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Valdemar Costa Neto afirma à PF que foi pressionado por Bolsonaro para questionar resultado da eleição

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A Polícia Federal intimou mais 25 militares e civis para depor sobre a tentativa de golpe de Estado depois da última eleição; 14 usaram o direito constitucional e permaneceram calados. Valdemar Costa Neto afirma à PF que foi pressionado por Bolsonaro para questionar resultado da eleição
Jornal Nacional/Reprodução
A Polícia Federal intimou para depor mais 25 militares e civis. 14 usaram o direito constitucional e permaneceram calados. Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Jair Bolsonaro, depôs e afirmou à Polícia Federal que ele questionou o resultado da eleição no TSE porque foi pressionado por Bolsonaro.
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi um dos que recorreram ao direito constitucional de não produzir prova contra si mesmo. O general Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice na chapa de Bolsonaro, em 2022, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que também foi comandante do Exército, e o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos também não responderam as perguntas da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe.
Silenciaram também Augusto Heleno, ex-ministro da Segurança Institucional, e o coronel do Exército Marcelo Costa Câmara. Para não responder a questionamentos, os depoentes alegaram que não tinham tido acesso à íntegra dos processos.
Entre os que responderam às perguntas está Valdemar Costa Neto, presidente do PL, o partido pelo qual Bolsonaro tentou a reeleição. Valdemar afirmou que “não participou de reuniões com ministros de estado do governo Bolsonaro”.
O presidente do PL disse à PF que não estava presente na reunião de Bolsonaro com ministros e militares do alto escalão em julho de 2023. Valdemar foi questionado sobre a fala de Bolsonaro na reunião, quando o ex-presidente afirmou – sem provas – que houve fraude nas eleições de 2022.
À PF, Valdemar afirmou “que não concorda com a fala do presidente Bolsonaro, pois já participou de varias eleições e nunca presenciou nada que desabonasse o sistema eleitoral brasileiro. Inclusive, orientou a bancada do partido a votar contra a implementação do voto impresso”.
Em 2022, após o segundo turno das eleições, o PL entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral pedindo a verificação extraordinária do resultado do segundo turno das eleições. Para pedir a invalidação dos votos de mais de 250 mil urnas, o partido entregou ao TSE um relatório elaborado por uma consultoria privada — o Instituto Voto Legal. No depoimento, Valdemar disse que foi pago aproximadamente R$ 1 milhão ao instituto.
Questionado sobre de quem foi a ideia de contratar o Instituto Voto Livre, Valdemar declarou “que a ideia surgiu entre os deputados do Partido Liberal e do então presidente Jair Bolsonaro” e que “o então ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, indicou que procurassem o Instituto Voto Legal, pois poderiam ajudar”.
O instituto não encontrou nenhuma prova das supostas fraudes no sistema eleitoral. E então presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, multou o PL em R$ 22,9 milhões por má-fé na apresentação do documento.
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A Polícia Federal também indagou Valdemar se desde o inicio da contratação do Instituto Voto Livre já havia sido pactuada a produção de um relatório sobre o funcionamento das urnas eletrônicas. Ele respondeu quesim, pois foram contratados para isso. Todavia, nunca foi apresentado nada consistente .
O presidente do PL também foi indagado se foi encontrada alguma irregularidade que colocasse em risco o resultado do primeiro turno das eleições de 2022, e respondeu que não.
E por que então ele entrou com a ação? Valdemar respondeu que quando houve o vazamento do relatório contratado pelo partido, os deputados do PL e então presidente Bolsonaro o pressionaram a ajuizar tal ação no TSE.
O presidente do PL também foi questionado pela Polícia Federal sobre as chamadas “minutas do golpe”. Valdemar respondeu que recebeu os documentos de uma pessoa que não era identificada. Valdemar disse que “sempre descartou os documentos recebidos, pois eram apócrifos”, não tinham assinatura. Indagado quando e onde triturou documentos, respondeu que descartou os documentos na sede do partido.
Outro depoente é o general de brigada reformado Laércio Vergílio. A PF investiga o general sob a suspeita de participar de um núcleo de oficiais de alta patente que influenciava e incitava apoio de militares à tentativa de golpe para manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder. O general negou ter participado de qualquer plano de golpe de Estado.
Os agentes apresentaram áudios de conversas do general Vergílio com Ailton Gonçalves, um militar que tinha sido expulso do Exército. Em um dos áudios, Vergílio afirma: “Tem que ser dada a missão ao comandante da brigada de operações especiais de Goiânia de prender o Alexandre de Moraes, no domingo, na casa dele”.
Vergílio confirmou que tinha sido o autor do áudio e que não sabe dizer como se daria uma suposta prisão do ministro, porque estava na reserva desde 2000 e apenas deu sua opinião em relação a esse fato.
No depoimento do militar da reserva Cleverson Magalhães, a Polícia Federal indicou que, em uma reunião em novembro de 2022, militares podem ter definido um orçamento de R$ 100 mil para custear a ida de manifestantes a Brasília. A Polícia Federal já tinha apontado que o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira pediu esse mesmo valor a Mauro Cid para organizar os atos antidemocráticos.
O Jornal Nacional não conseguiu contato com Ailton Gonçalves Barros e com as defesas de Laércio Virgílio e de Rafael Martins. A defesa de Valdemar Costa Neto afirmou que ele não vai comentar o caso. A defesa de Cleverson Magalhães declarou que ele não participou nem tomou conhecimento de negociações para um golpe. A defesa de Jair Bolsonaro não retornou o contato do JN.
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