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Durante mediação, MPT propõe adiamento de demissões na Mercedes-Benz em Campinas


Proposta é de que a dispensa de cerca de 305 trabalhadores seja adiada para, pelo menos, março de 2024. Representantes da montadora afirmaram que decisão é ‘irreversível’, segundo o órgão. A sede do MPT, em Campinas
Fernando Pacífico/g1
O Ministério Público do Trabalho da 15ª Região (MPT-15) propôs, durante audiência de mediação realizada nesta sexta-feira (7), o adiamento das demissões na unidade da Mercedes-Benz em Campinas (SP).
O encontro reuniu procuradores, representantes da montadora, de uma comissão de trabalhadores e do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região. A proposta é de que a demissão de cerca de 305 trabalhadores seja adiada para, pelo menos, março de 2024.
“Na audiência, os representantes da Mercedes afirmaram que a decisão pelo encerramento das atividades é irreversível, uma vez que ela foi precedida de um estudo global para reestruturação da atividade produtiva”, ressalta o MPT, em nota.
Ainda de acordo com o órgão, os envolvidos se comprometaram a realizar e apresentar na próxima audiência, em data ainda a ser definida, as seguintes ações:
O sindicato deve apresentar a relação de funcionários reabilitados, compatíveis, reintegrados, portadores de doença profissional ou acidentados;
A empresa, por sua vez, deverá se posicionar sobre a proposta apresentada e trazer um cronograma inicial do encerramento das atividades.
O g1 entrou em contato com a Mercedes-Benz, mas não obteve retorno até esta publicação. A reportagem será atualizada quando a empresa se manifestar.
Protestos
Manifestantes realizaram um ato, no dia 4 de julho, para protestar contra a terceirização dos setores de distribuição de peças de reposição e remanufatura na unidade da Mercedes-Benz em Campinas (SP).
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, pelo menos dois ônibus com trabalhadores da empresa foram até a sede do MPT-15, na metrópole, para o protesto.
Representantes da categoria se reuniram com procuradores do trabalho durante a manhã para discutir a tercerização e ficou definido que o MPT vai atuar como mediador.
Integrantes de movimentos sociais, estudantes da Unicamp e professores da rede pública, também participaram da manifestação com faixas e cartazes.
Manifestantes protestaram contra demissões na Mercedes em Campinas
Vanderlei Duarte/EPTV
A terceirização
Segundo a empresa, as mudanças terão início em dezembro de 2023 e têm como objetivo trazer “maior eficiência, competitividade e agilidade no atendimento” aos clientes. Serão afetados, portanto, os seguintes setores:
Central de distribuição de peças de reposição: atividades passarão a ser realizadas por empresa terceirizada em Itupeva (SP). A transição deste processo acontecerá de dezembro de 2023 a março de 2024.
Atividades de pós-vendas e outras funções administrativas: serão transferidas para São Bernardo do Campo (SP) no primeiro semestre de 2024.
Linha de remanufatura de peças: será terceirizada até o final de 2024.
Em nota, a empresa ressaltou que busca solução para “minimizar os impactos da decisão” em relação aos colaboradores e que pretende iniciar as negociações com o sindicato para a construção de “alternativas e condições satisfatórias que nos levem ao melhor resultado possível para todas as partes envolvidas”.
Sindicato, empresa e MPT fizeram reunião sobre terceirização na Mercedes em Campinas
Rafael Almeida/Imprensa MPT
O que diz o sindicato?
À época do anúncio, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, Sidalino Orsi Júnior, afirmou ao g1 que assembleias já estavam em andamento com os trabalhadores para discutir possíveis medidas.
“A terceirização é a precarização mais acentuada sobre os trabalhadores, porque deixa o setor patronal com uma situação mais favorável para ampliar seus lucros, pagando menos salários e dando menos direito. Esses companheiros de empresas terceirizadas infelizmente sofrem com o descaso das políticas de saúde e segurança das empresas”, afirmou.
Segundo Orsi, os dois setores afetados pelas mudanças – de logística e venda de peças e remanufatura de câmbios, motores e periféricos – são essenciais para as atividades e lucro da empresa. Com a terceirização, a estimativa do sindicato é de que a montadora tenha uma economia de 70% com o pagamento de salários.
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