A Petrobras comunicou a identificação de uma reserva de petróleo em águas ultraprofundas na Bacia Potiguar, localizada no poço exploratório Anhangá, entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte. Essa área está situada na controversa Margem Equatorial, uma região designada como uma nova fronteira exploratória, compreendendo também as bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.
A acumulação foi encontrada a aproximadamente 190 km de Fortaleza (CE) e 250 km de Natal (RN), em uma profundidade de 2.196 metros. A descoberta, anunciada com a concessão POT-M-762, ocorre enquanto a Petrobras aguarda a aprovação do Ibama para iniciar a perfuração de um poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas.
Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, afirmou que a empresa possui um histórico de quase 3 mil poços perfurados em ambientes de águas profundas e ultraprofundas, sem qualquer incidente ambiental. Ele destacou que essa descoberta capacita a empresa a explorar novas fronteiras e conduzir suas operações na Margem Equatorial com total segurança. Esse anúncio ocorre em meio a especulações sobre uma possível substituição da liderança da estatal, devido a conflitos entre Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Esta é a segunda descoberta de petróleo em águas ultraprofundas na região este ano. Antes deste anúncio, a Petrobras já havia confirmado a presença de hidrocarbonetos no Poço Pitu Oeste, localizado na Concessão BM-POT-17, cerca de 24 km de distância do Anhangá.
Ambas as descobertas estão sob avaliação complementar pela Petrobras, que é a operadora de ambas as concessões, detendo 100% de participação. A primeira descoberta na região ocorreu em 2014 no poço Pitu. Em dezembro do ano passado, a estatal anunciou a retomada das atividades de perfuração nessa área, que fica a 53 quilômetros da costa do Rio Grande do Norte. A sonda que está sendo usada na Bacia Potiguar seria originalmente destinada à perfuração na Foz do Amazonas.
O Plano Estratégico 2024-2028 prevê um investimento de US$ 3,1 bilhões em pesquisa de óleo e gás na Margem Equatorial, com a perfuração de 16 poços no período. O diretor de Exploração e Produção da estatal, Joelson Mendes, enfatizou que a margem equatorial é uma nova e promissora fronteira, crucial para o futuro da empresa e para garantir o fornecimento de petróleo necessário para o desenvolvimento do país.
Apesar da importância econômica da descoberta, ainda não se conhece o tamanho da reserva, o que não deverá alterar a posição do Ibama em avaliar o projeto sob a ótica ambiental, considerando os impactos gerados pelo empreendimento na Foz do Amazonas.
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