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Padre se recusa a retirar estátua de São Sebastião de área alagada em Xapuri e revolta moradores


Padre Antônio Menezes, pároco da cidade, disse que retirada da imagem pode causar danos na estrutura. Rio Acre, em Xapuri, chegou aos 15,96 metros na noite desta quarta-feira (28). Imagem de São Sebastião é atingida por águas do Rio Acre em Xapuri
As águas do Rio Acre continuam subindo em Xapuri, interior do Acre, e já atingem a estátua de São Sebastião, padroeiro da cidade, que fica no Centro. Populares chegaram a pedir que a estátua fosse retirada do local para não ser danificada, contudo, o padre Antônio Menezes, pároco da cidade, se recusa a deixar o Corpo de Bombeiros retirar a imagem.

Nesta quarta (28), moradores passaram na área alagada onde fica a imagem e se revoltaram. “Olha aí que revoltante!! O padre não quer tirar São Sebastião de dentro da água. O padroeiro da cidade dentro d’água”, disse um morador.
Estátua de São Sebastião em meio à enchente do Rio Acre em Xapuri
Reprodução
À Rede Amazônica Acre, o padre explicou que a retirada da imagem poderia causar danos, inclusive quebrá-la durante a remoção. Confiante, ele acredita que a água deve chegar apenas acima dos joelhos do santo e que a correnteza das águas não deve arrancar a estrutura.
“A imagem é muito pesada. Então eu, na dúvida, não queria que o Corpo de Bombeiro tirasse porque é muito burocrático pra tirar e pra colocar. É muito difícil, é perigoso quebrar a imagem. E como a imagem é muito pesada, então assim, no máximo, se a alagação for muito forte, vai chegar nas coxas do santo e depois as águas baixam”, destacou.
Sobre o pedido da população para que a imagem seja retirada, o pároco diz entender a preocupação, contudo, acredita estar tomando a decisão certa.
“Como é um lugar de represa também, não tem tanto correnteza, o Corpo de Bombeiro também já sabe que se começar a encostar tronco de árvore na imagem a gente tira. Já foi combinado isso. Então, não tem perigo, não. É que o povo, às vezes, fica meio assustado. Mas, acho que foi a decisão certa. Deixa a imagem lá. É melhor deixar lá do que tirar e danificar”, argumentou.
Cidades do Acre enfrentam uma cheia histórica em 2024. Em todo o estado, 14.476 pessoas estão fora de casa, entre desabrigados e desalojados, segundo a última atualização nesta quarta-feira (28). Além disto, 17 das 22 cidades acreanas estão em situação de emergência por conta do transbordo de rios e igarapés. Ao menos 23 comunidades indígenas no interior do Acre também sofrem com os efeitos das enchentes.
A cidade de Xapuri está incluída no decreto de emergência reconhecido pelo governo federal nessa segunda-feira (26).
Acre decreta situação de emergência em 17 das 22 cidades acreanas por conta da cheia dos rios no estado
g1
Enchente em Xapuri
O nível do Rio Acre subiu 10 centímetros entre às 15h e 18h desta quarta. O manancial saiu de 15,86 metros para 15,96 metros. Conforme a Defesa Civil Municipal, as equipes atendem 605 pessoas afetadas pela enchente.
Há 161 pessoas desabrigadas e 444 desalojadas, que estão na casa de parentes e amigos, no município. Foram montados seis abrigos para instalar os moradores desabrigados.
Veja os bairros alagados:
Centro
Polo Jequiá
Bolívia
Ilha Bela
Sibéria
Cidade de Deus
Casa Chico Mendes foi tomada pelas águas do Rio Acre em Xapuri
Luiza Melo/Arquivo pessoal
As águas, inclusive, já chegaram na Casa de Chico Mendes e no Hospital Epaminondas Jácome, principal unidade de saúde do município.
Antes das águas tomarem a casa do seringueiro, equipes da Secretaria de Cultura iniciaram a retirada de móveis do local na manhã da última segunda-feira (26). O procedimento faz parte de um plano de contingência, que prevê a retirada de equipamentos quando o rio chega a 14,50 metros.
Já o hospital foi evacuado no início da tarde dessa terça (27) após as águas do Rio Acre se aproximarem da unidade de saúde. Pacientes e parte da estrutura foram transferidos para o núcleo da Universidade Federal do Acre (Ufac).
Rio Acre invade hospital de Xapuri no interior do Acre
Funcionários do hospital, bombeiros e servidores de outros órgãos também retiraram comida, frutas, caixas de remédios e equipamentos do prédio. Imagens gravadas pela moradora Kécia Melo mostram as equipes fazendo a retirada dos equipamentos e colocando em um caminhão de mudança.
Dois idosos e uma criança, de aproximadamente 10 anos, estavam internados no hospital. Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Rio Branco foi encaminhada para o interior para auxiliar na transferência dos pacientes para o núcleo da Ufac.
Colaborou Quésia Melo, da Rede Amazônica Acre.
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