Estudantes piauienses selecionam, leem e analisam obras clássicas e contemporâneas e compartilham suas impressões com milhares de seguidores. Data instituída pela Unesco homenageia nomes fundamentais da literatura mundial: Shakespeare e Cervantes. Criadores de conteúdo divulgam obras e incentivam hábito da leitura nas redes sociais
Arquivo pessoal
Apaixonados por literatura e sempre com um livro em mãos, os divulgadores literários Guilherme Torres e Ariane Moraes criam conteúdo, cada qual à sua maneira, sobre obras célebres e outras não tão conhecidas – mas igualmente impactantes – para as redes sociais, onde estimulam o hábito da leitura entre seus seguidores.
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O Dia Mundial do Livro, instituído em 1995 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é comemorado todo 23 de abril, uma homenagem a três nomes importantes da literatura mundial que faleceram nesta data, em 1616: William Shakespeare, Miguel de Cervantes e Inca Garcilaso de La Vega.
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Vídeos curtos e fuga dos clichês
Estudante de Jornalismo na Universidade Federal do Piauí (UFPI), Guilherme Torres começou a cultivar as leituras ainda na infância, influenciado pelas aventuras da Turma da Mônica e da franquia Harry Potter. Atualmente, seu perfil pessoal conta com 7,4 mil seguidores.
“Hoje possuo um hábito de leitura quase profissional e converso diariamente com leitores de todo o Brasil e também de Portugal. A ideia é fazer com que, em um mundo digital repleto de entretenimentos diversos, as pessoas parem um ou dois minutinhos para conhecer um livro legal, uma história bacana”, conta o estudante ao g1.
Estudante piauiense sugere e analisa livros em vídeos curtos para as redes sociais
Arquivo pessoal
O repertório de Guilherme apresenta propostas que fogem da “jornada do herói” e do padrão de romance convencional, geralmente encontradas em obras clássicas como Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez e A metamorfose, de Franz Kafka, além das contemporâneas, como Torto arado, de Itamar Vieira Júnior.
Em seu perfil no Instagram, o divulgador literário aposta nos reels, vídeos curtos amplamente compartilhados na rede social, nos quais narra as histórias e analisa, de forma crítica, os livros que sugere aos seguidores, sempre presentes em sua biblioteca pessoal.
“É um processo trabalhoso, claro, mas muito gratificante. Sempre recebo mensagens de pessoas que, após assistirem a algum vídeo meu, retornaram às leituras em meio ao cotidiano de ansiedade e instantaneidade, o que me deixa feliz e realizado. Este é o propósito”, comenta Guilherme.
Guilherme encontrou Itamar Vieira Júnior durante voluntariado no Salão do Livro do Piauí
Arquivo pesoal
Sonho realizado e público feminino
A trajetória de Ariane Moraes até o universo literário contou com alguns percalços, mas teve um final feliz: em 2021, a jovem chegou a se mudar para a Argentina a fim de estudar Medicina. Três anos antes, havia trancado o curso de Direito.
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Enquanto esteve no país vizinho, a acadêmica percebeu que se aproximava cada vez mais da literatura, enquanto estudava disciplinas completamente diferentes. Ela se encheu de coragem e decidiu buscar realizar o sonho de cursar Letras na UFPI. E voltou ao Piauí.
Nas redes sociais, onde hoje tem mais de 13 mil seguidores, o conteúdo da estudante também é composto de vídeos curtos, em que elenca curiosidades a respeito de autores, filmes, séries e músicas relacionados à literatura nacional e internacional.
Algumas das obras incluídas no feed são Punição para a inocência, de Agatha Christie; Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio Almeida; e Perto do coração selvagem, de Clarice Lispector.
“Gosto de divulgar livros de suspense e mistério, dos contemporâneos aos clássicos. Minha audiência é composta principalmente por mulheres, entre 18 e 34 anos, e elas são bastante engajadas com o que compartilho. Além de trabalhar os gêneros de que mais gosto, abordo o que leio e aprendo na universidade”, observa Ariane.
Jovem deixou curso de Medicina na Argentina para viver sonho de estudar Letras
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“Hoje, ao conhecer meu público, procuro indicar o que eles gostam de ler. Isso afeta meu próprio gosto, já que sou desafiada a cada leitura, mas também não me distancio do que costumo consumir. Quero investir mais para continuar falando de livros na Internet, fortalecendo a democratização da literatura, que é o ponto inicial dessa jornada”, completou.
Divulgadora literária aborda livros clássicos e atuais para público majoritariamente feminino
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