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Dilvo Ristoff é reconhecido por pioneirismo em sistema de avaliação do ensino superior

Dilvo Ristoff recebe homenagem do ministro da Educação, Camilo Santana. (Foto: Reprodução/MEC)

O professor aposentado Dilvo Ilvo Ristoff, que atuou no Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras e no Departamento de Informática e Estatística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi homenageado em Brasília, no último 25 de abril, durante o evento comemorativo dos 20 anos da criação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Dilvo foi membro da Comissão Especial de Avaliação que concebeu o Sinaes, criado pela Lei nº 10.861/2004, e atuou na área de avaliações do Ensino Superior ao longo de sua carreira.

“É um reconhecimento a um trabalho que teve origem na UFSC”, explica o professor. Ristoff foi pró-reitor de Ensino de Graduação na época em que o Ministério da Educação (MEC) pediu às universidades que apresentassem propostas que culminaram na criação, nos anos 90, do Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (Paiub). Esse programa foi desacelerado à medida que o governo de Fernando Henrique Cardoso instituiu o “Provão”, em 1995. O Sinaes surgiu anos depois, tendo sido construído após a primeira eleição do presidente Lula, e foi concebido a partir de propostas do grupo do qual Ristoff fez parte. 

“Eu estava representando minha experiência na UFSC quando fui chamado a ajudar a escrever a doutrina e a lei do Sinaes e, já como diretor de Estatísticas e Avaliação do Inep – órgão responsável pela operacionalização da avaliação – coube a mim coordenar a elaboração dos instrumentos, conceber o Enade, desenhar a avaliação in loco de instituições e cursos, com as suas dimensões, os seus indicadores, critérios de análise, etc.”, relata o professor.

O evento realizado em Brasília foi transmitido ao vivo pelo YouTube contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palacios, e de outras autoridades. Além de reconhecer os avanços nos últimos anos, o seminário de dois dias promoveu painéis para discutir melhorias ao Sistema. 

Sistema deixou legado de expansão

Seminário que comemorou 20 anos do Sinaes reuniu pesquisadores, autoridades e interessados no processo de melhoria do Sistema. (Foto: Reprodução/MEC)

Quando uma instituição divulga estar ranqueada entre as melhores universidades do país, a informação é respaldada pelo Sinaes. É pelas avaliações dos cursos, das instituições e dos estudantes que o MEC, por meio do Inep, verifica a qualidade da educação superior brasileira, nas universidades públicas e privadas, e planeja suas políticas públicas. 

Nesses 20 anos de Sinaes, a educação superior no Brasil cresceu e se diversificou: segundo dados do MEC, o Brasil tem 2.595 instituições, quase 45 mil cursos e mais de 9,4 milhões de estudantes matriculados.

“Vinte anos não é pouca coisa. O Sinaes foi uma espécie de organizador do processo de avaliação, e levou cerca de dez anos para ser construído. Antes havia avaliações em todos os cantos do MEC, que hoje passaram todas para o Inep. Então os processos de expansão, de inclusão com qualidade da educação superior estão diretamente associados ao processo de avaliação”, aponta.

Segundo Ristoff, é importante considerar o quanto o Sinaes organizou a avaliação dos cursos e instituições no país e tornou-a “o referencial básico no processo de credenciamento, recredenciamento das instituições e na autorização e reconhecimento periódico dos cursos”. Segundo ele, com o Sinaes, a qualidade das instituições de ensino superior e cursos passou a ser a base para regular o sistema. 

Com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) avaliando os ingressantes, e o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) avaliando os concluintes, o sistema afere a qualidade dos estudantes. As instituições públicas e privadas passam também por uma avaliação externa e fazem sua autoavaliação. Combinadas, essas avaliações afirmam, em cada uma de suas dimensões e indicadores, valores acadêmicos, administrativos e atitudinais que devem ser observados pelas instituições e cursos para que a qualidade possa melhorar.

Um dos grandes desafios para a avaliação foi a expansão da educação superior. “Só para ter uma ideia: quando entrei no Inep [2003] havia cerca de 13 mil cursos de graduação; quando saí, quatro anos e meio depois, havia em torno de 26 mil. Essa expansão criou grandes desafios de gestão, que estão aí até hoje”, relata o professor.

Livro

Revisitando o Sinaes, de Dilvo Ristoff. (Foto: Arquivo Pessoal)

Dilvo Ristoff publicou recentemente um livro no qual analisa os 20 anos do Sinaes. A obra intitulada “Revisitando o Sinaes” foi escrita, segundo Ristoff, para não deixar passar em branco o vigésimo aniversário dessa que é hoje uma das mais longevas políticas públicas na área educacional. 

“Nele, conto um pouco da minha trajetória na avaliação desde antes do Paiub, quando eu ainda era aluno de graduação e, depois, no meu doutorado nos Estados Unidos. Faço uma discussão dos princípios do Paiub a partir de um texto meu escrito em 1993, numa tarde, num hotel de Brasília, e que se tornou a introdução ao Paiub na publicação oficial do MEC. Discuto as dicotomias da avaliação, sempre em pauta, mas que nos obrigaram à época a tomar importantes decisões; discuto as definições de avaliação  e as falácias que estavam sobre a mesa de discussões e que nos ajudaram a definir as bases valorativas do SINAES; discuto a nossa preocupação com a qualidade dos avaliadores, as limitações dos exames de larga escala e, claro, também os desafios da gestão da avaliação num sistema educação superior em grande expansão”, conta o autor. 

 

 

 

Mayra Cajueiro Warren | [email protected]
Jornalista da Agecom | UFSC

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