• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

Por que Dua Lipa ruiva traduz tão bem nova era da cantora e o que é estética ‘cherry cola’


Com ar de ‘vampira sexy’, cantora se debruça sobre tom vibrante e músicas sobre autonomia e deboches a falsas juras de amor. Dua Lipa em videoclipe ‘Illusion’
Reprodução/YouTube
Flamejante, o atual visual de Dua Lipa faz jus a “Radical Optimism”, álbum que chega às plataformas no dia 3 de maio. A estética se encaixa bem nas letras de “Houdini”, “Training Season” e “Illusion”, as faixas do disco já lançadas.
São canções com versos repletos de autonomia e sensualidade. Ares também transmitidos pela aparência da artista, que tingiu o cabelo de vermelho sangue para justamente harmonizar com as músicas da sua nova era.
A cor de Dua é a mesma da tendência “cherry cola”, que desde o fim de 2023 tem avermelhado lábios e cabelos pelo mundo. É uma mescla entre as tonalidades da cereja e da embalagem de Coca-Cola.
Recentemente, o tom coloriu fios de artistas como Billie Eilish, Solange, Megan Thee Stallion, LaLa Anthony e Megan Fox.
(Da esq. p/dir.): Billie Eilish, Megan Fox, Solange e LaLa Anthony
AP/Jordan Strauss/Reprodução/Instagram
Até quem já é naturalmente ruiva aderiu à estética. Caso, por exemplo, da atriz Sophia Abrahão, que escureceu as madeixas em fevereiro.
Outras brasileiras que entraram na tendência foram as influenciadoras GKay, Mari Gonzalez e Vivi Wanderley.
A cantora Dua Lipa
Scott A Garfitt/Invision/AP
Vampira sexy
Principal aposta de Dua Lipa para o novo álbum, “Houdini” tem uma letra na qual o eu lírico se diverte ao assumir o controle da relação amorosa.
“Se aproxime mais, você está lendo meus lábios?/ eles dizem que eu venho e vou embora/ me fale sobre todos os jeitos que você precisa de mim/ não vou ficar aqui por muito tempo”, canta Dua, sobre batidas de pop dançante que têm o baixo em evidência.
Em “Training Season”, ouvimos alguém clamar por paixão de vertigem e dispensar seduções venenosas. Discurso que também está em “Illusion”, música cujo videoclipe mostra a britânica molhada e rodeada por homens. Sensualizando, ela dança ao som de uma letra que debocha de falsas juras de amor.
A cantora Dua Lipa
Alberto Pezzali/Invision/AP
A nova fase da cantora quer pintar Dua como sedutora, dona de si e madura — conceitos irradiados pelo cherry cola.
Em entrevista à revista americana “Marie Clarie”, o cabeleireiro responsável pelo ruivo da artista, Ben Gregory, disse que teve como intenção deixá-la com ar de “vampira sexy”.
“Tivemos a ideia de trabalhar com o vermelho e carregar bem o pigmento para que, quando fosse fotografado à luz do dia, brilhasse muito, mas quando visto dentro de casa ou num tapete vermelho, remetesse a sangue.”
Dua Lipa posa no tapete vermelho enquanto participa do 66º Grammy Awards em Los Angeles, neste domingo (4).
Mario Anzuoni/Reuters
Alerta vermelho
Consultora de moda e imagem, Camila Cavalcante explica que a cor é estimulante e culturalmente associada às ideias de alerta, poder e ousadia.
“Vermelhos têm sido uma grande aposta. Por exemplo, o Viva Magenta, variação do tom cereja, foi eleita pela Pantone como a cor de 2023. É normal que isso reverbere no ano seguinte, mas, sem dúvida, o fato do cherry cola ter viralizado no TikTok, com itens de moda e beleza, fez a tendência ser o que é”, disse ela ao g1.
A cantora Dua Lipa
Reprodução/Spotify
Outro fator que também teria ajudado na popularização da estética seria a cíclica expressão juvenil. É o que sugere Leusa Araujo, autora de “O Livro do Cabelo”.
Ela explica que, de tempos em tempos, a juventude renova sua moda capilar, com cores e penteados que muitas das vezes remetem à típica rebeldia da faixa etária. E o cherry cola oferece um visual desobediente.
Isso porque o ruivo é historicamente associado a comportamentos indomáveis — o que, aliás, esbarra na energia obstinada das novas músicas de Dua.
Dua Lipa faz a primeira apresentação da noite no Grammy 2024
Mike Blake/Reuters
“Na Idade Média, as bruxas eram retratadas com cabelo vermelho. O flamejante era visto como o fogo dos infernos, aliado ao diabólico”, diz Araujo. “Tem toda uma construção da figura da mulher demonizada.”
Otimismo radical
A pesquisadora afirma ainda que o ato de tingir o cabelo foi mal visto durante décadas e até hoje causa incômodos quando se trata de colorações chamativas como o cherry cola, cujo tom é fechado, mas bastante vibrante.
Foi no movimento punk, emergido nos anos 1970, que a cor se popularizou pela primeira vez em massa.
O punk não chega a ser o gênero de “Radical Optimism”, mas é uma das principais referências ao britpop, movimento musical britânico que inspirou o disco.
O cherry cola está também em outros elementos dessa era. Looks, letreiros de clipe e até a versão física do álbum transbordam o vermelho gritante do mais novo otimismo radical de Dua Lipa.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.