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Hospitais esvaziados, falta de água e luz: médica de Juiz de Fora que mora e trabalha em Porto Alegre detalha devastação pela chuva


Júlia Boechat mora na capital gaúcha desde 2018 e também precisou abrigar familiar que teve casa tomada pela água. ‘Nos voluntariando para atender em abrigos e ajudar como podemos’. Situação da inundação no Parque Farroupilha, onde a médica Júlia Boechat mora
Júlia Boechat
A médica Júlia Boechat, natural de Juiz de Fora, vive no Rio Grande do Sul há 6 anos e é uma das impactadas pelas enchentes que atingem Porto Alegre. Em conversa com o g1, ela detalhou como está a rotina da família e os atendimentos médicos na cidade, com muitos cancelamentos de consulta e até mesmo evacuação de hospitais.
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A falta de água é um dos problemas mais críticos, segundo ela.
“Estamos racionando água porque paramos de receber do sistema de abastecimento, estamos só com a água da caixa no prédio no momento. A questão da água potável é a mais urgente. Abrigos com cerca de 500 pessoas estão sem abastecimento, está difícil até doarmos porque não tem nos mercados.”
Situação da água no Parque Farroupilha, em Porto Alegre, na tarde desta quarta-feira
Júlia Boechat
Moradora da região do Parque Farroupilha, conhecido também como Redenção, região até então pouco atingida, Júlia precisou dar abrigo à cunhada, que morava no Bairro Cidade Baixa, tomado pelos alagamentos.
Segundo ela, até a manhã desta quarta-feira (8), o local não tinha alerta de evacuação, mas enfrenta quedas de energia elétrica constantes e problemas com água.
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Necessidade de muitos médicos voluntários
Especialista em reumatologia, Júlia, que se mudou para a capital gaúcha em 2018 para fazer residência médica, conta que a situação atual pede todo tipo de atendimento voluntário nos hospitais: “Os atendimentos de ambulatório estão reduzidos, estou priorizando plantões e cobrindo uma colega de Canoas que está desalojada”, diz.
Médica de Juiz de Fora que mora em Porto Alegre filmou vários carros com lanchas e botes
Além disso, a médica afirma que as vezes nem mesmo os atendimentos nos hospitais são possíveis de serem realizados.
“Os hospitais estão reduzindo os serviços para os mais essenciais e emergências. Alguns alagaram e tiveram que ser evacuados. Enquanto isso, estamos nos voluntariando para atender em abrigos e ajudar como podemos.”
Júlia, que já até fala com um leve sotaque gaúcho, afirma que as pessoas do próprio estado têm dificuldades de assimilar as dimensões da tragédia. Para ela, o misto de sentimentos é de medo e ao mesmo tempo gratidão. “Me sinto privilegiada de várias formas, quando escuto as histórias de amigos que perderam tudo. Tenho muito medo das consequências que virão.”
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Como médica, ela ainda lembra de perigos futuros à tragédia e a gravidade da situação.
” Em geral após alagamentos desse porte aumenta a incidência de leptospirose e outras doenças…Fora que muita gente desabrigada está sem os seus medicamentos contínuos. E após tudo melhorar vamos ter muito trabalho não só em recuperar bens materiais, mas principalmente em entender como prevenir e melhorar os sistemas que falharam.”
Médica Júlia Boechat mora em Porto Alegre desde 2018
Júlia Boechat/Arquivo Pessoal
Mas, apesar de todos os inúmeros problemas causados pelos desastres, a mineira/gaúcha não deixa de exaltar a solidariedade das pessoas e o acalento que isso leva à população do Rio Grande do Sul.
“A universidade e diversas entidades médicas se uniram para receber doações e organizar medicamentos para distribuir nos abrigos, são muitos voluntários. O sentimento é de tristeza e ansiedade geral, mas também estou vendo muita colaboração e solidariedade. Vamos superar, mas realmente o estado precisa de ajuda”.
Médica juiz-forana explica como a rotina de Porto Alegre mudou até mesmo nos hospitais
Arquivo pessoal
Mobilização para doações em Juiz de Fora
Diversas empresas e instituições estão fazendo recolhimento de doações em Juiz de Fora. Podem ser doados alimentos, água potável, fraldas, roupas, rações, itens de higiene pessoal e limpeza.
O g1 Zona da Mata listou quem está recebendo doações na cidade, juntamente com os endereços, horários de funcionamento e data limite para entrega dos produtos.
*estagiária sob supervisão da editora Juliana Netto
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