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Ferramenta elenca estratégias para aumentar consciência e ação climática mundial


Em análises comportamentais, pesquisadores testaram o impacto de 11 estratégias de comunicação na alteração de atitudes e crenças relacionadas às mudanças climáticas. Escrever carta para uma criança sobre o futuro é uma das estratégias que aproxima pessoas do problema
Arquivo/Terra da Gente
Um artigo publicado na revista Science Advances apresentou uma ferramenta web desenvolvida para auxiliar formuladores de políticas públicas a elencar temas e mensagens mais eficazes para aumentar a consciência e a ação climática no mundo.
A ferramenta é resultado de um estudo que envolveu cerca de 250 pesquisadores e 59 mil participantes em 63 países do mundo, entre eles o Brasil.
Segundo a pesquisadora Karen Mascarenhas, uma das responsáveis pela parte brasileira da pesquisa, é extremamente importante cuidar dos aspectos sociais do problema, o que envolve a aceitação das pessoas em relação à existência das mudanças climáticas.
Sem essa aceitação da questão fundamental, conforme ela, também não haverá aceitação em relação às novas tecnologias relacionadas a armazenamento de carbono, fontes renováveis ou medição do efeito estufa, por exemplo.
Das 11 estratégias de comunicação usadas para estudo, coordenado pelo Departamento de Psicologia da Universidade de Nova York, quatro exemplos são:
Informar que mais de 99% dos cientistas concordam que o planeta está se aquecendo, que as mudanças climáticas existem e são causadas por ação do homem (consenso climático);
Enfatizar como uma única ação pode impactar o futuro do planeta;
Escrever uma carta para uma criança (filho, neto, sobrinho ou enteado) sobre o futuro;
Informar os participantes sobre fatos catastróficos relacionados às mudanças climáticas.
Assim, a ideia era testar o impacto que cada intervenção tinha sobre os seguintes comportamentos:
Percepção das pessoas de que existe a mudança climática (crença);
Capacidade de apoiar leis e políticas pelo clima;
Influência na vontade pessoal de compartilhar informações relacionadas ao clima nas redes sociais;
Esforço de plantar árvores.
Mensagem que aproxima
A partir dessas análises, foi criada uma ferramenta que leva em consideração informações sobre o perfil de cada participante, criando diferentes padrões de público-alvo para aumentar a eficácia de comunicações sobre mudanças climáticas. A variedade de perfis levava em conta desde nacionalidade e ideologia política até idade, sexo, escolaridade e nível de renda, por exemplo.
Segundo Mascarenhas, o estudo mostrou que, no geral, estratégias que tragam proximidade ao problema sem assustar têm se mostrado mais eficientes – como a de escrever uma carta para a geração futura – tendem a ter maior impacto em ações e mudanças de comportamento.
Mas existe também o risco de assustar, podendo gerar uma reação negativa. “É como se o indivíduo achasse que se trata de um problema muito grande, impossível de ser resolvido, do qual ele não consegue dar conta sozinho”, explica ela.
O estudo revelou, sobretudo, que não existe uma estratégia única que instigue qualquer pessoa a mudar seus comportamentos e ações a favor do clima. O importante, desse modo, seria entender quais estratégias funcionam para cada país e padrão de público-alvo.
“Apesar de as respostas revelarem um consenso global sobre os perigos das mudanças climáticas e a importância de implementar ações de mitigação em nível sistêmico, elas também mostraram que existe uma variação muito grande na maneira mais efetiva de comunicar o problema”.
“Isso varia de um país para o outro, mas também entre os diferentes perfis de pessoas em um mesmo país. Por isso é interessante termos construído, como resultado do estudo comportamental, uma ferramenta que consiga elencar as melhores estratégias de acordo com o perfil de cada pessoa”, explica Mascarenhas.
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