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Economistas cobram transparência da Petrobras sobre política de preços

O anúncio da Petrobras de uma nova política de preços para os combustíveis derivados do petróleo, como gasolina e diesel, feito na manhã desta terça-feira (16/5), já era esperado e foi até bem recebido pelo mercado, como mostra a alta nas ações da companhia na bolsa de valores.

No entanto, segundo economistas ouvidos pela reportagem do Metrópoles, a Petrobras não detalhou suficientemente como funcionarão os novos parâmetros para calcular os preços dos combustíveis e precisa fazer isso rapidamente, para não gerar uma crise de confiança.

De acordo com o comunicado divulgado pela empresa, “os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.

Segundo a companhia, serão adotadas “referências de mercado”, como “o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, e o valor marginal para a Petrobras”.

“Eles podem não seguir a paridade internacional, mas terão de explicar qual é a lógica política que vão passar a seguir. Eles simplesmente tomaram uma decisão arbitrária, sem dar muitos detalhes de como isso será feito”, afirma Raul Velloso, consultor econômico e ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento.

“Esse é um preço diferente dos outros preços. É um preço de um insumo de muita importância para qualquer economia e o critério básico da teoria econômica é seguir a noção de custo de oportunidade para o país”, prossegue Velloso. “É isso que eu recomendaria à Petrobras caso me perguntassem: é preciso buscar o custo da melhor alternativa para o país.”

Segundo Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, apesar de anunciar o fim do Preço de Paridade de Importação (PPI), que vincula as tarifas à flutuação do valor praticado no mercado internacional, a Petrobras deve continuar levando-o em consideração.

“A Petrobras simplesmente tirou uma regra que era mecânica e tudo indica que continuará observando os preços internacionais. Não reajustar os preços aqui dentro em linha como acontece lá fora significa colocar um subsídio enorme para o combustível fóssil no momento em que o governo está querendo estimular energias alternativas e energias verdes”, diz. “Também não me parece que eles vão querer seguir o caminho de endividar a companhia e deteriorar sua saúde financeira.”

Para o economista, “não há como fugir da ideia de que o preço da gasolina no Brasil estará conectado com o preço do petróleo no resto do mundo”. “Há uma margem de manobra, é claro que é diferente daquela regra mais rígida, mas não acho que vão deixar os preços dos combustíveis no Brasil se descolarem do resto do mundo”, observa.

Falta de transparência

André Meirelles, diiretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart XP, também destaca que “a mudança na política de preços já era amplamente esperada pelo mercado”. Para ele, a decisão da Petrobras “mostra que houve um afastamento de uma métrica clara e transparente como a metodologia anterior”.

“A decisão sobre mudança nos preços desses derivados daqui para frente ficará mais subjetiva, impedindo um acompanhamento mais preciso pelo mercado”, afirma.

“O grande teste para essa nova política de preços ocorrerá quando tivermos uma alta na cotação do petróleo no mercado internacional combinada com uma desvalorização do real frente ao dólar, o que deveria provocar uma alta no preço desses derivados no mercado interno. Aí sim, poderíamos dizer com tranquilidade que a garantia do retorno dos investimentos da Petrobras estará amparada pela nova metodologia de preços.”

De acordo com Luiz Caladom, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (Ibef-SP), a nova política de preços da Petrobras é mais flexível, “pois as variáveis consideradas pela estatal permitem ajustar os preços de acordo com as condições do mercado e as necessidades dos consumidores”.

“Não temos ainda muita transparência sobre quais serão os efeitos dessas variáveis. No entanto, essa queda vai ajudar a diminuir a inflação, sendo positiva para a economia em geral, ainda que não seja favorável para os resultados da empresa”, avalia.

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