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Dia do Fígado: Brasil gasta cerca de R$ 300 milhões com tratamento de doenças hepáticas por ano no SUS, diz UFMG


País gasta mais com transplante de fígado, mas pesquisadores defendem que o foco maior deve ser prevenção de doenças hepáticas. Acre é único estado da região Norte a fazer operações de transplante de fígado
Gleison Luz
O Brasil gasta todos os anos cerca de R$ 300 milhões com o tratamento de doenças hepáticas no Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) publicada nesta sexta-feira (19), quando é celebrado o Dia Mundial do Fígado.
A taxa de mortalidade relacionada a essas enfermidades – como câncer, cirrose e hepatite viral crônica – vem crescendo nos últimos anos.
O percentual subiu de 16%, em 2014, para 19% em 2021, segundo dados fornecidos por Ministério da Saúde, estados e prefeituras e coletados pelos pesquisadores por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS).
“Em 2020, uma a cada 33 mortes registradas no Brasil foi causada por doenças do fígado. Nós temos uma taxa de mortalidade maior do que os Estados Unidos e a maioria dos países da Europa. É uma situação preocupante, e nós não temos prestado muita atenção”, afirmou André Oliveira, pesquisador e professor do Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG.
O estudo, publicado na revista The Lancet Regional Health – Americas, também identificou o impacto das variações demográficas na incidência dessas doenças.
No Sul e no Norte do país, o câncer de fígado é a causa de morte mais comum, enquanto no Nordeste e no Centro-Oeste a doença hepática alcoólica é a principal responsável pela mortalidade. Além disso, os homens são mais afetados do que as mulheres.
Mais gastos com transplante
Dos gastos anuais com doenças hepáticas no SUS, a maior parte, quase 70% do total, é destinada à realização de transplantes de fígado – atualmente, há cerca de 2,3 mil pessoas na fila de espera.
Mas o acesso a esse procedimento também é desigual no país: é maior nas regiões Sul e Sudeste e menor no Norte – o Acre é o único estado da região a fazer esse tipo de operação.
“O transplante de fígado é a última estratégia possível para o paciente, realizado quando não há mais o que fazer. O custo é elevado e não é um tratamento definitivo, porque o paciente pode apresentar intercorrências depois”, disse o professor.
Prevenção deve ser o foco
Por isso, os pesquisadores defendem mudanças no padrão dos gastos da saúde pública, com foco maior no diagnóstico precoce e na prevenção. Alimentação balanceada, prática de exercícios físicos e controle do consumo de álcool são importantes para a saúde do fígado.
“Boa parte dessas doenças pode ser prevenida. A realização de campanhas mais específicas, dependendo da região e do grupo social, contra o uso abusivo de álcool e a má alimentação pode ser importante”, destacou o professor André Oliveira.
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