Professora Rafaela Barbosa Antunes reside na cidade gaúcha desde 2012; ela, o esposo, a filha e a sogra, que estavam ilhados, foram resgatados no último sábado (4). Enchentes no RS: ex-moradora de Itaúna conta como foi o resgate da família em Canoas
Os temporais que atingem o Rio Grande do Sul deixaram um rastro de destruição. O número de mortos subiu para 83, de acordo com o boletim divulgado pela Defesa Civil na tarde desta segunda-feira (6).
Um dos municípios atingidos pelas enchentes é Canoas, cidade onde Rafaela Barbosa Antunes, de 34 anos, reside com o marido, a filha de 1 ano e 10 meses e a sogra.
Em entrevista à TV Integração, a mineira de Itaúna disse que o município gaúcho “ficou em colapso” e contou detalhes sobre o momento em que ela e demais familiares, que estava ilhados, foram resgatados no último sábado (4).
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“Eu saí de casa na manhã de sexta-feira (3), quando a água começou a chegar no bairro em que moro. Uma vizinha nos ofereceu abrigo na casa dela, que tinha um segundo piso. Levamos o básico e fomos. […] A gente ia em casa para buscar mantimentos e voltava. No meio da tarde a água já estava na cintura e, no final da tarde, eu tentei ir em casa, mas a água estava na altura do pescoço. A água foi só subindo e não tinha mais como sair. Sábado pela manhã começamos a pedir resgate. A cidade ficou em colapso, os órgãos faziam o que podiam. A gente conseguiu o resgate no sábado à tarde. Foram momentos muito difíceis”, descreveu a professora.
Desde então, Rafaela, o marido e a filha dela estão na casa de compadres. Já a sogra dela foi para a casa de uma irmã.
“Até o momento, o bairro em que estamos é considerado seguro. Estamos bem agora. Depois que baixar a água, a gente volta e vê como e o que ficou (da nossa casa)”, disse Rafaela Barbosa.
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Emocionada com os gestos de solidariedade, a moradora de Canoas também ressaltou o trabalho realizado por voluntários na cidade.
“As pessoas são muito solidárias. Existem pessoas que perderam tudo e estão ajudando nos abrigos, estão ajudando de alguma forma”, ressaltou a professora, que terminou a entrevista com um agradecimento.
“Tenho recebido ajuda de muita gente, muita gente mesmo. Muita oração e palavras de carinho. Isso faz a gente ficar com fé e força”.
Imagem de drone mostra voluntários procurando por moradores isolados em Canoas, no Rio Grande do Sul
REUTERS/Amanda Perobelli
Enchentes no RS
Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são reflexo de, ao menos, três fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas.
A tragédia no estado está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.
O número de mortos em razão dos temporais subiu para 83. São investigadas outras 4 mortes. Além disso, há 111 desaparecidos e 291 pessoas feridas.
Conforme o levantamento da Defesa Civil, são 149,3 mil pessoas fora de casa, sendo 20 mil em abrigos e 129,2 mil desalojadas (nas casas de familiares ou amigos). Ao todo, 364 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 873 mil pessoas.
A previsão de chuva para a partir da metade desta semana em áreas já castigadas por temporais volta a deixar o estado em alerta.
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re. Cidade onde Rafaela Barbosa Antunes, de 34 anos, e com o marido, a sogra e a filha dela, uma bebê de penas 1 anos e 10 meses.
