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Manual explica como as mulheres podem escapar de maus-tratos em casa usando o celular


Muitas mulheres não conseguem pedir ajuda para escapar da violência doméstica. A falta de renda ou de um lugar para ir aprisionam muitas mulheres na situação de perigo. Um manual, lançado nesta sexta-feira (8), em São Paulo, explica como as mulheres podem usar o celular para escapar de maus-tratos em casa.
De fora, a violência doméstica não é fácil de identificar.
“Pior que onde a gente morava não dava para escutar. As outras pessoas não escutavam nada que acontecia lá dentro”, diz uma vítima.
Dentro de casa, o que acontecia ficava cada vez pior.
“Ele sempre me julgava ou me ofendia. Praticamente me chamou de burra”, conta a mulher.
O casamento durou dois anos. Até que um dia, diante dos olhos da filha do casal, a agressão verbal virou física.
“Eu fiquei com muito medo. Tentava me soltar, me defender. Aí ele grudou no pescoço e me encostou no armário. Ele já tinha me agredido outra vez, mas eu achei que era coisa da minha cabeça. Eu não contei para ninguém, porque que eu achei que a culpa era minha. Eu fiquei com vergonha”, lembra.
Vergonha, culpa, medo. Mesmo cercadas por tanta gente, muitas mulheres não conseguem pedir ajuda para escapar da violência doméstica. É por isso que, cada vez mais, o socorro é oferecido de um jeito simples, ao alcance das nossas mãos a qualquer momento, pelo celular.
Manual de fuga: esse é o nome da nova função do aplicativo Penhas, desenvolvido pelo Instituto Azmina. A ferramenta ajuda a traçar um plano a partir de uma série de perguntas divididas em temas como:
passos para a fuga
crianças, adolescentes e dependentes
segurança pessoal
transporte
Manual de fuga: esse é o nome da nova função do aplicativo Penhas, desenvolvido pelo Instituto Azmina
JN
São questões que ajudam a entender melhor as dificuldades de cada mulher. Por exemplo: há crianças ou adolescentes em casa? Se sim, quem é? Sabe da intenção de fuga? São cerca de 130 instruções.
“Quando a gente está falando de transporte, qual que é a sua situação? Como é que você pretende sair de casa? É usando um transporte público? É usando um carro próprio? Quando a gente está falando, então, de documentação: você já reuniu os documentos necessários? Você sabe quais são os documentos necessários? Uma mulher não vai sair de uma situação de violência de um dia para o outro. Ela vai planejar essa fuga e a gente queria de fato dar um manual para que ela fizesse isso da maneira mais segura possível”, explica Bárbara Libório, codiretora do Instituto Azmina.
Os passos machucados levaram uma mulher até uma casa de acolhimento em Porto Alegre.
“Foi a tentativa de feminicídio, onde ele me deu quatro facadas. Eu estava no quarto com as crianças quando ele veio para cima de mim. Aí foi quando eu comecei a chutar ele que as facadas pegaram só na perna, senão poderia ter pegado no corpo ou pegado em uma das crianças que estavam todas do meu lado”, conta a vítima.
A falta de renda ou de um lugar para ir aprisionam muitas mulheres na situação de perigo.
“Aqui na casa, a gente organiza atividades de geração de renda para que essas mulheres fiquem independentes financeiramente dessa relação, desse agressor. Essas relações violentas são cadeias que prendem essa mulher, e aqui na casa elas vão percebendo isso, que é importante se libertar dessas relações violentas”, afirma Nana Sanches, coordenadora da Casa Mulheres Mirabal.
Escapar e quebrar um ciclo de violência familiar que vem de outras gerações. É na filha pequena que a jovem do começo da nossa reportagem pensa.
“Mesmo que minha mãe tenha permanecido no relacionamento dela por um bom tempo, que eu sei que foi por nossa causa, eu sempre espero que a minha filha se inspire no que eu fiz”, diz.
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