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De sanatório para tratamento de tuberculosos a cartão postal: linha do tempo mostra os 100 anos do Parque Vicentina Aranha


Árvores de mais de 70 anos, prédios históricos tombados como patrimônio, galinhas d’angola que interagem com os visitantes, a fauna e a flora diversificadas e história de trabalhadores e pacientes fazem parte dos 100 anos do Vicentina. Abertura do Parque Vicentina Aranha em 2007
Divulgação/AJFAC
A estrutura do atual Parque Vicentina Aranha, que leva o nome de uma dama da alta sociedade, faz 100 anos neste sábado (27). Além de parque, o local já foi sanatório, hospital geriátrico e teve o terreno original de parte dos bairros Vila Ema, Jardim Esplanada e todo o Jardim Apollo 1 e 2 dentro de sua área.
O parque é conhecido pelos joseenses como um destino de lazer, seja para uma caminhada, pela paisagem, o contato com a natureza ou a beleza dos prédios, que têm a estrutura construída nos anos 1920 e que encantam a população local e turistas.
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De acordo com o parque, o local recebe uma média mensal de 55 mil visitantes, que participam de eventos culturais, feiras de artesanato e outras diversas atrações ao público ou que vão ao espaço apenas para relaxar.
No centenário do atual Parque Vicentina Aranha, o g1 conversou com o professor e historiador do parque, David de Albuquerque, que relembrou a história do antigo sanatório e como o local foi importante para o desenvolvimento da região.
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Linha do tempo
Há exatos 100 anos, o parque era um importante sanatório. Em 1924, foi inaugurado em São José dos Campos o que viria a ser, para a época, o maior centro de tratamento para tuberculose da América Latina.
O local se tornou um endereço de esperança, em um período em que a doença era, quase sempre, fatal. Pessoas doentes do Brasil inteiro vinham para o sanatório em busca de tratamento.
Veja a linha do tempo:
Em 1924, o prédio é inaugurado, com o pavilhão central e outros dois pavilhões, todos do mesmo tamanho.
TV Vanguarda
Em 1924, o prédio é inaugurado, com o pavilhão central e outros dois pavilhões, todos do mesmo tamanho. Ao todo, o local tinha 488 metros quadrados, além de espaço para refeitório, lavanderia e residências para funcionários e administradores, que ficavam aos fundos.
Em 1932, um novo pavilhão foi construído pela companhia paulistana de estradas de ferro.
TV Vanguarda
Em 1932, um novo pavilhão foi construído pela companhia paulistana de estradas de ferro.
Parque Vicentina Aranha
Carlos Santos/ G1
A capela, ao lado do bosque, foi inaugurada em 1938.
Em 1982, o último médico deixa de atender no sanatório, que passa a ser um hospital geriátrico.
TV Vanguarda
Em 1982, o último médico deixa de atender no sanatório, que passa a ser um hospital geriátrico.
Em 2004, as operações foram encerradas.
TV Vanguarda
Em 2004, as operações foram encerradas.
Em 2006, a prefeitura de São José dos Campos comprou o terreno da Santa Casa.
TV Vanguarda
Em 2006, a prefeitura de São José dos Campos comprou o terreno da Santa Casa
Um ano depois, em 2007, os muros que cercavam o terreno foram demolidos e o local foi entregue como parque.
TV Vanguarda
Um ano depois, em 2007, os muros que cercavam o terreno foram demolidos e o local foi entregue como parque.
Prédio do Complexo do Parque Vicentina Aranha passa por obra de restauro em 2019.
Charles de Moura/Prefeitura de SJC
Entre 2014 e 2019, obras de restauro foram feitas nos pavilhões Alfredo Galvão, São José e Companhia Paulista.
Capela do Parque Vicentina Aranha em São José dos Campos (SP)
Claudio Vieira/PMSJC
Em 2022, a obra de restauro da Capela Sagrado Coração de Jesus foi finalizada.
Vicentina Aranha foi um ícone de ações filantrópicas em favor dos enfermos de tuberculose. Ela empresta o nome ao parque.
Divulgação/ Parque Vicentina Aranha/ Arte-G1
Quem foi Maria Vicentina (Aranha) de Souza Queiróz ?
Antes da história do Sanatório, há a história da dama por trás do nome, Maria Vicentina de Souza Queiróz, neta do Barão de Souza Queiróz, ou também conhecido como Barão de Limeira.
