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Defesa de menina negra de 4 anos empurrada em fila de escola por homem vê indícios de racismo

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Em depoimento, filho do agressor diz que pai “odeia quem é de olho castanho”. Caso aconteceu na segunda-feira e guarda registrou um Termo Circunstancial de Ocorrência por vias de fato. Polícia investiga o caso. Câmera registrou momento que homem empurra menina de 4 anos
Em depoimento para polícia, o filho do homem que empurrou uma menina de 4 anos em uma escola pública de Campo Grande (MS) disse que o pai “só gosta de quem tem olho azul”. O caso foi registrado com um termo circunstancial de vias de fato, que não é crime, mas a defesa da criança levantou a hipótese de racismo diante do depoimento do filho do acusado.
O caso aconteceu na segunda-feira (11), por volta das 7h, quando as crianças estavam esperando pelo início do dia letivo. Circuito de segurança registrou o momento que o autor, de 32 anos, invade o pátio e empurra a menina, que esta segurando uma mochila de rodinhas. O homem ainda aponta o dedo para a criança enquanto tira o garoto de perto da aluna. A diretora da escola também relatou que teve o braço esquerdo apertado e foi empurrada. Veja o vídeo acima.
“Perguntado sobre o ocorrido, a criança conta que a vítima só o abraçou essa única vez, e declara com suas palavras: ‘O meu pai não gosta que me pega, é porque meu pai só gosta de quem tem olho azul, ele odeia quem é de olho castanho”, ressalta a defesa, em nota.
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Para a polícia, o autor que o filho tem “fobia e não gosta que abracem ele”, e que pediu para a monitora e para a diretora afastar os dois, mas ninguém o atendeu. Por isso, conforme divulgou a polícia, ele ficou nervoso e entrou no pátio. Ainda segundo o boletim de ocorrência, o homem disse na sala da diretora para o filho bater na menina caso ela se aproximasse novamente dele.
Pai de aluno empurrou criança de 4 anos em uma escola municipal de Campo Grande.
Reprodução
A princípio, a polícia havia afirmado que a hipótese de racismo havia sido descartada após os depoimentos. No entanto, nesta sexta-feira (15), a polícia afirmou que os fatos seguem em investigação pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) em uma investigação abrangente, mas que a dinâmica e tipificação dos incidentes estão sob sigilo das autoridades policiais.
“A declaração do infante (filho do autor) deixa claro o preconceito existente e enraizado, cujo qual, a criança tem plena consciência apesar de sua pouca idade, mas que a polícia não”, afirmou a defesa da menina.
Crime
Desde janeiro de 2023, a injúria racial é um crime equiparado ao de racismo, com pena de até 5 anos de reclusão.
Na definição legal, incitar comportamentos preconceituosos também deve ser punido na forma da lei.
A diferença entre injúria e racismo é que a primeira diz respeito a crimes cometidos contra uma pessoa apenas e o segundo, quando envolve um coletivo.
O caso
Um homem de 32 anos foi levado para delegacia em Campo Grande (MS) após agredir a diretora de uma escola municipal, de 69 anos, e uma criança, de 4, que havia abraçado o filho dele, também de 4 anos. Câmera e segurança da unidade registrou o momento que o homem, de blusa vermelha, empurra a criança, que segura uma mochila de rodinhas rosa.
A Guarda Civil Metropolitana foi acionada e conduziu os envolvidos para a DEPCA, onde foi feito um Termo Circunstancial de Ocorrência. O suspeito foi procurado, mas não atendeu o g1. Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que deu todo apoio à diretora da escola e às famílias, e está acompanhando o caso.
O autor disse para a polícia que o filho tem “fobia e não gosta que abracem ele”, e que pediu para a monitora e para a diretora afastar os dois, mas ninguém o atendeu. Por isso, conforme divulgou a polícia, ele ficou nervoso e disse que iria entrar para afastar as crianças, mas foi impedido pela diretora porque não era permitido a presença de pais no pátio.
A diretora disse em depoimento que o homem segurou o braço dela com força e a empurrou para longe do portão, entrou no pátio, empurrou a menina, pegou o filho dele e foi embora. De acordo com o autor, ao chegar na esquina, repensou sua atitude, se arrependeu e voltou com o menino para a escola e seguiu até a sala da diretora, que estava registrando o ocorrido em ata escolar.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, o homem disse na sala da diretora para o filho bater na menina caso ela se aproximasse novamente dele.
Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:

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