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Mais de 450 roubos e furtos de veículos são registrados por mês na Paraíba


Número alto é uma realidade observada no dia a dia de quem vive, principalmente, nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita e Pedras de Fogo. Suspeitos armados renderam casal em um carro e fugiram levando o veículo e as vítimas, em João Pessoa
Reprodução/TV Cabo Branco
A cada duas horas um veículo é roubado ou furtado na Paraíba. Só em 2023, 5.440 crimes dessa natureza foram registrados no estado, indicando uma média de 450 roubos e furtos de motos, carros ou outros veículos por mês.
Os números foram obtidos e analisados pelo Núcleo de Dados da Rede Paraíba de Comunicação via Lei de Acesso à Informação. No ano passado, o estado contabilizou 3.647 roubos de veículos e 1.793 furtos.
O número alto é uma realidade observada no dia a dia de quem vive, principalmente, nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita e Pedras de Fogo, onde a incidência de roubo e furtos de veículos é maior.
Ocorrências por cidade
João Pessoa: 1.712 ocorrências
Campina Grande: 742 ocorrências
Santa Rita: 232
Pedras de Fogo: 145
Bayeux: 77
Patos: 76
Conde: 66
Mamanguape: 62
Lagoa Seca: 44
O advogado Wagner Silva Pinto enfrenta hoje o trauma deixado pela violência geralmente utilizada nesse tipo de crime. À luz do dia, a ação dos suspeitos foi registrada por câmeras de segurança no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa. Na tentativa de roubo, em dezembro de 2023, ele foi baleado. O advogado estava a caminho do trabalho quando foi atingido na cabeça. Passou dias internado e perdeu a audição de um dos ouvidos.
“Fiquei quatro dias em coma, em estado grave, não tinha melhora. Eu fico sentido de lembrar dos dias no hospital, porque não desejo para ninguém a sensação de estar em um hospital entre a vida e a morte”, declara.
O crime aconteceu quando Wagner Silva estava chegando na rua de carro. Ele foi perseguido por dois homens em uma moto e atingido na cabeça após os suspeitos anunciarem o assalto.
A sensação de medo e os danos físicos e psicológicos modificaram a vida do advogado, que hoje tenta retomar a rotina.
“Medo. Ainda hoje tenho medo. Ando no trânsito com medo. Quando avisto motociclistas, tenho medo, fico com receio de tudo, saio de casa já com receio. No momento em si, eu me assustei, foi um susto muito grande, eu nunca tinha passado por isso. Eu nunca tive problema psicológico nenhum, mas depois que eu recebi alta, tenho crises de ansiedade, coração acelera, falta a”, desabafa.
Esse tipo de violência que aconteceu com Wagner Silva é comum nas grandes cidades que enfrentam uma onda de crimes cometidos por quadrilhas especializadas. É exatamente essa violência que diferencia o roubo do furto.
Investigação policial
De acordo com o delegado de roubos e furtos de veículos de João Pessoa, Carlos Othon, o roubo é a subtração de um bem de outra pessoa mediante o uso de violência ou grave ameaça. Já no furto, a subtração ocorre de forma mais sorrateira, sem o uso de violência.
Diante de tantos crimes, o desafio da polícia é identificar o caminho dos veículos alvos dos suspeitos. A motivação das quadrilhas vai além da adulteração dos carros e venda das peças. Investigações já revelam que quadrilhas usam o roubo de veículos para lucrar e trocar por armas e drogas.
O delegado Carlos Othon explica que antigamente roubos e furtos de veículos ocorriam com uma só finalidade: fazer o desmanche para a venda de peças no mercado ilegal.
“Mas veículo passou a ser ferramenta de outros crimes. Homicídios, invasões em comunidades rivais, pessoas que trabalham com clonagem de veículos e adulteração para vender no mercado negro. Além disso, traficantes que transportam grande quantidade de entorpecentes, normalmente usam veículos roubados. Então, muitas vezes são roubados para serem usados em outros crimes e logo depois abandonados”, detalha o delegado.
Importância dos dados
A avaliação de locais, horários e perfil das vítimas, pode ajudar na criação mais precisa de formas de combater as quadrilhas, como identificam pesquisadores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
“As polícias precisam usar esses dados primeiro para fazer o planejamento do patrulhamento ostensivo preventivo, para evitar com que novos casos aconteçam. Cabe à polícia judiciária usar essas informações que são coletadas no Boletim de Ocorrência para fazer a investigação e, eventualmente, identificar modus operandi em comum e realizar operações para evitar que novos crimes ocorram, caindo também na possibilidade de efetuar prisões dessas pessoas”, frisa o pesquisador sênior do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Leonardo Carvalho.
A coleta e tratamento de dados, por sua vez, é indispensável para encontrar uma solução eficaz que possa coibir esses modelos de crime.
“Os números nos dão a mancha criminal. O cidadão fazendo o Boletim de Ocorrência imediatamente, comunicando o fato não só ao 190, mas também, logo em seguida, indo à Polícia Civil e fazendo o BO, podemos fazer recorte por bairros, cidade, modelo de veículo, horário, e através das estatística podemos delimitar manchas criminais e facilitar a ação ostensiva da Polícia Militar e a parte investigativa da Polícia Civil”, enfatiza o delegado Carlos Othon.
Enquanto as forças de segurança tentam impedir as ramificações dessas quadrilhas, a sensação de insegurança ainda faz parte da rotina para a população no trânsito.
“O que eu sentia ali era saber o motivo daquilo ter acontecido comigo. Nunca pensei em passar por uma situação parecida. Hoje não me sinto seguro na cidade de João Pessoa”, desabafa o advogado.
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