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Adriana Accorsi: “Tenho conhecimento, experiência e a paixão necessária para cuidar de Goiânia”

A primeira pré-candidatura a se consolidar na disputa municipal em Goiânia foi a de Adriana Accorsi. Com a vantagem de ter saído na frente, a deputada federal já possui um plano estruturado para caso vença as eleições de 2024 e se torne a trigésima terceira prefeita da capital goiana. Ela pretende montar um governo que ressoe com a população, em uma frente ampla formada por todos os setores que tenham paixão por Goiânia e capacidade de corrigir os rumos da cidade. 

A pré-candidata, que integra a Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados e foi delegada titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), pretende aprofundar as políticas de prevenção às drogas e à criminalidade. Adriana Accorsi é a vice-líder do Partido dos Trabalhadores no Congresso Nacional, e afirma que pode utilizar seu bom trânsito no governo federal para trazer programas, fundos e ações do governo Lula da Silva (PT) para cobrir deficiências históricas da Capital. 

Nesta entrevista ao Jornal Opção, ela detalha o que deve ser feito a respeito do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas) e da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) — instituições que afirma serem patrimônios do povo goianiense, mas que foram desestruturadas. Fala ainda sobre seu sonho de dar continuidade ao legado do pai, Darci Accorsi, prefeito deixou a administração com aprovação de 96%.

Fabrício Vera — Quais integrantes do governo federal podem vir a Goiás apoiar sua candidatura?

Desde o início de meu mandato como deputada federal, tenho convidado ministros de Estado para virem a Goiás conversar e apresentar políticas públicas. Isso é importante não só para a pré-candidatura, mas para a execução das ideas em que acreditamos, então, isso deve continuar.

No dia 17, estive com Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, conversando sobre as políticas de combate à fome em Goiás. Ele deve vir ao estado nos próximos dias, para trazer ações do governo federal e também para conversar sobre política. Outros nomes de nível nacional devem vir, como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. 

Italo Wolff — A senhora deve se encontrar com o presidente Lula da Silva (PT) em breve. O que pretendem discutir?

Nos encontraremos para conversar sobre políticas para Goiânia. Em caso de vitória nas eleições, terei outra conversa, já como prefeita, porque a Prefeitura precisa se afinar melhor com o governo federal. Goiânia pretendia inscrever 40 projetos no programa, mas só conseguiu apresentar uma proposta com a documentação adequada (a construção de uma escola em tempo integral). Há uma falta de organização e de interesse político por parte da Prefeitura. 

O mesmo ocorre com outros programas do governo federal — Goiânia perde fundos disponíveis no programa Minha Casa, Minha Vida. Enquanto diversas outras cidades de Goiás já lançaram a construção das moradias para a população, Goiânia não organizou a documentação corretamente. Há uma falta de interesse em aderir aos projetos, em trazer o governo federal para ajudar. 

O meu interesse é alinhar a Prefeitura para que ela deixe de desperdiçar recursos e oportunidades. Assim, podemos terminar obras paradas, uma necessidade urgente em Goiânia.

Adriana Accorsi, pré-candidata pelo PT | Foto: Léo Iran/Jornal Opção
Adriana Accorsi: “Goiânia pretendia inscrever 40 projetos no PAC, mas só conseguiu um com a documentação adequada. Há falta de organização e de interesse político” | Foto: Léo Iran/Jornal Opção

Fabrício Vera — A senhora se vê como uma peça-chave para fazer esse diálogo entre o governo federal e o município?

Sem dúvidas. Já tenho feito isso como deputada federal. Tenho um diálogo muito republicano, aberto e democrático com o Governo do Estado, mas uma relação muito próxima com o Governo Federal. Tenho certeza de que, estando na Prefeitura, com a confiança da população de Goiânia, terei todas as condições de trazer obras, fundos, recursos e apoio para a cidade. Vou me esforçar nesse sentido.

Um elemento-chave é a vontade, o propósito de trazer benefícios para a cidade. Isso se faz com planejamento, competência, conhecimento. E eu me sinto preparada para todos esses desafios.

Italo Wolff — Neste momento em que a Capital desperdiça a oportunidade de ganhar recursos do tesouro nacional, a Prefeitura pleiteia um empréstimo de R$ 710 milhões, que terá de ser pago nas próximas gestões. Como possível pagadora da dívida, se for eleita, como enxerga esse empréstimo?

