Com 7 votos, Nara Faustino de Menezes foi condenada a 17 anos de prisão pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do estado democrático de direito, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e golpe de estado. Defesa não quis se manifestar. O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta terça-feira (20) para condenar a advogada Nara Faustino de Menezes, de Ribeirão Preto (SP), por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF).
Os ministros Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Dias Toffoli acompanharam o voto do Relator, Alexandre de Moraes, em parecer proferido no dia 9 de fevereiro. Cristiano Zanin e Edson Fachin também acompanharam o Relator, mas com ressalvas.
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Com sete votos, a advogada foi condenada a 17 anos de prisão pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do estado democrático de direito, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e golpe de estado, além de multa de R$ 30 milhões por danos morais coletivos. O valor deve ser dividido entre todos os condenados.
Em seu voto, Luís Roberto Barroso divergiu do Relator por considerar que não houve os crimes de golpe de estado e abolição do estado de direito ao mesmo tempo. Apenas o primeiro deles.
A defesa de Nara disse que não ia se manifestar sobre o assunto.
Publicação de Nara Faustino de Menezes, de Ribeirão Preto, SP, sobre atos de domingo em Brasília (DF)
Reprodução/Instagram
Outras 59 pessoas em todo o país já foram condenadas pelo STF desde que os processos referentes ao 8 de janeiro começaram a ser julgados.
Advogada chegou a negar participação nos atos
Em depoimento, logo depois de ser presa, Nara negou ter participado da depredação, disse que estava em um ato pacífico e foi ao prédio do Congresso Nacional por conta do forte cheiro de fumaça nos arredores e que, quando chegou ao local, tudo já estava aberto e depredado.
No entanto, o laudo de investigação da Polícia Federal anexou imagens e vídeos da advogada feitos por ela mesma no interior do Congresso Nacional no dia dos atos golpistas.
Em uma das imagens, Nara aparece no acampamento, que ficava em frente ao quartel do exército, e diz que está no local desde o dia 3 de janeiro. Em um vídeo, ela diz que ‘queria mudar a situação’ e que ‘não queria comunismo no país’.
Nara Faustino, de Ribeirão Preto, aparece em publicações de redes sociais durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023
Reprodução/ STF
Uma outra foto, também anexada ao laudo de investigação, mostra Nara em uma área reservada de um dos prédios públicos, com acesso vedado ao público externo.
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Ela chega a afirmar que ‘é complicada a situação aqui, difícil de respirar, mas nós invadimos’ e ainda diz que ‘não é a favor de depredação do patrimônio público, mas não deram outra alternativa’.
O material a que a PF teve acesso tem a geolocalização dos movimentos de Nara no dia dos atos golpistas. A investigação ainda mostra que ela saiu do acampamento na frente do exército e seguiu para a Praça dos Três Poderes.
PGR pede a condenação dos primeiros 40 acusados de participar dos atos golpistas de janeiro
Jornal Nacional/ Reprodução
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