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Alfabetização: Florianópolis lança projeto para Educação Infantil e Ensino Fundamental

No processo até a escrita do próprio nome, cada pequena conquista é um incentivo para alfabetização — e os estudantes da rede municipal já sabem que a leitura e a interpretação são parâmetros do Floripa Alfabetizada.

Conhecer as letras é o primeiro passo para alfabetização

Conhecer as letras é o primeiro passo para alfabetização – Foto: José Somemsi/Divulgação/its Teens

Em um país com 9,3 milhões de pessoas sem alfabetização, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), compreender o valor da educação é o primeiro passo para mudar o futuro.

Por isso, o ponto de partida na Capital é mapear como está o ensino nas instituições e trilhar o caminho que deve ser percorrido para alcançar os objetivos estipulados.

Alfabetização na sala

Exemplos não faltam quando o assunto são projetos focados nos primeiros anos . Na Escola Básica Municipal (EBM) Retiro da Lagoa, os pequenos do G6, do primeiro e do segundo ano, estão compreendendo que a proximidade com o letramento pode ser com muita diversão e brincadeira.

Isso porque o entendimento sobre a alfabetização é entendido como um método integral, com diversos agentes e etapas.

“Pensando que ler e escrever é um compromisso de todas as áreas, acompanhar o processo das crianças é gratificante. Cada um vai ter o seu tempo, mas é importante para nós”, explica a diretora Roberta Bayestorff.

Para aquelas que estão no acompanhamento com a turma, a criatividade tem sido uma aliada no processo de alfabetização.

“Fiz uma brincadeira em que as letrinhas tinham fugido da sala. Procuramos no parque, no pátio e o objetivo era que cada um encontrasse as letrinhas do nome. De início eles colaram um pouco fora de ordem, depois com a chamada eles já conseguiam colar certinho”, conta a professora auxiliar de Educação Infantil (G6), Kelly Garcia Cassettari Bernardo.

A hora da chamada também é uma oportunidade de interação entre a turma, que aproveita o momento para repetir o som das letras e encontrar os amigos que possuem a inicial no nome.

Além de esperar o próprio nome ser chamado, há uma alternativa utilizada com frequência pelas crianças.

“Temos uma caixa surpresa de letras, uma caixa que fiz com material reciclado, com tampinha. Cada criança tira uma letra e pensamos em nomes que possam começar com aquela”, conta a educadora, que faz questão de ressaltar as novidades da idade.

“Fazer parte desse processo que eles estão descobrindo é muito gratificante, estou apaixonada”, pontua Kelly.

No caso de quem direciona o desenvolvimento do primeiro e segundo ano, é essencial respeitar a interação entre os momentos de aprendizagem e as brincadeiras — a diversão é seguida de atividades que são desenvolvidas com tarefas, com foco na sistematização.

“Fizemos uma sopa de letrinhas, e quando você traz isso, um aroma, um sabor para aquela proposta, dá outro significado. Isso faz toda a diferença no processo de alfabetização, quando traz o lúdico, questões que vão fazer parte da memória afetiva da criança”, diz a professora Thamara Teixeira Telles, que salienta o processo de avaliação na chegada ao primeiro ano.

Pensando na forma como cada um será capaz de assimilar o conteúdo, é importante entender que o processo de aprendizagem é individual.

“São vários métodos, então ver qual para um grupo talvez seja mais eficiente. Da mesma forma é ofertar diferentes métodos, levando em consideração que cada um tem um tempo”, pontua a profissional.

A avaliação diagnóstica realizada durante o ano é o ponto de partida para mapear as deficiências e direcionar os passos futuros.

É na hora de colher os resultados que fica evidente a importância da interação com os pequenos, vitória que é compartilhada com a unidade e com a família.

“Quando começam a ler é uma emoção, a professora sai gritando, comemorando, pede para eles lerem para todo mundo que está ao redor. É muito gratificante porque alfabetizar não é um processo simples, não é algo natural do ser humano, ele precisa da mediação de um professor”, ressalta Thamara, que criou a “festa do caderno”, oportunidade que os familiares têm de deixar recados no material que será utilizado ao longo dos meses.

Mais do que aprender de forma individual, a turma aproveita para compartilhar os conhecimentos, auxiliando aqueles que ainda não conseguem identificar as letras.

“Hora eu coloco quem não sabe com alguém que sabe e um ajuda o outro, e isso é muito legal, vemos o crescimento mútuo ali. Hora fazemos um grupo com aqueles que têm mais dificuldade e faz uma atividade diferente”, menciona a professora auxiliar de ensino Franciny Vieira de Oliveira.