Vejo com preocupação. O empréstimo já foi aprovado pela Câmara e devido à desorganização e incompetência até hoje não saiu. Faltou planejamento e pessoas competentes para dar andamento ao processo, de forma que ele caminha para ser liberado às vésperas da eleição, o que é um complicador. Nossa constituição restringe muitas ações da gestão em período eleitoral, com toda razão. Não sei se a Prefeitura vai conseguir efetivar ações com o recurso. Acredito que toda a população de Goiânia tem a mesma dúvida: qual benefício concreto virá para a cidade?

Fabrício Vera — Se a senhora já monitora a situação financeira da cidade desde agora, podemos dizer que a responsabilidade fazendária será uma de suas prioridades caso vença as eleições?

Com certeza. Eu acompanho as finanças da cidade há muitos anos, como deputada, até porque procuro colaborar. Durante a crise das maternidades, por exemplo, em vez de vir à imprensa criticar, busquei recursos e destinei R$ 4 milhões em recursos do Ministério da Saúde para as maternidades de Goiânia.

Eu sempre acompanho, e o que me preocupa atualmente é o fato de que há aumento de receita e gastos, sobretudo com o pessoal, acompanhado por queda nos serviços públicos. Hoje mesmo foi noticiado que ainda não foram entregues os materiais escolares da educação infantil em algumas escolas. Foi anunciado que seriam entregues em fevereiro, e até o momento existem alunos sem uniformes. Ou seja, a falta de planejamento traz um prejuízo muito grande para a população.

Considero muito grave que se aumentem os gastos enquanto se diminui a prestação do serviço público de qualidade. A Prefeitura, além de ter todo o cuidado e seriedade com o erário, precisa que ele se reverta efetivamente em benefício para a população. Limpeza urbana, iluminação, educação, saúde.

Na semana passada, foi noticiado que uma empresária de 29 anos morreu sem ter recebido atendimento do SAMU, que teria sido recusado, pois existem apenas seis ambulâncias circulando em Goiânia. É lamentável porque isso é um serviço federal — o recurso vem. Existe dinheiro, então porque o SAMU não funciona em Goiânia? Eu verifiquei junto ao governo federal se os repasses do SAMU estão sendo feitos corretamente em Goiânia, e eles estão. Então, o que aconteceu?

Adriana Accorsi: “O que me preocupa é que há aumento da dos gastos, sobretudo com o pessoal, acompanhado por uma queda nos serviços públicos” | Foto: Léo Iran/Jornal Opção

Italo Wolff — A senhora acredita que haja desorganização da Prefeitura?

Não posso afirmar. Precisamos avaliar muito profundamente o problema ao término dessa gestão e identificar o que aconteceu. O mesmo serve para o caso da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), que sempre prestou um serviço de qualidade, sempre cuidou de nossa cidade, não só da limpeza urbana, mas também dos parques e praças. Aqueles que vivem aqui há muitos anos, como eu, têm muito orgulho da beleza da cidade, da limpeza, da organização. Faz parte de nossa autoestima. Por que essa companhia que desempenhou com competência o papel de cuidar de Goiânia foi desestruturada?

Na Capital, nós temos uma estrutura muito boa, com muitos equipamentos, postos de saúde, Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais), Unidades de Pronto Atendimento (Upas), uma rede de saúde da família muito organizada, com servidores extremamente competentes. Porque não conseguimos atender as pessoas? Por que deixamos de ter profissionais atendendo nos bairros, de forma que as pessoas têm de se deslocar para conseguir atendimento? O que foi feito do recurso destinado a comprar medicamentos e insumos? Tudo isso tem de ser analisado.

Quando terminar o processo eleitoral, nós vamos começar a efetivar uma transição, avaliando todos os detalhes da gestão municipal para que possamos no primeiro dia de administração retomar os serviços públicos em Goiânia. Não podemos perder tempo; precisamos restabelecer a competência e a efetividade do serviço já.

Fabrício Vera — Qual o seu plano para reestruturar o Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas)?

A situação do Imas é muito preocupante. Eu tenho conhecimento da situação de dívida que o instituto vive hoje e sei que, se a dívida não for sanada, o Imas ficará impossibilitado de prestar o serviço. Isso é preocupante porque temos servidores, por exemplo, tratando câncer, que é uma doença cujo tratamento não pode ser atrasado. 

Os servidores estão tendo dificuldades para fazer exames, tratamentos, consultas. Precisamos recuperar o Imas, quebrar o ciclo de endividamento que ele vive e retomar sua organização financeira. Eu acredito que isso é perfeitamente possível, com competência e lisura no trato com o recurso público. Conheço profundamente o trabalho do Imas e tenho certeza que nós vamos restabelecer esse serviço para a população.

