A história dos hackers está repleta de personagens fascinantes que desafiaram as normas e testaram os limites da segurança cibernética. Alguns usaram suas habilidades para causar danos, enquanto outros as usaram para promover a transparência e proteger a sociedade. Desde figuras como Kevin Mitnick (The Condor), passando por Adrian Lamo (Superman), até o próprio Julian Assange, são alguns dos mais proeminentes.
Também não se pode deixar de fora desta lista o Anonymous, que é mais um coletivo de hackers anônimos que realizaram ações de protesto e ataques cibernéticos contra governos, empresas e organizações. São conhecidos por suas operações de hacktivismo, onde expõem informações confidenciais e realizam ataques de negação de serviço (DDoS).
Este é o hacker russo mais perigoso do mundo atualmente.
E o hacker mais procurado do mundo, atualmente, é russo. Ele é o líder do grupo de ransomware LockBit, responsável por extorquir milhares de pessoas, empresas e entidades em todo o mundo, e finalmente foi identificado: Dimitri Yuryevich Khoroshev, de 31 anos, conhecido nos fóruns de hackers russos como “LockBitSupp” ou “Putinkrab”, e tem ordem de prisão em 10 países.
Khoroshev, que até agora se gabava de seu anonimato ao ponto de oferecer US$ 10 milhões para quem revelasse sua identidade, agora enfrenta a realidade de ser um fugitivo. É improvável que ele receba a recompensa que ele mesmo oferecia, já que a Agência Nacional de Crimes do Reino Unido (NCA), o FBI e as forças de segurança de outros nove países uniram forças para desmascará-lo em uma operação internacional chamada “Cronos”.
O grupo LockBit, liderado por Khoroshev, especializou-se em oferecer “ransomware como serviço”, vendendo ferramentas para outros cibercriminosos realizarem ataques de sequestro de dados. Entre junho de 2022 e fevereiro de 2024, estima-se que foram realizados mais de 7.000 ataques usando seus serviços, afetando principalmente os Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e China.
Um histórico assustador e vítimas de todos os tipos
As vítimas do LockBit incluem mais de 100 hospitais e centros de saúde, o que tem causado graves transtornos aos pacientes ao paralisar suas operações. Estima-se que o grupo tenha obtido lucros de até $500 milhões de dólares com a venda de seu ransomware e o pagamento de resgates, enquanto Khoroshev teria ficado com cerca de $100 milhões.
No entanto, os danos causados vão muito além das perdas econômicas. As atividades do LockBit geraram bilhões de dólares em prejuízos devido à interrupção das operações e ao roubo de informações confidenciais, que foram vendidas a outros cibercriminosos ou até mesmo a governos hostis.
O modus operandi do LockBit consistia em criptografar os discos rígidos de suas vítimas e exigir o pagamento de um resgate em criptomoedas para obter as chaves de descriptografia. Em muitos casos, mesmo após receber o pagamento, as vítimas não recuperavam seus dados e as informações roubadas permaneciam nas mãos dos criminosos.
Graças à Operação Cronos, as forças da ordem conseguiram recuperar mais de 2.500 chaves de criptografia e estão entrando em contato com as vítimas para ajudá-las a recuperar seus dados. A identificação e busca de Khoroshev envia uma mensagem clara aos cibercriminosos: seu anonimato não é impenetrável e a justiça os alcançará.