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Mãe denuncia racismo em abordagem de guardas em escola de SC: ‘Acharam que estava usando droga’


Ação ocorreu durante suposta ocorrência envolvendo uso de drogas nas proximidades da unidade em Joinville. Prefeitura disse que a ação não foi ilegal, mas a conduta será investigada. Menino negro foi revistado com agentes armados em escola de SC
A mãe de um aluno de 13 anos da rede municipal de Joinville, no Norte de Santa Catarina, registrou um boletim de ocorrência de racismo para denunciar a ação de guardas municipais durante suposta ocorrência envolvendo uso de drogas nas proximidades da escola (assista acima).
Segundo Sulamita Andressa Silva Constancio, o filho é negro e não participava do grupo que estaria consumindo maconha, mesmo assim, os guardas, que portavam armas de grande porte, teriam insistido na abordagem contra ele.
Em nota, a prefeitura escreveu que a ação não foi ilegal, e que “em nenhum momento houve qualquer ameaça aos alunos ou seus responsáveis”, mas disse que a conduta dos agentes será investigada (veja resposta completa abaixo).
“Eles [os agentes] já sabiam que meu filho não estava. Um dos meninos falou na mesma hora: ‘o teu filho não estava””, relata a mãe.
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Segundo a mãe, a abordagem tem a ver com racismo. “Por ele estar vestido da forma que ele estava, com capuz, chinelo e por ser negro, simplesmente olharam pra ele e acharam que estava usando droga”, desabafa a mãe.
“Cutucaram meu filho perguntando se ele tinha droga na mochila e me perguntaram se eu era conivente com o que meu filho fazia”, relata Sulamita.
Mãe denuncia racismo em escola de Joinville
A situação aconteceu na tarde de 30 de junho, mas um vídeo da ocorrência repercutiu na web na quarta-feira (5).
Segundo a Polícia Civil, o caso foi encaminhado à Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCami) de Joinville na quinta-feira (6). Nesta sexta-feira (7), o g1 questionou se um inquérito já havia sido aberto, mas não teve retorno até a última atualização do texto.
Relato
A mãe conta que estava em casa quando, por volta das 14h, recebeu uma ligação da escola informando que havia crianças fumando maconha, incluindo o filho dela. Ela diz que imediatamente foi ao local e, quando chegou, se deparou com dois guardas armados revistando as mochilas.
Sulamita diz que o filho chegou atrasado na aula por causa de uma dor de cabeça, e, como o grupo que supostamente estava usando drogas também entrou depois do horário, o filho foi associado a ele.
Agentes atenderam a denúncia na escola com armamento pesado
Redes sociais/ Reprodução
Mesmo dizendo aos agentes que o filho não fazia parte da turma, ela relata que os guardas continuaram com a abordagem. “Me pediram pra eu abrir o meu olho com ele”, afirma.
O que diz a prefeitura
Na última sexta-feira (30/6), por volta das 13h10, a diretora de uma escola municipal do bairro Jarivatuba recebeu duas denúncias, uma por telefone e outra presencial, de que alunos da unidade teriam sido vistos usando drogas nas proximidades da escola.
Logo após as denúncias, a gestora acionou a Guarda Municipal, que, desde abril deste ano, conta com rondas do Grupamento Escolar. A medida está prevista no Protocolo de Prevenção à Violência Escolar da Rede Municipal de Ensino de Joinville.
Assim que alunos vindos da direção apontada pela pessoa denunciante chegavam à unidade, a diretora os recepcionava, acionava os responsáveis e explicava a situação para os adultos, enquanto esperava a chegada da Guarda Municipal.
Com a presença do responsável legal, a Guarda Municipal solicitou aos estudantes, um a um, que abrissem as mochilas para verificação. O mesmo protocolo foi seguido com todos os estudantes envolvidos na situação. Eles foram liberados com seus responsáveis na medida em que passavam pelo procedimento.
Após o acontecido, a mãe de um dos estudantes solicitou a transferência do filho para outra unidade escolar. O pedido foi prontamente atendido e o aluno agora estuda em outra escola.
Em relação ao uso de armamento por parte da Guarda Municipal, a situação ocorre conforme previsto na Lei Complementar 397/2013. Sempre que acionada, a equipe disponível mais próxima é descolada, considerando a necessidade de prestar atendimento com agilidade e o risco de segurança em deixar o armamento em local inadequado. Em nenhum momento houve qualquer ameaça aos alunos ou seus responsáveis.
A Secretaria de Proteção Civil e Segurança Pública (Seprot) não foi notificada oficialmente pela Polícia Civil sobre a abertura de investigação, mas, diante da denúncia iniciou as apurações do ocorrido por meio da Corregedoria da Guarda Municipal.
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