Fabrício Vera — A Universidade Federal de Goiás (UFG) fez um plano de recuperação para o Imas, em um estudo que traçou muitos paralelos com a situação do serviço de assistência de saúde aos servidores estaduais, o Ipasgo. A senhora já teve acesso a esse plano? Se sim, concorda com ele?

Queremos rever esse plano, porque o Ipasgo, que presta um serviço inestimável aos servidores e seus familiares, caminha no sentido da privatização. E eu discordo dessa privatização. Acredito que o Imas é um serviço público essencial, precisa ser recuperado, e isso é perfeitamente possível, já que seu valor é descontado do salário dos servidores pontualmente, todos os meses. Precisamos ter capacidade de gerenciar esse recurso.

Adriana Accorsi: “A Comurg é um patrimônio do povo goianiense, presta um serviço de qualidade há décadas, e foi recentemente desestruturada” | Foto: Léo Iran/Jornal Opção

Italo Wolff — E no caso da Cormug? A senhora também é contra a contratação de empresas privadas para prestar serviços à Secretaria de Infraestrutura (Seinfra)?.

Tenho a mesma opinião: sou contra a privatização. A Comurg é um patrimônio do povo goianiense, presta um serviço de qualidade há décadas e agora está sendo desestruturada, talvez por interesses escusos. Precisamos fazer essa investigação, recuperar, reestruturar a Comurg, valorizar os servidores e servidoras para que eles retomem a prestação de serviço de qualidade que sempre tiveram.

O mais importante, neste momento, é que os indícios de corrupção sejam investigados e, se confirmados, punidos. Eu me comprometo a fazer isso com todo o rigor, porque considero a situação de corrupção inaceitável. Vamos investigar e promover, junto às autoridades, a punição rigorosa de qualquer desvio que possa ter havido. Agora, Isso não pode destruir a empresa. Os culpados têm de ser punidos, a situação de corrupção tem de ser corrigida, mas a empresa precisa ser valorizada para que possa prestar o serviço de qualidade que sempre prestou. 

Quando meu pai, Darci Accorsi, foi prefeito, a Comurg teve sua função ampliada, passando a cuidar da limpeza pública dos parques, praças, manutenção de playgrounds e das academias ao ar livre. Como deputada estadual, participei com emendas parlamentares da construção das primeiras academias ao ar livre na cidade, que aumentam muito a qualidade de vida da população. A Comurg sempre prestou um serviço inestimável, que deve ser valorizado. 

Italo Wolff — Alisson Borges, antigo diretor da Comurg, afirmou que, para a companhia funcionar, precisaria receber quase o dobro do que ela recebia anualmente. Por outro lado, a senhora expressou preocupação com a responsabilidade fiscal. Como a senhora pretende operacionalizar esse serviço sem aumentar os gastos?

Uma vez que nós temos escândalos de corrupção sendo investigados, precisamos reavaliar os gastos com a Comurg. Jamais podemos dobrar o investimento em um órgão com suspeitas de desvios. A Comurg sempre atuou com competência e conseguiu cumprir a sua missão junto à população de Goiânia sem exigir o dobro de repasses. Com base na história de Goiânia, que eu conheço muito bem, sei que é possível fazer a companhia funcionar com o que recebe anualmente. 

Acredito que sejam necessários novos investimentos — adquirir caminhões novos, valorização dos servidores, plano de carreira organizado. Mas faremos isso com seriedade. A população de Goiânia pode ter certeza de que o recurso público será muito bem aplicado, com muito planejamento. 

Fabrício Vera — A senhora já falou que, idealmente, o perfil do seu vice é o de um político de centro ou centro-direita. Por que escolher um vice que pode ter opiniões políticas diferentes daquelas do seu partido?

O nosso interesse é construir uma frente ampla. A frente ampla tem de ser verdadeira, e não apenas no discurso. Nesse sentido, precisamos ter humildade, coração aberto para agregar divergentes que possam colaborar com nossa chapa por meio do seu trabalho. Divergentes podem ser unidos em prol da cidade, e acredito que é disso que Goiânia precisa hoje.

A cidade precisa da união das pessoas competentes, que superem diferenças e trabalhem juntas porque gostam da cidade, se preocupam e querem cuidar de Goiânia. Se existe essa vontade, como eu tenho vontade de cuidar de Goiânia, é possível superar diferenças e trabalhar juntos para evitar a piora da cidade que amamos.

Não acho que Goiânia precise de um político que foi obrigado a se candidatar, que considere cuidar da cidade um sacrifício, que está em dúvida sobre seu dever, que não tem vontade nem de ficar no próprio país. Eu realmente tenho desejo de cuidar de Goiânia, me preparei para isso, e tenho muito certeza da responsabilidade que estou aceitando ao colocar meu nome na disputa. Mais ainda: tenho conhecimento, experiência e a paixão necessária para cuidar de Goiânia.