A profissional desenvolveu uma caixa de desafios, item direcionado para aqueles que acabam a atividade e aproveitam os minutos para resolver um problema ou questionamento surpresa.

Enquanto o segundo ano se reconhece e começa a conhecer aquilo que compõe o cenário e a vida na Lagoa da Conceição, um sentimento é compartilhado entre quem observa o desenvolvimento diário.

“É muito mágico ver as crianças no primeiro ano reconhecendo as letras, reconhecendo o nome dos amigos, é um processo, não é de um dia para o outro, é um processo que leva tempo”, finaliza a profissional.

Para Antonella da Costa Teixeira Linhares, 7, primeiro ano, os conhecimentos estão sendo em Matemática e Língua Portuguesa.

“Estamos aprendendo a separar sílabas, aprendendo sobre parlendas. A professora sempre inventa uma brincadeira para estudar”, relata a menina, que aprendeu a escrever aos quatro anos e agora tem o desafio de saber as dezenas, unidades e contas com mais de dois numerais, atividade que está sendo aprendida em sala de aula.

Respeitando as individualidades da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, o acompanhamento com os mais novos é feito por meio da evolução registrada pelas professoras, enquanto os mais velhos compreendem o processo das provas e notas.

Os estudantes identificaram os nomes que estavam no caderno - José Somemsi/Divulgação/its Teens

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Os estudantes identificaram os nomes que estavam no caderno – José Somemsi/Divulgação/its Teens

Além das letras do próprio nome, a atividade foi uma oportunidade para descobrir o tom de pele  - JOSE SOMEMSI/ND

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Além das letras do próprio nome, a atividade foi uma oportunidade para descobrir o tom de pele – JOSE SOMEMSI/ND

A proximidade com as letras é essencial no processo de alfabetização  - JOSE SOMEMSI/ND

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A proximidade com as letras é essencial no processo de alfabetização – JOSE SOMEMSI/ND

Selecionar a letra dos nomes é uma forma de memorizar palavras  - JOSE SOMEMSI/ND

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Selecionar a letra dos nomes é uma forma de memorizar palavras – JOSE SOMEMSI/ND

Além das atividades com as letras, o desenho também é utilizado na alfabetização  - JOSE SOMEMSI/ND

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Além das atividades com as letras, o desenho também é utilizado na alfabetização – JOSE SOMEMSI/ND

Diretrizes federais para alfabetização

Fomentado entre municípios, Estados e Distrito Federal, o intuito do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada é assegurar que 100% dos estudantes do segundo ano estejam alfabetizados, além da recomposição de aprendizagem para os anos seguintes, incluindo turmas do terceiro, quarto e quinto ano.

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), uma criança alfabetizada é aquela que sabe ler e escrever — são válidas leituras de pequenos textos e escrita de convites e lembretes, por exemplo.

Floripa Alfabetizada

Antes de colocar em prática aquilo que foi estipulado nos planos federal e municipal, os grupos tiveram uma avaliação diagnóstica. Assim, a rede municipal de Florianópolis traçou uma estratégia capaz de evidenciar a alfabetização em todas as etapas de ensino, desde a Educação Infantil até os anos finais do Ensino Fundamental.

Nomeado de “Floripa Alfabetizada”, o foco é trilhar o caminho que deve ser percorrido por professores e estudantes, necessidade que surgiu da observação. “A ausência de um Norte para alfabetização, que conversasse com a rede inteira, que os professores chegassem e entendessem que aqui alfabetizamos desse jeito, pensamos desse jeito”, pontua a diretora de Ensino Fundamental Karla Christine Hermans Lima.

No trajeto que começa nos primeiros anos de vida e segue até o nono ano, fase em que os estudantes estão nas unidades municipais, o plano também tem como foco entender a transição em cada uma das etapas — da Educação Infantil para o Ensino Fundamental; a transição do quinto para o sexto ano; e a transição do nono para o Ensino Médio.

“É trabalhar na ampliação desse repertório, no acesso às informações, a instrumentos, a brinquedos. Essa possibilidade faz com que crie autonomia e segurança para seguir de uma forma mais tranquila o percurso estudantil”, acrescenta a profissional.

Vale destacar que o Floripa Alfabetizada surgiu a partir da adesão ao plano nacional. Entretanto, existem algumas distinções.

“O diferencial  é a inclusão dos estudantes não alfabetizados do anos finais do Ensino Fundamental e o incentivo às práticas pedagógicas interdisciplinares, uma vez que de acordo com a perspectiva da rede municipal ler e escrever é compromisso de todas as áreas”, pontua uma das professoras que esteve à frente do programa, Andrea do Prado Felippe.

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