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Menino que agrediu Carlinhos na escola responde às ameaças após a morte do colega: ‘meus fãs’


Garoto aparece batendo em Carlos Teixeira, de 13 anos, no dia 19 de março na escola em que estudavam em Praia Grande (SP). A vítima ainda foi agredida em 9 de abril, na mesma unidade, dias antes de morrer. Vídeo mostra adolescente sendo agredido em escola no litoral de SP
Um menino que aparece em um vídeo agredindo Carlos Teixeira, o adolescente que morreu aos 13 anos, uma semana após outros estudantes pularem sobre as costas dele em uma escola em Praia Grande, no litoral de São Paulo, publicou nas redes sociais respostas às ameaças recebidas após a morte de Carlinhos. A informação foi confirmada ao g1, neste domingo (28), pela advogada da família da vítima.
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Carlos Teixeira morreu após sofrer três paradas cardiorrespiratórias, no último dia 16, quando estava internado na Santa Casa de Santos (SP) . O jovem precisou de atendimento médico após dois meninos pularem nas costas dele em 9 de abril, na Escola Estadual Júlio Pardo Couto.
Ao g1, a advogada Amanda Mesquita afirmou que as publicações foram feitas pelo mesmo menino que aparece agredindo Carlinhos dentro de um banheiro na escola no dia 19 de março (veja o vídeo acima).
Amanda, porém, ressaltou que o adolescente não participou do momento em que os dois estudantes pularam sobre as costas da vítima, dias antes de morrer.
As capturas de tela, obtidas pela equipe de reportagem, foram enviadas à família de Carlos na quinta-feira (25). Em uma publicação nas redes sociais, o menino escreveu que tem fãs ao som de uma música sobre fofoqueiros e, em outra, afirmou que as pessoas acham que vão matá-lo (veja abaixo).
Família sente revolta, mas repudia ameaças
Menino que agrediu Carlinhos faz publicação sobre ameaças desde a morte do colega
Arquivo pessoal e Reprodução
Segundo a advogada, estas publicações são referentes as ameaças que o adolescente passou a receber da população por aparecer no vídeo da agressão em um banheiro da escola, conhecido como “banheiro da morte” pelos estudantes. “É ruim porque parece que ele está tirando sarro quando diz que tem fã”, disse ela.
A responsável pela defesa afirmou que a família de Carlos sentiu uma mistura de revolta e impunidade ao ver as publicações do menino. Mas, repudia aqueles que estão ameaçando e procurando os adolescentes.
“A família quer que a justiça seja feita, mas não com as próprias mãos. Eles repudiam a situação da ameaça de morte, mas se sentem horrível quando veem os meninos rindo e achando isso engraçado”, disse a advogada.
Amanda destacou que levará ao delegado responsável as imagens das publicações. De acordo com ela, este adolescente ainda não prestou depoimento.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso é investigado pelo 1° Distrito Policial (DP) de Praia Grande com o apoio da Diretoria de Ensino de São Vicente. Segundo a pasta, todos os fatos estão sob analise.
Outras ameaças
Carlos Teixeira, de 13 anos, foi agredido por estudantes em Praia Grande (SP)
Arquivo Pessoal
A mãe de um outro menino que aparece em um vídeo agredindo Carlos alega que o filho está “destruído” emocionalmente e já recebeu ameaças de morte. “Querem sangue com sangue”, desabafou ela.
A mulher ressaltou que, mesmo sem ser intimado, o filho se apresentou no 1º Distrito Policial de Praia Grande, onde o caso é investigado. De acordo com ela, o menino vai responder por bullying e agressão corporal em dois processos diferentes.
Apesar de ter se apresentado à Polícia Civil, o menino passou a evitar espaços públicos, com medo das ameaças. “Está escondido, sem sair na rua ou sequer estudar”, finalizou ela.
Carlos Teixeira
O adolescente morreu na terça-feira (16), na Santa Casa de Santos. O pai dele, Julisses Fleming, afirmou que o filho era saudável e acredita que a morte aconteceu em decorrência da agressão sofrida. Segundo apurado pelo g1, o caso foi registrado na Polícia Civil e a causa da morte ainda está sendo investigada.