O propósito de uma frente ampla não é só ganhar a eleição, mas para governar. Queremos que setores da sociedade participem do nosso projeto. Meu propósito é que todos tenham espaço de diálogo e de participação na administração da cidade. Vou ouvir o setor produtivo, o setor comunitário das periferias, os trabalhadores, as mulheres, todos serão ouvidos. Isso começa na formação da chapa; é importante que a gente já demonstre esse propósito verdadeiro de trabalhar juntos. Não quero um vice que pense em governar apenas para o seu partido, para o seu lado do espectro político. 

Nas eleições municipais, entendo que a população não está tão preocupada com a questão ideológica — o eleitor quer é cuidar da cidade. Nesse sentido, vejo que existem pessoas habilitadas em vários partidos.

Adriana Accorsi: “Frente ampla significa que todos os setores da sociedade participarão do nosso projeto” | Foto: Léo Iran/Jornal Opção

Fabrício Vera — O que acha de um vice que venha da Câmara Municipal de Goiânia? Um vereador ou ex-vereador que possa ajudá-la no diálogo com o Legislativo?

Não definimos ainda quem será o vice, portanto não sabemos se ele virá da Câmara. Mas eu respeito muito a autonomia dos poderes, a autonomia da Câmara Municipal, e acredito que esse é um pilar do Estado Democrático de Direito. O diálogo fraterno, democrático e constante na administração pública é fundamental para conseguirmos cuidar da nossa cidade juntos.

Vejo com bons olhos a possibilidade de ter um vereador como candidato a vice na chapa, porque a relação com a Câmara é importante, mas sobretudo porque o vereador é uma pessoa que conhece a cidade profundamente. Entendo que isso é um valor imprescindível. Há hoje um excesso de pré-candidatos a vice que são, na verdade, pessoas que se consagraram em outras cidades e transferiram seu domicílio eleitoral para aproveitar o capital político em Goiânia. Esses pré-candidatos terão muita dificuldade de compreender e gerir a Capital. 

Italo Wolff — A senhora afirmou que quer contar com todos os grupos sociais em sua campanha e governo. Como está o diálogo com os evangélicos? 

Sempre tive uma relação muito boa com a comunidade evangélica por conta de meu trabalho como delegada responsável pela Delegacia de Proteção a Crianças e Adolescentes (DPCA). Eu lidava muito com adolescentes e crianças em situação de risco por vários motivos, como abuso físico e psicológico, exploração sexual, pedofilia, uso de entorpecentes pelos adolescentes ou seus familiares. A comunidade evangélica tem essa grande preocupação com a família e oferece cuidados para essas vítimas vulneráveis.

Desde então, mantenho contato e tenho muita admiração por esse trabalho que eles realizam. Estão presentes onde quer que seja, dispostos a cuidar das famílias. Eu também chefiei o Conselho de Prevenção e Combate às Drogas, um trabalho que muito me orgulhou, em que estive novamente em contato com as igrejas. Discutimos juntos medidas para prevenir o uso de drogas com base nos laços sociais, na ciência, no convívio familiar. Todos nos unimos para aliviar o sofrimento trazido pelas drogas lícitas ou ilícitas, recuperando as pessoas que estão viciadas.

Da mesma forma que conheço e respeito muitos evangélicos, sei que existe o respeito e a consideração por parte de boa parte dos evangélicos por mim também. As igrejas evangélicas têm um trabalho muito forte nesse sentido e, às vezes, o desempenham sem apoio do poder público. Acredito no apoio a esse trabalho social fundamental.  Faremos um encontro nos próximos dias para conversar sobre Goiânia, para que eu possa ouvir suas demandas e colocar minha pré-candidatura à disposição, convidá-los a fazer parte dessa construção, dessa reconstrução da cidade que a gente sonha. 

“Eu quero continuar o legado de meu pai e fazer uma administração ainda melhor”

Adriana Accorsi

Fabrício Vera — Em 2022, o PT não venceu as eleições presidenciais em Goiânia e nem Goiás. A senhora acredita que a sua vitória aqui em 2024 e a de Antônio Gomide (PT) em Anápolis podem alterar o cenário de 2026 em favor do PT?

É uma possibilidade, principalmente se fizermos uma administração vitoriosa, que de fato consiga entregar políticas públicas de qualidade para a população — e essa é a nossa intenção principal. O resultado positivo em 2026 pode ser uma consequência, mas não é nosso objetivo principal. Em 2024, estamos focados em trabalhar muito e fazer uma boa gestão. O objetivo de uma eleição não pode ser vencer a próxima.

