No Sudoeste de Goiás, o PIB de Jataí só perde para o de Rio Verde. Trata-se do segundo município mais próspero da região.
O prefeito Humberto Machado, do MDB, vai tentar obter o seu sexto mandato. Se for reeleito, terá ficado, ao final de 2028, vinte e quatro anos no poder. Trata-se do maior “reinado” político-administrativo da história da cidade.
Apesar do mau humor habitual, Humberto Machado é um hábil articulador político. Tanto que conseguiu dividir o Agro — que pretendia lançar um candidato de consenso no município, o vice-prefeito Geneilton de Assis, do PL.
Operando com desenvoltura, ampliando sua base e reduzindo a dos adversários, Humberto Machado conquistou o apoio do presidente do Sindicato Rural de Jataí — o produtor rural Evandro Vilela Barros, que deverá ser o seu vice.
Evandro Vilela Barros pode até não levar todo o Agro para a campanha de Humberto Machado. Mas levará ao menos 50% — que é muito melhor do que nada.
Dos dez vereadores, Humberto conta com o apoio de sete — o que é uma força considerável. Partidos consistentes, como MDB, União Brasil, Podemos e PT (estaria em processo de aproximação), apoiam sua reeleição.
Mas nem tudo são flores quando se trata de Humberto Machado. Ele foi eleito, em 2024, com a promessa de que teria uma política industrial arrojada. Até agora, de acordo com adversários, o prefeito nada teria feito de relevante na área. “Humberto faz feijão com arroz, bife e salada — só que bem-feito”, avalia um ex-secretário. “É expert em maquiar a cidade e os jataienses aparecem aprovar.”
Humberto Machado também teria prometido concluir o aeroporto da cidade. Mas a obra não saiu do papel. Segundo uma fonte do Agro, o prefeito colocou máquinas no espaço onde será construído o aeroporto, fez uma terraplenagem — e nada mais. Na “brincadeira”, de acordo com um ex-vereador, foram consumidos 60 milhões de reais. “O TCM e o Ministério Público de Goiás deveriam investigar o que aconteceu e está acontecendo”, sugere o ex-parlamentar.
Crise na oposição jataiense
Fontes ouvidas pelo Jornal Opção, uma do Agro, afirmam que o pré-candidato do PL, Geneilton de Assis, “é uma pessoa qualificada. Mas, politicamente, não articula com desenvoltura. Até agora não conseguiu fechar a aliança com a advogada Flaviane Scopel”.
Candidata a prefeita na eleição passada, Flaviane Scopel está com o nome à disposição do Republicanos, seu partido, para disputar a prefeitura. Há quem postule que, no fundo, planeja disputar mandato de vereadora.
Há a possibilidade de uma composição entre Geneilton de Assis e Flaviane Scopel. “Mas Geneilton precisa se mover, articular e conversar com mais clareza com ela, que, no momento, se sente desvalorizada pelo grupo do ex-prefeito. Chego a entender quando diz que é a legítima opositora, porque Geneilton, até dias atrás, era aliado fervoroso de Humberto Machado”, critica um produtor rural.
Se Flaviane Scopel conta com o apoio de um vereador, Geneilton de Assis tem o apoio de um vereador e de uma ex-vereadora. Se setores do Agro têm reclamado da “modorra” de Geneilton de Assis, o pré-candidato também estaria “reclamando” de alguns líderes dos produtores rurais, como Vitor Gaiardo. “Até o momento, o Agro não fez a diferença — até porque, ao contrário do que se imaginava, Humberto Machado conseguiu um grande nome do Agro para vice. Geneilton até agora não tem vice e estamos a cinco meses das eleições”, diz um apoiador do vice-prefeito.
Geneilton de Assis conta com o apoio do PL e do PRD da deputada Magda Mofatto. “O pré-candidato precisa trabalhar melhor a união das oposições. Se não o fizer, ao perder expectativa de poder, vai acabar ficando sozinho”, assinala um ex-aliado de Humberto Machado. (E.F.B.)
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