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Júri de policial acusado de matar dois durante show em Piracicaba é remarcado para junho


Adiamento foi definido pelo juiz do caso, após um laudo pericial solicitado pelo MP ser entregue na véspera do julgamento, que estava marcado para esta quinta-feira (18). Confusão em festa sertaneja termina com dois mortos e um baleado em Piracicaba
Divulgação
A Justiça de Piracicaba (SP) remarcou para junho a data do júri popular do policial militar acusado de matar duas pessoas e deixar outras três feridas ao realizar disparos dentro de um show sertanejo, em novembro de 2022. O tribunal aconteceria nesta quinta-feira (18).
O caso aconteceu em um evento no Parque Unileste e os tiros disparados mataram Leonardo Victor Cardoso, de 25 anos, e Heloíse Magalhães Capatto, de 23 anos. Além disso, ficaram feridas pelos tiros outras três pessoas de 20, 21 e 27 anos.
Esse é o segundo adiamento do júri. O primeiro ocorreu depois de um pedido do Ministério Público. Segundo o promotor Aluisio Antonio Maciel Neto, o pedido veio após a defesa anexar, no último dia do prazo, um parecer feito por peritos particulares contratados.
“O parecer trouxe conclusões que fogem completamente às provas dos autos. Foi um apanhado de argumentos retóricos que não guardam qualquer relação com o que foi apurado”, argumentou.
Com isso, o MP pediu esclarecimentos aos peritos do caso. Para isso, o júri desta teve que ser redesignado para que os peritos tivessem tempo hábil para analisar os novos documentos.
O novo laudo pericial solicitado pela Promotoria foi apresentado à Justiça nesta quarta-feira (17), na véspera da nova data do julgamento. Pelo curto espaço de tempo para que as partes tenham acesso às informações, o juiz Luiz Antonio Cunha decidiu por um novo adiamento.
“Pela complexidade apresentada, uma vez que depende de ciência às partes, com prazo para eventual impugnação ou mesmo necessidade de complementação pelos interessados, […] fica prejudicado o julgamento perante o Tribunal do Júri que está designado para a data de amanhã, 18 de abril, tudo para que se garanta a garantia do contraditório e a ampla defesa”, justificou o magistrado em despacho.
O laudo que chegou nesta quarta traz esclarecimento do perito oficial do caso, informou Maciel Neto. “O laudo apenas rebateu os pontos apresentados pelo parecer contratado da defesa”, informou.
A nova data para julgamento de Leandro Henrique Pereira pelo tribunal do júri é 6 de junho deste ano. Ele é acusado de dois homicídios com quatro qualificadoras e por três tentativas de homicídio. O tribunal do júri deve ouvir na sessão as três vítimas que sobreviveram aos disparos, além de testemunhas de acusação e defesa.
Jovem atingido de raspão por tiro em festa de Piracicaba
Reprodução/EPTV
Nova tese da defesa
Advogado do réu, Mauro da Costa Ribas Junior, informou ao g1 que o parecer feito por peritos particulares que a defesa anexou ao processo foi feito com provas periciais que apontam que Pereira não foi autor de todos os disparos.
“A defesa vai comprovar em plenário, mediante prova pericial e testemunhas, que o Leandro disparou apenas contra a vítima Leonardo, que estava tentando tomar a arma dele, que estava agredindo no momento que foram efetuados os disparos”, argumentou.
Ele também afirma que havia outro atirador no local, que foi “acobertado” pela Polícia Civil. “E a gente vai provar isso em plenário”, completou.
Segundo o advogado, o parecer mostra que seria impossível Leandro ter feito todos os disparos. “Com base em trajetórias e confrontos balísticos.”
Outros policiais
Além do policial acusado de fazer os disparos, o MP-SP também denunciou por prevaricação um amigo dele e sua esposa, que também são policiais e estavam no local, por não realizarem suas funções e o prenderem. O amigo ainda foi denunciado por auxiliá-lo na fuga do evento, mas fez um acordo judicial e teve seu caso arquivado.
Já a esposa de Pereira foi absolvida em agosto, mas o Ministério Público entrou com recurso da decisão e o caso tramita na Justiça. Anteriormente na ação, o crime pelo qual ela era acusada já tinha sido considerado de menor potencial ofensivo pelo magistrado.
Intervenção em briga e ‘empurra-empurra’
De acordo com a denúncia do MP, os disparos foram realizados após Leonardo, uma das vítimas, intervir em uma briga entre o PM de 25 anos, um amigo seu e uma terceira pessoa.
Já a Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) concluiu que o motivo dos disparos foi um desentendimento após um empurra-empurra no show. Ao finalizar a investigação, a corporação pediu a prisão preventiva do policial militar que efetuou os tiros.
Por ser integrante de uma força de segurança pública, a Polícia Militar, o acusado tinha porte de arma em qualquer lugar de todo território nacional.
Vídeo mostra momento de disparos que mataram dois durante show em Piracicaba
Correria e desespero
Imagens publicadas em redes sociais mostram o momento dos tiros e quando começa a confusão e correria no evento (veja no vídeo acima).
Nas imagens é possível ver os dois artistas no palco, cantando o refrão de uma música. Em seguida ouvem-se os barulhos dos tiros. Em um dos vídeos, uma pessoa que estava no local identifica o som “É tiro, é tiro”. Em seguida começa uma confusão e a imagem é encerrada.
Vítimas
As vítimas que morreram baleadas são dois jovens:
Heloise Magalhães Capatto, de 23 anos, era estudante de Odontologia. Seu corpo foi sepultado no final da tarde de 20 de novembro. A Unicamp emitiu nota lamentando a morte e decretando luto oficial na instituição.
Heloise Magalhães, estudante de odontologia da Unicamp, morreu após ser baleada em festa sertaneja em Piracicaba (SP)
Reprodução
A outra vítima foi Leonardo Victor Cardozo, de 26 anos. Ele foi sepultado também em 20 de novembro, em Piracicaba.
Leonardo Victor Cardozo, de 26 anos, que morreu após ser baleado em confusão em festa sertaneja em Piracicaba (SP)
Reprodução/EPTV
Empresa organizadora do evento, Burn19 Produções, emitiu uma nota sobre o caso na época. “A organização do evento presta toda a solidariedade às vítimas e familiares que foram afetados por esse terrível ocorrido e se coloca à disposição das autoridades para a realização das diligências necessárias, bem como colaborar com os trâmites da investigação em andamento”
A empresa também informou que a festa contava com documentos legais e alvará para acontecer, e que no local do evento tinham seguranças particulares e que havia sim revista pessoal, além de atendimento ambulatorial.
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