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Pesquisadores captam sons em parque no interior de SP e descobrem animais nunca vistos no local: ‘Orquestra da natureza’


Três pesquisadores, que também são músicos, desenvolveram o projeto no Parque Ecológico do Matão, em Votorantim (SP). Com gravadores camuflados em pontos estratégicos do parque, o grupo captou cantos e sons da natureza. Conteúdo está disponível na internet. Grupo capta sons da natureza e descobre animais nunca vistos em parque de Votorantim
O vento na copa das árvores, a correnteza do riacho, o canto dos animais. Para conhecer mais a sinfonia da natureza, três pesquisadores desenvolveram um projeto no Parque Ecológico do Matão “Jonas Domingues”, que fica em Votorantim, no interior de São Paulo.
O projeto levou aproximadamente quatro meses para ser concluído, mas já “morava” na imaginação da bióloga Angélica Felício da Costa há anos. Foi por meio do Fundo Municipal de Cultura que o projeto recebeu apoio e a ideia “saiu do papel”.
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Angélica contou com a ajuda do Rodrigo Bozzola de Castro, que é geógrafo, e do professor de letras Rafael Felícia da Costa.
Rodrigo, Angélica e Rafael, responsáveis pelo projeto “Orquestra da Natureza”, desenvolvido no Parque do Matão, em Votorantim (SP)
Arquivo Pessoal
O grupo posicionou três gravadores dentro de caixas de madeira em pontos estratégicos do parque. Foram 24 horas de captação de sons, em horários variados.
“A intenção era ‘espionar’ de modo sonoro o parque. E nós descobrimos que a presença humana faz com que os animais vocalizem menos. Pois quando colocávamos os gravadores, o som não era tão intenso, mas depois de algumas horas, o som ficava mais forte e bonito. Isso mostra o receio que os animais têm pelas pessoas”, comenta a bióloga.
Angélica Felícia da Costa, bióloga e pianista, criadora do projeto “Orquestra da Natureza”
Antônio Ferreira/TV TEM
Como o parque fica na área urbana, o grupo teve que redobrar a atenção para identificar se havia animais cantando nas gravações. Quem ficou responsável por esta etapa foi foi Rafael Felícia da Costa, professor de letras e músico.
“É selecionado o tempo do som, ver o que tem menos interferência externa. Alguns foram mais difíceis, como o som do bugio, que podia ser confundido com barulho de moto, trovão. Tivemos esse trabalho de identificar o canto do animal, o que era orgânico, passar por um programa de computador que ajudou nessa identificação”, explica Rafael.
É possível ouvir os sons do parque de Votorantim de qualquer lugar do Brasil. Isso porque o grupo disponibilizou todos as captações em um site.
Rafael Felícia da Costa, professor de letras e música. Rafael atuou para identificar os cantos dos animais em meio às gravações captadas
Antônio Ferreira/TV TEM
Os pesquisadores explicam que muitas espécies nunca foram vistas no parque e alguns animais só foram mapeados pelo som que foi captado. É o caso do pássaro Urutau, que tem hábitos noturnos e vocaliza tons de melancolia.
Placa com QR Codes permite aos visitantes do parque acessarem o site com todas as gravações
Antônio Ferreira/TV TEM
Mas afinal, o som da natureza pode ser considera uma orquestra? O Luís Gustavo Laureano, maestro e coordenador da Escola Música de Votorantim responde essa pergunta.
“A música é formada por uma intenção. Uma palma, por exemplo, é música ou não é música? Eu acredito sim que os pássaros e todas as outras organizações sonoras da natureza fazem música, de forma intuitiva. Isso se chama paisagem sonora. Quando vamos para um espaço natural, não apreciamos só o visual daquele espaço, aprecio também uma paisagem sonora”, aponta Luís.
Luís Gustavo Laureano, maestro e coordenador da Escola de Música de Votorantim (SP)
Antônio Ferreira/TV TEM
O maestro ressalta dois grandes compositores que utilizaram elementos da natureza para crias peças sinfônicas. Um deles é o francês Olivier Messian, que compôs a peça “La Merle Noir”. Ouça abaixo:
Para Angélica, a natureza tem sua própria sinfonia. Com a mistura de melodia dos animais, do som das paisagens e dos elementos naturais, a bióloga ouve uma orquestra em um palco verde e livre.
“A natureza também tem a sua orquestra natural e cada ser vivo faz parte dessa orquestra e precisa ser preservado.” ressalta Angélica Felício.
Parque Ecológico do Matão, em Votorantim (SP), foi palco de pesquisa sobre os sons da natureza
Antônio Ferreira/TV TEM
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