Julisses afirmou que os médicos disseram que a suspeita era de que a causa da morte seria uma infecção no pulmão. Em nota, a Santa Casa de Santos confirmou a transferência da UPA Central, mas disse não ter autorização para dar mais informações sobre o caso.
O g1 teve acesso à declaração de óbito de Carlos Teixeira, que apontou a causa da morte como: broncopneumonia bilateral. O documento servirá como ‘base’ para o atestado de óbito, que pode apontar a morte em decorrência de agressões, e que leva de 30 a 90 dias para ficar pronto (confira, mais adiante, a explicação de um médico)
Menino morto após ser agredido em escola chorou em casa relatando caso ao pai
Reprodução
Últimas palavras
As últimas palavras de Carlos Teixeira foram sobre o medo que ele tinha de morrer. Julisses contou à equipe de reportagem que, no hospital, mesmo com fortes dores nas costas e dificuldades para respirar, o menino agradecia aos médicos e a Deus.
Minutos antes de Carlos morrer, no entanto, o homem contou ao g1 que precisou acalmá-lo. O adolescente passou a dizer repetidamente que tinha medo de partir. “Me sinto acabado e destruído”, afirmou o pai.
Médicos
Declaração de óbito de adolescente em Praia Grande (SP) traz como causa da morte uma broncopneumonia bilateral
Reprodução
Ao g1, o médico clínico Carlos Machado explicou o que é uma broncopneumonia bilateral. Segundo ele, trata-se de uma infecção ‘mais ampla’ do que uma pneumonia, que normalmente é causada por vírus e pode se agravar por uma bactéria nos dois pulmões.
Antes da declaração de óbito, a pedido do g1, Carlos Machado e o também médico clínico Marcelo Bechara analisaram o caso com base nas próprias experiências profissionais e nas informações passadas pela equipe de reportagem.
Ambos afirmaram que o excesso de peso nas costas pode ter levado a um trauma — lesões causadas por um evento traumático externo ao corpo e que acontece de forma inesperada.
De acordo com Carlos Machado, o trauma pode ter sido uma fratura ou esmagamento da vértebra na coluna cervical, torácica e até na costela.
“Se ele estiver com uma dessas lesões, […] podia estar furando o pulmão, o que dificulta a respiração e, respirando menos, faz com que tenha secreção acumulada, que é uma infecção pulmonar”, afirmou o profissional.
Marcelo Bechara acrescentou que, pelo mesmo motivo, ocorre uma parada cardiorrespiratória. “O excesso de peso nas costas podem ter levado a um trauma que pode levar a um pneumotórax […], [quando] o pulmão não consegue ventilar e uma hora chega a parada cardíaca mesmo”, disse ele.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) afirmou que o caso foi registrado como morte suspeita e é investigado pelo 1º Distrito Policial (DP) de Praia Grande. Conforme apurado pelo g1, o corpo de Carlos passará por necropsia — procedimento médico que examina a causa da morte.
Seduc-SP, sobre Carlos Teixeira
A Secretaria de Educação do Governo de São Paulo informou que o vídeo da agressão foi gravado no dia 19 de março. “A Pasta repudia toda e qualquer forma de agressão e de incitação à violência dentro ou fora das escolas. Na época, ao tomar ciência do caso apresentado, a gestão escolar acionou Conselho Tutelar e os responsáveis do aluno. Também registrou o ocorrido no aplicativo do Conviva”.
A Seduc ainda afirmou que lamenta profundamente o falecimento do estudante. “A Diretoria de Ensino de São Vicente instaurou uma apuração preliminar interna do caso e colabora com as autoridades nas investigações”.
A Prefeitura de Praia Grande disse que lamenta profundamente a ocorrência com um aluno da Escola Estadual Júlio Pardo Couto, no Bairro Nova Mirim. A Administração municipal se solidariza com os familiares e amigos do jovem.
A Prefeitura solicitou junto a secretaria de Estado uma apuração completa dos fatos, já que a unidade de ensino é estadual. A administração municipal explicou ainda que também já está analisando todos os procedimentos adotados no atendimento efetuado no pronto-socorro da Cidade.
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