• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

    Social - Repositório

Recorde de migração: conheça a história da ave que viajou mais de 13 mil km sem descanso


Fuselo migrou do Alasca até a Austrália sem pousar uma única vez e entrou no livro dos recordes. Dia Mundial das Aves Migratórias é comemorado neste sábado (11). Originário da Escandinávia, fuselo (Limosa lapponica) é uma ave do grupo dos maçaricos
Se Lena / iNaturalist
Parece mentira que uma ave foi capaz de voar do Alaska até a Austrália sem parar para descansar ou comer uma única vez. Parece, mas não é.
Essa é a história de um jovem fuselo (Limosa lapponica) que entrou para o livro dos recordes (Guiness Book) por fazer o voo mais longo sem intervalos, na categoria de aves é claro.
Segundo informações do Guiness, o percurso de 13.560 km começou em 13 de outubro de 2022 e terminou 11 dias e uma hora depois, no estado australiano da Tasmânia. A distância é percorrida equivale a duas viagens e meia entre Londres e Nova York.
Para acompanhar o deslocamento, uma etiqueta com sinal 5G foi fixada na parte inferior das costas da ave. O dispositivo mostrou que o fuselo acabou fazendo uma “curva errada” e foi para na Austrália, em vez da Nova Zelândia, país para onde migram normalmente.
Corpo adaptado
Segundo Luciano Lima, ornitólogo e consultor do Terra da Gente, os maçaricos (família Scolopacidae) incluem algumas das aves com os maiores deslocamentos migratórios conhecidos pela ciência.
“Eles têm alta capacidade de armazenamento de gordura (combustível), podem descansar diferentes partes do cérebro independentemente e até de lidar com longos períodos de privação de sono”, explica.
Mesmo possuindo todas essas adaptações fisiológicas que parecem superpoderes, o fuselo está sujeito a inúmeros riscos durante a longa viagem.
Ave mede de 37 a 41 centímetros de comprimento
caiden_b / iNaturalist
“Além de enfrentar predadores e fatores climáticos, as aves migratórias ainda lidam com a destruição de habitats-chave que representam o destino ou paradas estratégicas de reabastecimento durante seus deslocamentos”, diz Luciano.
“Imagine que você se prepara para fazer uma viagem de milhares de quilômetros e, no caminho, se dá conta que o posto de gasolina que você tinha se programado para parar ou mesmo o local para onde você está indo não existem mais”.
Esse e outros riscos fazem com que muitas espécies migratórias sejam consideradas ameaçadas de extinção na atualidade.
Por que viajar tanto?
De acordo com Luciano, assim como outras espécies que migram, os deslocamentos de longa distância do fuselo estão associados com aproveitamento de recursos, especialmente alimentos, que costumam variar ao longo do ano.
“Esse maçarico, por exemplo, se aproveita da grande concentração de insetos e longos dias de verão próximo ao círculo polar ártico, mas migra para fugir do frio intenso trazido pelo inverno”, diz o ornitólogo.
No Guiness, a espécie foi se superando recorde após recorde: antes do recorde de 2022, um fuselo viajou pouco mais de 13 mil km (em 2020) e, antes disso, outro fuselo tinha viajado 11.500 km (em 2007).
‘Clube dos viajantes’
Além dos maçaricos, aves marinhas como albatrozes, petréis e trinta-réis são exemplos de são migrantes de longa distância que ocorrem no Brasil.
“Entre as migrantes ‘continentais’, estão aves de rapina como o falcão-peregrino e a águia-pescadora, além de passarinhos, como o sabiá-de-óculos e diferentes espécies de mariquitas”, finaliza Luciano Lima.
VÍDEOS: Destaques Terra da Gente
Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente
Adicionar aos favoritos o Link permanente.