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Mãe registra ocorrência para investigar morte da filha em hospital: ‘Entrou com dor do estômago, operaram gravidez tubária e morreu de insuficiência do fígado’

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Samara Souza Martins de Azevedo, de 16 anos, foi internada no Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, no dia 9 de abril, e morreu no dia 3 de maio. A família até agora não consegue entender o que aconteceu. Samara Azevedo, de 16 anos: jovem recebeu vários diagnósticos até morrer com problemas no fígado
Arquivo pessoal
A dona de casa Simone Braga de Souza, de 49 anos, ainda não consegue entender o que houve com sua filha Samara Souza Martins de Azevedo, de 16 anos, no Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.
A família diz que quer uma apuração mais rigorosa do caso da jovem, morta dia 3 de maio e, para isso, fez um registro de ocorrência na 36ª DP, que analisa o caso.
“Em pouco mais de um mês, minha filha recebeu o diagnóstico de pancreatite, dor no estômago, gravidez tubária e inflamação no fígado. Morreu de insuficiência do fígado e de hepatite fulminante”, diz.
Diagnósticos
Samara foi encaminhada para o Pedro II no dia 4 de abril, após passar por uma UPA, receber o diagnóstico de pancreatite e pedido de internação imediata. No entanto, no Pedro II, teria sido orientada a voltar para a casa e a tomar remédios para problemas no estômago.
Quatro dias depois, sem melhora, Simone voltou com a filha Samara para o hospital, que internou a jovem no dia 9 de abril e detectou uma possível gravidez ectópica – quando um embrião se desenvolve fora do útero.
Segundo a família, Samara foi operada, mas nenhum embrião foi achado, ou melhor, identificaram um cisto ovariano rompido, e que foi resolvido.
Trecho do encaminhamento cirúrgico e da evolução pós-procedimento
Arquivo Pessoal
A jovem seguiu internada para se recuperar, mas voltou a apresentar mal-estar.
“Teve um dia que a barriga dela ficou dura, inchou e o médico do quinto andar, onde fica a obstetrícia, brigou com o pessoal, dizendo que era para tirar ela de lá, que o problema dela não era para ser resolvido ali”, conta Simone.
A filha foi transferida para o sexto andar do hospital, onde seguiu tomando antibióticos e depois migrou apenas um remédio para gases e outro para dor. Nessa fase, Samara estava aparentemente bem, e conseguia andar e comer sozinha, por exemplo.
Novo diagnóstico
No dia 14 de abril, os médicos, de acordo com os parentes de Samara, detectaram uma baixa de albumina, que é uma proteína produzida pelo fígado, e fizeram uma reposição. Samara passou a se sentir fraca e cansada.
Nessa época, a mãe conta que fizeram exames para hepatite, e detectaram uma inflamação no fígado.
“Disseram que era uma ‘inflamaçãozinha’, mas que estavam investigando ainda. Estava esperando resultados de exame. Uma conhecida disse que, se fosse problema no fígado, o Pedro II não teria tratamento para a minha filha, teria que transferir. Cheguei a falar sobre isso com um médico, e ele disse que minha filha estava tendo o melhor tratamento que eles tinham”, diz.
Simone e Samara: mãe quer saber o que houve com a filha de 16 anos no hospital
Arquivo pessoal
No dia 25 de abril, Samara piorou e foi levada para o CTI do lugar. Fraca e sem ânimo, a mãe lembra que um dos últimos desejos da filha era tomar um banho de chuveiro.
“Disse para ela que não podia, que ali não tinha como, que tinha que ficar quietinha”, lembra emocionada.
“Depois, ela foi perdendo o apetite, ficou desorientada e teve que ser sedada. Parou de responder, e no dia 1º de maio foi intubada”, lembra a mãe.
No dia 2 de maio, um dia antes da morte de Samara, Simone disse que o diretor do CTI foi conversar com ela.
Ele teria dito que os médicos não sabiam o que a filha dela tinha, que estavam esperando exames chegarem no dia 5 e 7 de maio, que não era possível transferi-la por causa da gravidade de seu estado, mas que Samara estava tendo todo o tratamento que o hospital podia dar.
Não deu tempo. Samara morreu no dia 3 de maio de insuficiência hepática, hepatite fulminante e cisto anexial roto, como consta na guia de óbito emitida pelo hospital.
Guia de óbito de Samara: problemas no fígado mataram a menina
Arquivo pessoal
Autópsia negada
A mãe ainda tentou que o corpo da filha fosse levado para o IML, para uma autopsia, mas diz que teria sido informada que mortes em hospitais os corpos não seguem para o Instituto Médico Legal.
“Eu só quero saber o que realmente houve com a minha filha. Sei que não vai trazer ela de volta, mas tenho esse direito. E se houve erro ou negligência, que as pessoas sejam responsabilizadas”, diz chorando.
Na busca pela verdade, no diz 3 de junho, um mês após a morte de Samara, Simone registrou queixa contra o Hospital Pedro II na 36ª DP.
“Sei que nada vai trazê-la de volta, mas preciso saber o que fizeram com a minha filha”, diz.
O g1 entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, que administra o Pedro II, que informou que a Samara recebeu todos os cuidados indicados no CTI da unidade, mas que não resistiu.
Sobre os diagnósticos informados à família ao longo do tratamendo, a SMS disse:
“Ela foi internada com suspeita de gravidez tubária, passando por laparotomia exploratória que constatou tratar-se de cisto de ovário roto. A paciente também apresentava sinais de hepatopatia avançada e, após exames, o diagnóstico foi fechado como hepatite autoimune. Tomografia computadorizada descartou quadro de pancreatite.”
A SMS disse que a direção do hospital segue à disposição da família para quaisquer outros esclarecimentos, e que quem determina o encaminnhamento de um corpo para o IML é a polícia, quando o óbito ocorre por causa externa violenta ou suspeita, o que não era o caso da paciente Samara.
A Secretaria Municipal de Saúde pontuou ainda que, em caso de alguma discordância da família, a mesma poderia ter procurado a delegacia e solicitado a remoção do corpo para o IML.
“Caberá à autoridade policial decidir se o caso atende ou não aos critérios para o encaminhamento”, informou.

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