De acordo com David, como uma dama da sociedade, Maria não tinha aptidões profissionais, contudo, entendia que tinha que participar de seu meio social de alguma forma. Assim, ela organizava bailes, festas, jantares e rifas para que pudesse angariar fundos para obras de caridade, voltadas à assistência para pessoas com tuberculose, mas que não tinham recursos para o tratamento hospitalar.
Casada com Olavo Egídio de Sousa Aranha, também de família abastada, seu marido era membro da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e após a morte da esposa em 1916, decidiu manter as ações filantrópicas aos tuberculosos.
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Início das obras do Sanatório Vicentina Aranha em 1918
Divulgação/AJFAC
O início do sanatório
Na época, a Santa Casa tinha a ideia da construção de um sanatório no interior de São Paulo, então, a entidade utilizou de um terreno com mais de 480.000m², que detinha em São José dos Campos.
Olavo doou diversos recursos para a construção do sanatório, que teve o início de sua construção em 1918, e com a conclusão da obra, seu marido solicitou à Santa Casa que dessem o nome do local em homenagem à esposa.
Inauguração do Sanatório Vicentina Aranha em 1924
Divulgação/AJFAC
O Sanatório Vicentina Aranha, inaugurado em 27 de abril de 1924, foi o primeiro do Estado de São Paulo e o maior da América Latina na época. O tratamento de doentes já teria seu início na sua inauguração.
Em 1935, foi construída a Capela do Sagrado Coração de Jesus, e entre 1947 e 1949 haverá a ampliação do Pavilhão Central e a instalação de um elevador panorâmico, que foi fruto da doação do Edifício Banespa de São Paulo.
Criação de aves nos terrenos do Sanatório Vicentina Aranha em 1936
Divulgação/AJFAC
Junto do crescimento do sanatório, o 3° pavimento do Pavilhão Central cresceu e as irmãs da irmandade, enfermeiras que tinham um regime de oito dias de trabalho para dois de folga, moravam no Vicentina Aranha, ocupavam o 3° pavimento, até que deixaram de habitar o local para dar espaço para mais pacientes em internação.
Início (do fim) do sanatório
A partir de 1951, remédios eficazes no combate para a tuberculose começaram a ser vendidos nas farmácias, o que começou a trazer uma baixa na busca por internações.
“O encerramento das atividades veio em função da cura da doença. Antigamente o tratamento era experimental e paliativo, a ideia era fortalecer o corpo do paciente, para que resistisse à infecção, mas que lutasse por si só contra a tuberculose. Com a oferta de medicamentos, ficou mais barato se tratar da tuberculose, então as pessoas deixaram de se deslocar para São José e se internar em sanatórios, para ficar em casa, em repouso, usando medicamentos, como a estreptomicina, a hidrazina e a penicilina”, explicou o historiador.
Com a baixa nas buscas por internações, os sanatórios caíram em desuso, sofreram com a queda no número de internos e passaram a ter prejuízo.
Para evitar prejuízos econômicos, parte do terreno do sanatório passou a ser loteado e vendido pela irmandade, dando origem aos bairros Jardim Apollo 1 e Jardim Apollo 2, que eram inteiramente pertencentes ao sanatório, além de vender terrenos que hoje são partes da Vila Ema e do Jardim Esplanada.
De acordo com os documentos da época, o último funcionário do sanatório a receber baixa na carteira de trabalho, recebeu o registro em 1982.
Início das atividades do Hospital Geriátrico Vicentina Aranha em 1993
Divulgação/AJFAC
De sanatório a hospital geriátrico
Após a baixa na procura por tratamento contra a tuberculose, o sanatório acabou perdendo público, fechou e passou por diversas reformas.
No início da década de 1990, o antigo sanatório reabriu como hospital geriátrico, que teve seu funcionamento até 2004, quando foi fechado e colocado à venda.
Devido a decisão de vendê-lo, houve um enorme abraço da comunidade em protestar contra a venda do local, que forçou a prefeitura a intervir, segundo o historiador.
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No dia 20 de dezembro de 2006, a Prefeitura de São José dos Campos comprou o imóvel por R$ 22 milhões, dividido em seis vezes, o que foi um valor bem abaixo do valor de mercado, que era avaliado em R$43 milhões, mas em razão do tombamento do imóvel, houve uma depreciação do valor.
A Prefeitura adquiriu a área de 84.500m² restantes do antigo sanatório e então derrubou os antigos muros e colocou grades no lugar. Em julho de 2007, o Parque foi finalmente aberto ao público.
Urbanização de São José teve início na região no entorno do sanatório Vicentina Aranha
Adenir Brito/Divulgação Prefeitura de São José dos Campos
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