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Em áudio usado como prova para prisão, advogado diz a comparsa de Zinho que vai pedir a amigo ‘polícia’ para achar investigação no sistema: ‘Vai puxar tudo o que tem’


O advogado Victor Almeida Martins e o policial civil Kaio Portelo Porto foram presos nesta terça-feira (7) por suspeita de repassar informações privilegiadas aos milicianos. Advogado e policial civil são presos acusados de fornecer informações para milicianos
Mensagens obtidas pela investigação e a que o RJ1 teve acesso com exclusividade mostram conversas entre o advogado Victor Almeida Martins e o miliciano Rodrigo dos Santos, mais conhecido como Latrell, apontado como braço direito de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho.
Victor e o policial civil Kaio Portelo Porto foram presos nesta terça-feira (7) durante a Operação Leaks por suspeita de passar informações sigilosas para os paramilitares.
O advogado relata que fez buscas no sistema da Justiça para conferir se havia algo contra Latrell.
“Então, irmão, vamo lá. Joguei aqui no sistema, não achei nada. Joguei pelo teu CPF. Não achei nada.”
Latrell foi preso em março de 2022. Dias antes da prisão, o miliciano queria saber do advogado sobre investigações contra ele.
Na conversa, Victor diz a Latrell que um policial civil faria as buscas no sistema interno da polícia.
“Até mandei pro polícia que trabalha pra mim, pra ver isso. Tô só aguardando ele responder. Assim que ele responder, eu te mando aí.”
Segundo as investigações, o policial civil é Kaio. Em outro áudio, o advogado detalha como funciona a pesquisa.
“Agora, assim, essa minha pesquisa. Ela é um pouco limitada no sentido do seguinte: por exemplo, processos que tramitem em segredo de Justiça, eu não consigo checar. Entendeu? Então, é melhor que eu espere a posição do amigo que eu te falei que é ‘polícia’ civil. Ele vai jogar no sistema da Polícia Civil e vai puxar tudo que tem e o que não tem.”
Os investigadores afirmam que Kaio, a mando de Victor, acessou pelo menos 19 vezes o banco de dados da Polícia Civil para saber se comparsas de Zinho eram alvo de algum inquérito.
Segundo a polícia, os dois presos preferiram ficar em silêncio.
Devassa em sistemas da polícia
O advogado Victor Almeida Martins e o policial civil Kaio Portelo Porto
Reprodução/TV Globo
Victor e Kaio foram presos durante uma força-tarefa da Polícia Civil do RJ e do Ministério Público do Rio de Janeiro Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa da Capital. Os agentes também realizaram buscas em endereços residenciais e em um escritório de advocacia.
“As investigações conduzidas pela Draco comprovaram que Kaio fez uma verdadeira devassa nos sistemas da Polícia Civil, com a finalidade de repassar informação sigilosa e de alto valor a milicianos”, afirmou o delegado João Valentim, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE).
“Essa parceria criminosa do advogado e do policial civil atrapalhou inúmeras investigações. Ainda há um relato de que esse advogado participou de reuniões com a milícia com a finalidade de tramar a morte de uma autoridade policial”, prosseguiu.
“Esse advogado não exerce a advocacia, ele integra uma organização criminosa ao lado desse policial civil”, declarou.
Diferentes delegacias
O advogado Victor Almeida Martins foi preso em Jacarepaguá
Reprodução/TV Globo
A Draco e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) afirmam que os crimes ocorreram de setembro de 2020 a julho de 2022. Nesse período, Kaio passou pela 19ª DP (Tijuca), Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), 22ª DP (Penha) e pela Delegacia Especializada de Polícia Fazendária (Delfaz).
Kaio e Victor foram indiciados e denunciados por violação de sigilo funcional e milícia privada.
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