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Dia da Língua Portuguesa: professor explica sobre regionalismos e estrangeirismos

Neste domingo, 5, comemora-se o dia do sétimo idioma mais falado no mundo: a Língua Portuguesa. O português apresenta expressões específicas em cada região do Brasil. Em Goiás, é comum ouvir um “vai reto toda vida”, “olha pro cê vê”, “para de me azulcrinar”, “tô pelejando” e “espia”, frases que podem ser de difícil compreensão no sul do país. Além das expressões regionais, o estrangeirismo também é muito usado pelo povo brasileiro. Por que isto acontece?

O professor de Língua Portuguesa e advogado, Carlos André, oferece uma análise aprofundada sobre essas questões, abordando aspectos linguísticos, históricos e sociais que influenciam a diversidade linguística no Brasil. “A língua é viva e ela sofre variações de local para local”, explica.

O especialista alerta que as variações e expressões da língua tendem a crescer com o passar do tempo e o idioma vai se modificando, passando até a tornar algumas palavras parte do dicionário por uso efetivo. Um exemplo disso é o “você” que já foi “vossa mercê”, “vosmicê”, “você”, “ocê” e agora se resume em apenas “vc” nas redes sociais.

O mesmo vale para o estrangeirismo, segundo Carlos André. “Invite, cringe e happy hour são só algumas palavras estrangeiras que podemos ouvir nas rodas de conversa em casa, entre amigos ou em reuniões de negócios. Para muitos a inserção destas palavras é normal, mas até que ponto elas podem prejudicar a nossa compreensão e desvalorizar a Língua Portuguesa”, pontua o professor.

Professor e advogado, Carlos André | Foto: Arquivo Pessoal

Estrangeirismos na Língua Portuguesa

Um dos estrangeirismos mais ouvidos nos últimos tempos é “invite”, palavra em inglês que significa convite. Para o professor de Língua Portuguesa Carlos André, não é necessário usar tais expressões. Segundo ele, o estrangeirismo desvaloriza o nosso idioma, que é tão rico, e não alcança todas as pessoas.

A mensagem, na visão dele, acaba prejudicada. Apesar disso, ele reconhece que usar palavras estrangeiras não deixará de ser uma moda, até porque nenhum idioma – nem mesmo o inglês- é à prova de influências externas. A Língua Portuguesa tem origens no latim, francês, italiano, espanhol, entre outras.

“É notório, que atualmente, uma das que mais exercem influência é a inglesa, pois é considerada uma linguagem universal, mesmo com todas as diferenças em relação ao português, principalmente na parte gramatical”, explica Carlos André. Palavras como design, delivery, fitness, jeans, shopping center, spray, show, notebook, online, marketing e babydoll são exemplos de estrangeirismo, uma vez que houve a inserção na nossa língua sem alterações gráficas.

Devido à questão gráfica, vale ressaltar que o empréstimo linguístico ou “aportuguesamento” difere do estrangeirismo. Apesar das semelhanças, no primeiro caso ocorre uma mudança na escrita do termo estrangeiro. Por exemplo: Nailon (nylon) e suéter (sweater).

O professor Carlos André explica que esses dois fenômenos linguísticos são objetos de estudo da semântica, mas cada um apresenta características específicas. O neologismo remete a criação de uma nova palavra ou uma nova significação para aquela que já existe.

Apesar de estar presente, o emprego de várias palavras que não são nativas pode comprometer a linguagem e, em consequência, a comunicação. O ideal, segundo o professor, é buscar dentro da própria Língua Portuguesa, que é tão rica, palavras que traduzam com exatidão o que se quer passar ao outro.

Língua Portuguesa

O português é a sétima língua mais falada no mundo e tem forte extensão geográfica. Ela é usada por mais de 265 milhões de pessoas espalhados por todos os continentes e é também a língua mais falada no Hemisfério Sul. Se formos somar a língua espanhola, que é do mesmo tronco, serão mais de 800 milhões de falantes, mais de 10% da população mundial. Por conta da importância dela, o dia 5 de maio foi oficialmente estabelecido em 2019 na 40ª sessão da Conferência Geral da UNESCO como Dia Mundial da Língua Portuguesa.

O português é língua oficial de nove países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. O idioma é também língua oficial em Macau, na China, e falado como língua materna ou língua de herança por pelo menos 7 milhões de pessoas na diáspora, segundo dados do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, Iilp, que tem sede em Cabo Verde.

  • Leia também: Linguagem neutra pode modificar a língua portuguesa, analisa professor da UFG

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