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Brasília 64 anos: Do DF para o mundo, brasilienses marcam a história da música nacional


Antes da inauguração da capital federal, Juscelino Kubitschek trazia artistas para cantar no Palácio das Tábuas; mais tarde, Brasília ganhou título de Capital do Rock. No aniversário da cidade, g1 mostra como a música está no DNA do brasiliense. Vinheta especial da comemoração do aniversário de 64 anos de Brasília.
A cena musical brasiliense se expande e cresce. Afinal, desde antes da inauguração, Brasília já era palco para nomes Tom Jobim e Vinícius de Moraes que vinham frequentemente ao planalto central, a convite de Juscelino Kubitschek, e ficavam hospedados no Palácio de Tábuas – como era chamado o Catetinho, primeira residência oficial, construída com madeira.
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Mais tarde, a cidade ganhou o título de Capital do Rock, ritmo tombado como Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal. No aniversário de 64 anos de Brasília, comemorados no domingo (21), o g1 conta como a música faz parte da história do lugar e está no DNA do brasiliense.
🎶Surgimento da música em Brasília
Cena Musical Brasiliense
Zaia Angelo
Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1960. Segundo o historiador João Amador, desde a construção da cidade, Juscelino Kubitschek costumava trazer grandes artistas nacionais para fazer pequenas apresentações na futura capital.
JK gostava de samba, choro, seresta e bossa nova. Mas, nos anos 1960, o rock já ganhava força no país, influenciado pela Jovem Guarda e pelo sucesso dos Beatles.
Pouco mais de 20 anos após a inauguração, Brasília começava a ser chamada de capital do rock, sendo o ritmo tombado como Patrimônio Cultural Imaterial do DF em 2021. O historiador João Amador explica que o título não veio do nada.
“No início dos anos 1980, o rock estava em alta no Brasil inteiro e muitas das bandas de maior sucesso vinham de Brasília, como Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude. A imprensa da época começou a chamar a cidade de Capital do Rock, título que é lembrado até hoje. Em uma cidade com poucas opções de lazer, montar uma banda de rock era uma das principais diversões dos jovens”, conta o historiador .
Mas a capital possui muitos outros gêneros musicais que permeiam sua história. O chorinho está aqui desde a época da construção, e é referência, tendo sua força renovada a cada geração.
“Jacob do Bandolim, famoso chorão que morou na capital em 1967, foi um dos responsáveis pelo embrião do que viria a ser o Clube do Choro, fundado 10 anos depois e que continua forte e ativo na cena musical de Brasília”, lembra João Amador.
🎵 RELEMBRE: Paul McCartney se apresenta no Clube do Choro, em Brasília
Quais os artistas mais ouvidos no DF, e quais os brasilienses que tocam fora do ‘quadradinho’❓
Uma pesquisa divulgada pelo aplicativo de música Spotify mostra que não é só o rock que domina o Distrito Federal. O ranking, feito no fim do ano passado, revela os artistas mais consumidos no DF em 2023, e a lista surpreendeu pelo forte apelo ao sertanejo.
Top 5 artistas:
Henrique & Juliano
Ana Castela
Jorge & Mateus
Gusttavo Lima
Marília Mendonça
Mas, no caminho inverso, tem artista brasiliense fazendo sucesso fora do “quadradinho”, com agendas em outras regiões do Brasil e mundo afora. Veja abaixo alguns deles:
🎵 Hodari
Hodari se prepara para o lançamento do seu segundo albúm de estúdio.
Fernando Schalepfer
Por referência dos avós, o brasiliense Hodari passou a infância ouvindo ritmos cubanos, jazz, blues e samba. Ele conta que aprendeu a gostar dos sons com a avó, que era professora de música.
Eles escutavam música no rádio do carro. Foi assim que, em 2007, Hodari conheceu as primeiras bandas alternativas, o que fez com que o brasiliense começasse a desbravar esse universo.
Ele aprendeu a tocar guitarra com os amigos no ensino médio e, aos 15 anos, formou sua primeira banda, a Skarto. Na época, o grupo fez muito barulho na cena musical brasiliense e levou Hodari a participar de outras bandas e projetos.
Atualmente, ele segue carreira solo e compõe para estrelas pop como Urias, Luisa Sonza e Iza. Hodari também possui no currículo uma indicação ao Grammy Latino na categoria “Melhor álbum de pop contemporâneo em língua portuguesa”, por seu trabalho de estreia “HODARI”.
