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Jornalista português mostra o que ocorre em país que respeita a liberdade de expressão

Foto - Pedro França/Agência Senado

O jornalista português Sérgio Tavares afirmou durante audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado Federal, nesta terça-feira, 23, que o Brasil vive uma “ditadura” em decorrência da “censura” imposta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. 

“Esse nome que não pode ser dito, vou dizer até o fim do mundo”, disse o jornalista português, em referência ao magistrado. “Vou estar na Hungria na próxima semana e vou dizer na Europa. Vou dizer em todo lado, porque é ele o responsável pelo que está acontecendo, e temos provas disso.”

O jornalista português falou que, se fosse brasileiro, “com certeza não teria mais redes sociais” por expor o que pensa sobre a situação do país. “Isso é uma vergonha, porque nós temos direito à nossa liberdade de expressão”, declarou. 

“Volto a repetir que censura é a arma dos covardes. Tirar a voz do povo é covardia. Só o faz quem tem medo e quem tem coisas a esconder. Portanto, não me admira que monitorem milhares de pessoas. Eu próprio, que sou português, estou sendo monitorado”, afirmou.

Sérgio Tavares ainda disse ter provas de que pessoas que fizeram Pix para ajudar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ou qualquer outro envolvido nos atos do 8 de Janeiro estão sendo monitorados.

“Estamos nesse ponto de que as pessoas estão com medo de dar um Pix, porque fica ali registrado o seu apoio. Se isso não é ditadura, então é o que, pelo amor de Deus?”, questionou. 

Liberdade em Portugal

O jornalista português disse que em seu país existe liberdade de expressão, que pode “dizer o que quiser”. Inclusive, afirmou ter o direito garantido de chamar o presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, de “palhaço” e de “fantoche dessas elites globalistas no Fórum Econômico Mundial de Davos”.

“Saibam que eu posso dizer isso, porque tenho liberdade de expressão no meu país”, declarou o jornalista português. “A polícia não vai entrar na minha casa, congelar as minhas contas nem meu passaporte porque eu digo isso do meu presidente, porque tenho o direito de ter uma opinião sobre ele. Até porque eu, como repórter, tenho informações privilegiadas.”

Sérgio Tavares destacou que os brasileiros “não podem dizer o óbvio”, como “que o Lula é um ladrão”. Afirmou que, se é algo “óbvio, é claro que se pode dizer. Nikolas Ferreira está sendo multado e processado por dizer o óbvio. Isto é ditadura.”

Jornalista português afirma que teve medo de ser preso na Papuda ao ser detido pela Polícia Federal ao desembarcar no Brasil em fevereiro

O jornalista português Sérgio Tavares declarou que teve medo de ser levado para o Complexo Penitenciário da Papuda ao ser detido pela Polícia Federal (PF) ao desembarcar no Aeroporto de Guarulhos (SP) em 25 de fevereiro para a manifestação pela liberdade de expressão no país, apoiada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

“Já visitei os cinco continentes da Terra”, iniciou o jornalista português em audiência da Comissão de Segurança Pública do Senado. “Já vivi três anos na África e três anos na Ásia. Morei em países complicadíssimos, como Indonésia, Angola e outros semelhantes. Mas nunca senti o medo que senti quando vim para o Brasil.”

O jornalista português afirmou que foi a “primeira vez” que chorou ao se despedir dos filhos de 10 e 9 anos. Disse ter sentido “medo de não voltar”, porque “centenas de brasileiros me avisaram e falaram: ‘Não vá. Você vai ser preso. Vão te fazer mal’. Eu não queria acreditar”.

“Eu defendo a liberdade de expressão, e como o Brasil está privado dessa liberdade, quis vir”, explicou Sérgio Tavares. “Mas me despedi dos meus filhos com lágrimas nos olhos. Parece que eu estava sentindo alguma coisa”, disse. 

“E, naquele terminal, quando vão todos aquelas milhares de pessoas a passarem, pessoas de todos os países, de todas as cores, todos entraram. Menos um. O português Sérgio Tavares”, afirmou. 

O jornalista português disse ter se visto “sozinho, com o passaporte privado e a Polícia Federal na porta”, sem ter noção do que “poderia acontecer”. Disse que não sabia se seria agredido, interrogado ou preso. 

“Não sabia se iam me levar para a Papuda, como foram os patriotas do 8 de janeiro, sem terem feito nada. Imaginei-me na Papuda sem poder me comunicar com a minha família. Sem poder sequer me defender. Eu imaginei, porque é nesse ponto que estamos. Portanto, eu senti o que nunca tinha sentido na minha vida. Estamos a falar do Brasil”, declarou. 

‘Portugal sabe o que acontece no Brasil’

O jornalista português Sérgio Tavares disse ter sido alertado novamente para que não retornasse ao Brasil. “Recebi mensagens dizendo: ‘Não volte ao Rio de Janeiro. Não vai, Sérgio’”, falou. “Depois do que te aconteceu, vão fazer ainda pior, porque foi a Washington e a Bruxelas denunciar as atrocidades. Agora vai preso.”

Afirmou que, embora tenha entrado novamente no Brasil sem nenhum problema por um “divino milagre do Espírito Santo”, sente medo do momento que for deixar o país. 

“Embora esteja nesta Casa, do Senado, eu sei que estou dizendo tudo aquilo que nenhum brasileiro pode dizer. Se algum brasileiro dissesse lá fora aquilo que eu disse hoje aqui, já tinha sua conta cancelada, já tinha sua prisão, armas apontadas à sua cabeça, como fizeram ao Carlos Jordy”, declarou. 

Sérgio Tavares falou que os brasileiros não precisam “se enganar”, uma vez que “os portugueses sabem bem o que está acontecendo aos brasileiros e sabem os nomes. Os portugueses até já sabem que o responsável não é Lula, é Alexandre de Moraes.”

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Fonte:
Paulo Figueiredo

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