrevista coletiva à imprensa realizada no dia 12 de março. Segundo ele, Minas já registra aumento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com casos de Influenza e Covid-19, o que demanda ainda mais o serviço hospitalar, especialmente entre crianças.

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Cobertura acima da média nacional

Atualmente, o Brasil tem cerca de 80% da população imunizada com as duas primeiras doses das vacinas monovalentes, ou seja, 167 milhões de pessoas. Metade do país (53%) está totalmente coberta pelos reforços disponíveis, com as quatro doses monovalentes disponibilizadas no calendário vacinal. Entretanto, a vacina bivalente – considerada também como quinta dose da vacina contra a Covid-19 – teve uma baixa adesão, e foi aplicada em cerca de 16% dos brasileiros (33,3 milhões de doses), de acordo com o Ministério da Saúde.

De acordo com a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), 125.009 juiz-foranos foram vacinados com a bivalente, o que representa 23% da população. O número é mais alto que a média nacional de brasileiros vacinados com esta dose, mas ainda está aquém do patamar preconizado pelo Ministério da Saúde, de 95%.

Para o médico infectologista e chefe do Setor de Gestão da Qualidade do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Rodrigo Daniel de Souza, a baixa adesão à bivalente atribui-se, principalmente às fake news anti-vacina disseminadas, que apontam riscos desproporcionais e infundados, além da redução da letalidade geral dos casos de infecção pela Covid-19 conforme o avanço da própria vacinação.

Importância das doses

Dados oficiais apontam a diminuição da letalidade da doença: desde 2020, cerca de 20% da população brasileira contraiu Covid-19 e, dentro desse universo, 710.966 pessoas morreram em decorrência dela. No ápice da crise sanitária, em 2021, foram 423,3 mil óbitos, número que vem diminuindo proporcionalmente desde então. Em 2024, o país teve 2.328 mortes por Covid-19 até meados de março.

Para os especialistas, a Covid-19 caminha lentamente para se tornar uma doença semelhante à gripe, com baixíssima taxa de mortalidade, remédios acessíveis e maior conhecimento dos sintomas pela população. Entretanto, eles apontam que o cenário atual seria consequência, também, da vacinação.

A vacina bivalente promove a imunização para novas variantes do coronavírus, além da cepa original. Ela é aplicada em dose única em todas as pessoas acima de 6 meses, desde que a pessoa tenha tomado pelo menos duas doses da vacina monovalente. A Prefeitura de Juiz de Fora esclareceu que as vacinas contra a Covid-19 fazem parte do Calendário Nacional de Imunização, seguindo os públicos-alvo definidos no Programa Nacional de Imunização (PNI). Elas são aplicadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Serviço de Saúde do Idoso (Sasi) e Departamento de Saúde da Mulher, Gestante, Criança e Adolescente (DSMGCA).

Atendimento médico

De acordo com o médico infectologista Rodrigo Daniel, mesmo com a diminuição da letalidade das cepas mais recentes da Covid-19, seja pela ação das vacinas ou por mudanças no vírus, alguns pacientes, inclusive vacinados, ainda podem desenvolver formas graves. Ele destaca a importância de continuar buscando atendimento médico em casos de suspeita da doença. “Vale salientar que o Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente para alguns grupos específicos um medicamento para o tratamento da Covid-19 em pacientes com quadros ainda leves, mas que deve ser iniciado nos primeiros dias da doença”, explica.

Entre os sintomas mais comuns da Covid-19 estão a febre ou calafrio, a tosse seca, dor de garganta e coriza. No entanto, Rodrigo explica que muitos dos pacientes infectados pelas cepas mais recentes da Covid têm desenvolvido diarreia e conjuntivite, além dos outros sintomas.

Ele ainda ressalta que o diagnóstico pode ser difícil em meio aos casos de dengue e gripe, recomendando que as pessoas façam o teste. “Algumas vezes, quando a dengue se manifesta com febre e diarreia, pode ser difícil diferenciar. Já a dor de garganta e conjuntivite são mais incomuns na dengue. O mais importante é procurar atendimento médico para uma melhor avaliação”.

O Ministério da Saúde reforça também a importância das medidas não-farmacológicas (como uso de máscaras e redução da aglomeração) e da vacinação para prevenir a doença.

*estagiária sob supervisão da editora Rafaela Carvalho.

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