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Febre maculosa: entenda riscos e como se proteger da doença

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Assunto tem preocupado pessoas que moram perto de áreas rurais depois da confirmação de mortes; prevenção e informações sobre o carrapato ajudam a ter uma maior segurança ao frequentar áreas verdes. Carrapato-estrela é o responsável por transmitir a febre maculosa
CDC/ Dr. Christopher Paddock/ James Gathany
Depois de uma situação grave como a que aconteceu na região de Campinas, onde três pessoas se contaminaram, possivelmente num mesmo lugar, com a bactéria que causa a febre maculosa, a preocupação com o risco de ter contato com carrapatos aumentou. Três mortes pela doença foram confirmadas e as três pessoas estiveram na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Sousas, em Campinas, durante uma festa. O lugar teve a programação de eventos suspensa.
Em casos assim, a prevenção e a informação são elementos importantes, principalmente para quem faz práticas junto ao ar livre, já que o carrapato pode estar presente na vegetação e alguns animais podem ser seu hospedeiro, e não apenas a capivara.
Para o pediatra e sanitarista, Daniel Becker, que atua num trabalho que incentiva o contato de crianças com a natureza, situações como essa não é para nos afastar dos ambientes naturais. Num vídeo gravado em suas redes sociais, ele afirma que algumas pessoas o procuraram, mas que não é para entrar em pânico no caso de encontrar um carrapato no corpo. “Nem todo carrapato está contaminado. Ou seja, se você não está numa área endêmica (onde ocorre a doença), o risco de uma contaminação é menor. “Ela é mais prevalente no Sudeste e também no norte no Paraná”.
Febre maculosa
Reprodução/TV Globo
O médico chama a atenção para o tempo em que o carrapato fica na pele, ou seja, quanto antes tirar, menos risco, segundo ele. “O ideal é se examinar a cada duas horas”, ele explica, caso você esteja em áreas de risco, já que, segundo ele a chance de se contaminar aumenta depois de quatro horas. “Tem que tirar imediatamente. Achou, tirou”, reforça. O médico ainda explica que a melhor forma de fazer a remoção é com a ajuda de uma pinça, sem pressionar.
Como a doença tem uma evolução grave, o diagnóstico precoce pode ser decisivo para a cura. Aos primeiros sintomas como febre, manchas no corpo (que começam pelos braços, segundo o médico, inclusive na palma das mãos e pés) é necessário buscar ajuda médica. “O tratamento é simples, é um antibiótico simples”, afirma o sanitarista no vídeo.
Placa alerta para risco de febre maculosa em parque de Campinas
Reprodução/EPTV
Cuidados e Prevenção
Daniel Becker chama a atenção ainda para o uso de repelentes. Segundo ele, os a base de DEET protegem contra o carrapato. E claro, usar roupas compridas e claras ajuda a visualizar mais fácil, caso algum deles suba em você.
Para quem costuma fazer trilha ou passarinhadas, uma opção é usar fita-crepe na “boca” da calça. O ideal é fechar a “boca” e também colocar a fita ao contrário, com a parte colante para fora, fazendo uma barreira. Assim o carrapato ficará grudado caso tente subir pelas pernas da pessoa. Há a opção ainda de usar alguns talcos à base de enxofre. No caso de pegar muitos carrapatos, o indicado é tomar banho com o sabonete em barra de enxofre.
Número de casos
Com as três mortes confirmadas, vai a seis o número de mortes com a doença no estado de São Paulo. Uma adolescente de 16 anos, que também estava na mesma festa, está internada como caso suspeito em um hospital de Campinas. “Em 2023, foram registrados 12 casos de febre maculosa com 6 óbitos, incluindo os três confirmados desde segunda-feira (12) em todo o estado. Em 2022, foram registrados 53 casos, com 37 óbitos confirmados. Já em 2021, foram 76 casos e 42 óbitos”, diz boletim do Adolfo Lutz.
Carrapato-estrela é o hospedeiro da bactéria que causa a febre maculosa
Ministério da Saúde/Reprodução
Carrapatos
Segundo a Embrapa, no mundo, existem quase 900 espécies de carrapatos que “atuam como parasitas sobre a grande maioria dos vertebrados e apresentam uma ampla distribuição geográfica no planeta. Os carrapatos estão amplamente distribuídos no Brasil, com 67 espécies descritas até o momento, exercendo diversos efeitos deletérios no organismo do hospedeiro”
Os carrapatos não são insetos. São aracnídeos, ou seja, pertencentes à classe Arachinida, como as aranhas e escorpiões. Ocorrem em quase todos os continentes, e se hospedam em animais silvestres, mas também em domésticos, e se alimentam de sangue. Existem 2 fases de vida: fase de parasitismo (no hospedeiro) e fase de vida livre (solo, tocas, buracos, ninhos e vegetação)
Os carrapatos possuem ciclo de vida que inclui as fases de: ovo – larva – ninfa e adulta. Após ingerir sangue de um hospedeiro, a fêmea se desprende dele e deposita milhares de ovos no ambiente, morrendo em seguida. Em condições satisfatórias de temperatura e umidade, ocorre a incubação (entre 30 a 40 dias, aproximadamente) e, após este período, as larvas eclodem.
As larvas oportunamente fixam-se em um hospedeiro (normalmente de pequeno porte), realizam repasto sanguíneo, desprendem-se deste, caem no ambiente e após 10 dias, em média, realizam a ecdise (muda) para o estágio de ninfa.
Após cerca de 3 semanas, as ninfas já estão prontas para alimentação em hospedeiro de pequeno porte. Quando alimentadas, estas ninfas caem no solo e realizam ecdise transformando-se em adultos. Em um hospedeiro (normalmente de grande porte), macho e fêmea adultos acasalam e a fêmea alimenta-se de sangue, iniciando um novo ciclo.
Além da febre maculosa, podem transmitir outras doenças ao homem, como a borreliose de Lyme, além de outras que só atingem animais. (Dados: Centro de Zoonoses, Prefeitura de São Paulo)
Febre maculosa: entenda o que é e quais os sintomas da doença

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