“Quando eu fiquei sabendo que ia ser indicado ao Grammy, foi muito louco. Eu sempre manifestei isso, eu revisitei stories do começo da minha carreira quando eu estava começando a compor minhas músicas e eu já manifestava muito essa indicação ao Grammy, que veio agora em 2023. Eu achei muito grandioso, por ter nascido e crescido em Brasília, e pela cidade ter esse teto muito baixo e que incentiva muito a gente a não seguir na arte”, diz Hodari
No recém-lançado clipe com a cantora Urias, “Codinome Exagerado”, eles formam um casal. Hodari quis apresentar uma nova perspectiva de realidade com a cantora trans grávida.
Ele reforça a importância das narrativas negras e trans serem diversas, múltiplas. E luta para que sejam cada vez mais representadas, “longe da marginalidade e em locais de holofotes”.
Mesmo tendo alçado voos mais altos, a infância e a adolescência em Brasília ainda são grandes influências para o trabalho do artista.
“Por ser uma cidade muito nova, ainda estamos construindo nossa identidade. Minha dica para os artistas de Brasília, é que eles sigam para onde for preciso para realizar seus objetivos, seus sonhos”, diz o músico.
🎸Lupa
Múcio, Junin e Lucas integrantes da banda brasiliense de rock.
Lupa
Com rock autêntico, a Banda Lupa furou a bolha musical brasiliense e viaja o Brasil fazendo shows. Formada pelo vocalista Múcio Botelho, Lucas Moya e Junin, os meninos se intitulam “a tua nova banda favorita”.
“Brasília tá em tudo que a gente faz. Essa cidade moldou a gente e agora a gente tá moldando ela. Isso é o mais incrível e importante de ser artista aqui: a capacidade de ajudar a construir a identidade de Brasília”, diz Múcio Botelho.
Atualmente, a Lupa tem 81 mil ouvintes mensais no Spotify e turnês pelas principais cidades do país.
Artistas e grupos icônicos do rock nacional, como Legião Urbana, Capital Inicial e Paralamas do Sucesso nasceram e brilharam na capital, sendo referência para grande parte dos jovens dos anos 1980. Não foi diferente para os meninos do Lupa, que cresceram tendo as estrelas do rock como referência.
“Quem nasce em Brasília tá amarrado desde cedo com o rock. O rock gringo me fez querer ser famoso. O rock de Brasília me fez querer ser revolucionário. Eu cresci brincando nos pilotis onde Renato, Herbert, Cássia e Dinho passaram. Estagiei no prédio onde as bandas da geração de 80 tinham estúdio. Vivi a fase de ouro do Capital e Raimundos. Não tinha como ser diferente”, diz Múcio .
Recentemente a banda lançou seu segundo álbum de estúdio “SUCESSO A QUALQUER CUSTO”
Lupa
🎤Medro
Medro em cena do seu clipe “Ainda Sem Nome”
Martiz Latina e Lídice Silveira.
Nascida em Taguatinga, a cantora Medro já participou de duas bandas. Atualmente, em carreira solo, ela está alçando voos e colhendo frutos.
Ela conta que seu álbum lançado recentemente, “Música Travesti Brasileira”, o intuito é falar, por meio da música, sobre as vivências trans e travesti. Medro diz que a música e Brasília são fundamentais para ela.
” Brasília é uma cidade muito nova ainda, e eu acho que a gente está construindo agora o que seria essa cultura brasiliense, quais são esses aspectos que dão característica a esse território. Trazer esse nome, ‘Música Travesti Brasileira’, para uma cultura que ainda está se formando, para mim é muito importante e muito potente, porque é isso, antes dos nossos primeiros 100 anos a gente já tem aí uma artista trazendo esse nome, desse movimento, uma música travesti brasiliense”, diz a cantora.
Medro toca na ferida da sociedade com sua lírica e batidas fortes, mostrando resistir aos preconceitos. Mas também não deixa o romântico de lado, nem as referências à infância nos anos 1980.
“O meu primeiro contato com a música foi com o LP, de lado A e lado B. Então, eu também quis trazer um pouco dessa origem musical, dessa querência musical da minha infância para os dias de hoje. Esse lado A é um pouco mais MPB, um pouco mais tranquilo. Enquanto o lado B traz uma característica da música travesti no Brasil, que é muito forte, que é o que vai falar sobre os tabus, que é o que vai falar sobre a noite, sobre a festa, sobre a sarjeta”, afirma Medro.
Através dos seus sons, ideais e estilos, esses brasilienses – e outros – conquistam fãs no DF e no Brasil com suas músicas. E Brasília vai crescendo, de fora para dentro e de dentro para fora, por meio da música. 🎵🎵🎵
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