• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

Menina de 9 anos é vítima de estupro e maus-tratos em Campos; perdeu cerca de 10 kg e estava há dias sem banho, diz delegada


Pais, suspeitos do crime, foram preso na tarde desta quinta-feira (18) numa pousada em São João da Barra. Criança também frequentou pouco a escola. Casal foi preso suspeito de estupro e maus-tratos contra a filha de 9 anos em Campos
Reprodução Inter TV RJ
Uma menina de 9 anos foi vítima de estupro e maus-tratos em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Segundo a Polícia Civil, os pais são os principais suspeitos do crime e foram presos na tarde desta quinta-feira (19) em uma pousada na cidade de São João da Barra.
O casal estava no município vizinho por medo após manifestações, no último sábado (13), realizadas por vizinhos pedindo justiça.
A delegada titular da Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam) de Campos, Juliana Oliveira, responsável pelo caso, disse que a menina foi internada, no fim do mês passado, em um hospital particular de Campos com sintomas de vômito e perda de peso.
“Ela teve uma perda de peso abrupta, de aproximadamente 10 kg. E ela vomitava, não se sentia bem, ela não conseguia comer. Ela já estava há uma semana sem tomar banho e há um mês sem lavar o cabelo. Ela chegou com a cabeça infestada de pilho e com feridas na cabeça, de tanto piolho que a menina tinha”, disse a delegada.
A delegada explicou ainda que os maus-tratos ficaram logo evidenciados pelas condições da menina. Mas só depois, com a passagem dela pela ginecologista do hospital, que caso foi além da negligência. O estupro ficou constatado, segundo a polícia, devido ao rompimento do hímen e outras marcas encontradas no corpo da menina.
Durante uma coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (18), a delegada revelou que por duas vezes foi até o hospital conversar com a criança, que estava muito assustada e com medo.
“Eu tentava conversar com ela e ela puxava a colcha e colocava na boca e teve uma hora que ela falou para mim assim: ‘Tia eu tô com muito medo, me ajuda’. E eu falei: ‘Eu tô aqui pra te ajudar, mas eu preciso que você me fale quem fez isso com você’. E ela não conseguia falar porque, imagina, né, são as pessoas que ela têm como referência. E eu falei assim: ‘Por que você não contou pra alguém?’ ‘Porque senão ele vai me matar’ ”, disse a delegada.
A menina foi internada no dia 21 de março, mas o caso só chegou ao conhecimento da polícia sete dias depois, quando a criança passou por exames.
“Existe um histórico de internações recentes da criança. A partir de fevereiro deste ano foram 12 passagens pelo hospital da Unimed e muitas delas sem motivo clínico aparente. A mãe relatava que ela vomitava muito, muito provavelmente por causa do abalo emocional diante esses abusos que ela sofria”, explicou a delegada.
Segundo a polícia, os pais foram indiciados dentro do inquérito por estupro de vulnerável e maus-tratos. Mas só nesta quinta-feira (18), a Justiça decretou a prisão preventiva do casal.
“Há elementos que evidenciam que os dois eram negligentes nos cuidados com a menor, com relação à higiene, com relação à alimentação…e do estupro também. Todos os dois tiveram conduta ativa no crime de estupro”, afirmou a delegada.
A menina teve alta do hospital na última segunda-feira (15) e está sob os cuidados de um abrigo. O casal foi transferido para o presídio onde vai ficar a disposição da Justiça.
O g1 tenta contato com a defesa do casal. Na coletiva, a delegada disse ainda o pai, acompanhando de um advogado, negou as acusações e se manteve em silêncio. Quanto a mãe, a delegada disse:
“A mãe tentou passar uma postura de muito cuidado com essa menina. Existia até uma sensação, no início, de um excesso de zelo por parte dos pais. Na verdade, essa era uma impressão que os próprios pais tentavam dar a ela. Ela não tomava banho, porque ela não queria, e a mãe não queria forçar ela a tomar banho. Ela não se alimentava porque ela não queria, então a mãe [dizia] ‘tudo bem, se ela só quer comer hambúrguer, ela só come hambúrguer’. Então, parecia que ela era só uma mãe permissiva. Mas, depois, com os relatos…a gente começou a perceber que aquilo ali não era verdade”.
“Aquela impressão que ela tentava passar de uma mãe super protetora, na verdade, era para encobrir o que a menina estava passando dentro de casa”, concluiu a delegada.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.
 
 
  • New Page 1