Quanto à Gomide, que foi considerado um dos melhores prefeitos do Brasil, acredito que ele já tenha uma marca.  Ele não precisa provar que será melhor na área da educação — ele já provou o que pode fazer por esse setor. É uma marca que eu também quero deixar como legado, continuando o legado do meu pai, que foi um prefeito muito bem aprovado. Darci Accorsi deixou a administração com aprovação de 96%. É meu sonho, e o sonho de todo pai é que sua filha seja melhor, não é? Eu quero continuar seu legado, fazer uma administração melhor. 

Italo Wolff — A segurança pública é uma área em que a esquerda tradicionalmente tem pouca entrada, mas a senhora é delegada. O que a senhora pretende trazer para o setor como prefeita?

Eu gostaria de partir essa resposta em dois momentos: primeiro, como especialista em segurança pública, como representante de Goiás na Comissão de Segurança Pública do Congresso Nacional e como vice-líder também do partido na Câmara Federal. Tenho tido vários projetos de lei aprovados e várias ações no sentido de trabalhar a segurança pública conjuntamente. Embora a segurança seja função constitucional dos estados, tanto o governo federal quanto os municípios podem e devem contribuir.

Trabalhei muito para a entrega em Goiás dos equipamentos disponibilizados pelo ministro da justiça, Flávio Dino na época. Veículos, armamentos, equipamentos de inteligência. Acredito nessa colaboração. Agora, o governo federal por meio do ministro Lewandowski apresenta projetos e resultados, atuando no sentido de buscar uma ação de integração das forças de segurança em todo o Brasil.

Na última semana, apresentamos o menor número de homicídios dolosos dos últimos 14 anos no Brasil. Isso é resultado das ações integradas entre Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Militares Civis, e penais de todo o Brasil. Então, são constantes essas reuniões, ações integradas entre os secretários de segurança dos estados e o Ministério, trabalhando juntos no sentido de coibir a criminalidade no Brasil.

No dia 27 de março, discursei na audiência junto ao secretário de Segurança Pública sobre a Operação Share, que foi uma das maiores operações de combate à pedofilia da história do Brasil, efetivada pela Polícia Federal e as Polícias dos Estados, inclusive a nossa Polícia Civil aqui de Goiás. Foram dezenas de criminosos presos, computadores apreendidos, conteúdo de pedofilia e abuso sexual removido da internet.

Quando o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) foi retomado, no ano passado, pedi que a prioridade fosse combate à violência contra as mulheres, e que as guardas municipais como a de Goiânia fossem incluídas beneficiadas com viaturas para a repressão a esses crimes. Em Goiânia, foram 10 viaturas já recebidas, além de treinamento, capacitação e participação dos oficiais em cursos, justamente porque acredito que as guardas têm uma atuação importante.

E agora, na segunda parte, tenho ideias para ampliar a atuação do município na segurança, na prevenção à criminalidade. Isso passa pela Guarda Civil Metropolitana (GCM), mas também por medidas de cuidado da cidade, como iluminação pública, cortes de matagais, fechamento e reconstrução de obras abandonadas que são utilizadas pelos criminosos para atingir as pessoas. Isso ocorre atualmente no Jardim do Cerrado, onde a obra do Centro de artes e esportes unificados (Céu das Artes) está inacabada, e serve como esconderijo e centro de operações para criminosos. Esse tipo de instalação não pode existir na cidade.

Precisamos de uma política eficaz de prevenção ao uso de drogas e de prevenção ao envolvimento da juventude com a criminalidade. Isso se faz oferecendo esporte, cultura, cidadania ao adolescente e a criança no horário em que os jovens não estão na escola. Acredito em programas nos moldes do Cidadão 2000, que foi implementado pelo meu pai e ampliado pelo prefeito Nion Albernaz em Goiânia. Eu conheço profundamente esses trabalhos que cuidaram de uma geração de crianças.

A criança, quando não estava na escola, fazia uma atividade esportiva ou cultural. O adolescente, depois do horário de escola, estava aprendendo uma profissão, recebendo um salário mínimo para aprender e se preparar para o mercado de trabalho. Isso dá alternativas para os jovens, previne o envolvimento com a criminalidade e a droga.

Eu tive a alegria de ter sido chefe da Guarda Civil Metropolitana, e ampliei a sua atuação. Novamente, pretendo realizar concurso público para a GCM. Sou a relatora da PEC das Polícias Municipais e iremos aprová-lo neste ano. Então, no ano que vem, já teremos a Polícia Municipal, com ações de policiamento ostensivo juntamente com as forças de segurança estaduais.

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