Um dos cães, o vira-lata apelidado de Carioca, apareceu no campus há cerca de três semanas. Atualmente, ele e a gata Teresa aguardam um lar. Projeto existe há 12 anos e já contribuiu com a adoção de diversos animais. Teresa e carioca, animais que estão disponíveis para adoção pelo projeto voluntário da Ufscar
Arquivo Pessoal
“Cachorro malhado, macho, de porte médio, em busca de um lar. Carinhoso e sociável com outros cachorrinhos”. A descrição fala sobre o Carioca, cão sem raça definida que apareceu no campus da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) que fica Sorocaba (SP) há cerca de três semanas e chamou a atenção dos estudantes e funcionários.
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Ana Paula Ponce Shiguehara, é formada em biologia pela UFSCar e atualmente faz mestrado em restauração florestal na universidade. Ela é uma das idealizadoras de um projeto que existe há pelo menos 12 anos e que divulga os animais que aparecem no campus.
Segundo Ana, antes de colocar o animal para adoção, os estudantes fazem uma busca para ter certeza que não se trata de um cão desaparecido.
“Primeiro divulgamos nos grupos da região para ver se ele não fugiu de algum sítio ou casa próxima ao campus, pois como a universidade está dentro de uma área rural, é muito comum esses bichinhos fugirem e virem pra cá. Caso tenha tutor, a gente avisa sobre o paradeiro e ele vem buscar”, explica.
Mas não foi o caso do Carioca. Depois de uma busca frustrada por possíveis tutores, os estudantes decidiram começar uma campanha de adoção.
“Esses animais que permanecem por lá são normalmente abandonados. Como a universidade é um espaço púbico, todos tem acesso e esses casos, infelizmente, acabam acontecendo”,
Mas antes de ser capturado, o Carioca fez sucesso pelo campus. Chegou a “acompanhar” uma aula em cima do palanque da sala e divertiu os estudantes.
Carioca circulou por três semanas na universidade e foi resgatado pelo projeto de adoção
Arquivo Pessoal
Além do cão, que está temporariamente na casa de Ana enquanto aguarda um adotante, o grupo também está cuidando de uma gata que está disponível para adoção. É a Teresa, que está castrada e tem aproximadamente um ano. A gata foi resgatada na região próxima à universidade.
Ana conta que muitos animais já conseguiram um lar por meio da divulgação feita pelos estudantes, inclusive o pai da Ana adotou uma cadelinha que foi resgatada pelos voluntários, a Maria Quitéria.
“Minha família sempre amou muito os animais e sempre cresci fazendo esse tipo de resgate. Quando entrei na universidade, me identifiquei com a causa e vi a necessidade de continuar o projeto, já que é comum aparecer animais por lá”, conta.
Maria Quitéria, cadela adotada pelo pai de Ana, uma das idealizadoras do projeto “Ufscão”
Arquivo Pessoal
Operação resgate
Uma das histórias de resgate mais inusitadas foi protagonizada por um gatinho, que “morou” dentro de um conduíte aberto em uma caixa de energia de um dos prédios administrativos.
“Fizemos uma operação para conseguir resgata-lo. Foram quase duas semanas tentando com ajuda de uma gatoeira. Mas deu certo e o gato, que é fêmea, foi adotada e se chama Pitico”,
Pitico foi encontrada pelos estudantes “morando” dentro de um conduíte em um prédio da Ufscar. Após várias tentativas, a gata foi resgatada e adotada
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Ana está a frente do projeto há seis anos. Além dela, atualmente, outra quatro voluntárias participam da iniciativa, sendo duas técnicas da universidade, Izabel e Bruna, e duas estudantes, Lae e Aline.
“A UFSCão é formada por voluntários da UFSCar, sejam alunos, técnicos ou professores. Atualmente, temos técnicos e alunos de graduação e pós graduação no projeto. Mas ainda somos uma equipe muito reduzida e fazemos o possível com os recursos que temos”, afirma.
Ana Paula Ponce Shiguehara, uma das responsáveis pelo projeto “Ufscão”, dá lar temporário para animais resgatados no campus
Arquivo Pessoal
Como adotar
O projeto “UFSCão” faz a divulgação dos animais disponíveis para adoção pelas redes sociais. É por lá também que os interessados podem entrar em contato e saber mais informações sobre os bichinhos.
Além de divulgar os animais que aguardam um lar, os voluntários também divulgam os “finais felizes”, histórias de animais que foram adotados e deixaram o abandono.
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