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SC está sem vacinas que podem prevenir surdez, microcefalia e doenças graves em bebês

A Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina) confirmou nesta quarta-feira (27) que o Estado está sem estoque de três vacinas essenciais do calendário básico de imunização.

Desde setembro, as vacinas contra hepatite A, tríplice viral e varicela estão em falta, com a previsão de reposição somente a partir de janeiro do próximo ano, conforme informado pelo órgão responsável.

SC está sem vacinas que podem prevenir surdez, microcefalia e doenças graves em bebês

Santa Catarina está com estoque zerado de vacinas importantes – Foto: Reprodução/EBC/ND

A chefe da divisão de imunização da DIVE/SC, Chaiane Natividade de Souza Gonçalves, orienta os profissionais de saúde municipais a compilarem uma lista das crianças que aguardam a vacinação. Essa abordagem permitirá uma busca ativa assim que as vacinas estiverem disponíveis.

Mas qual o motivo da falta dos imunizantes?

Em nota, a Dive explicou que o desabastecimento se deve à indisponibilidade dos imunizantes no estoque do Ministério da Saúde, órgão responsável pela compra de doses e distribuição a todos os estados brasileiros.

“Importante ressaltar que a DIVE não realiza compra de doses. A Diretoria é responsável apenas pela distribuição dos imunizantes aos 295 municípios catarinenses. Sendo assim, depende do recebimento dos imunizantes do Ministério da Saúde (MS) para fazer a distribuição às cidades catarinenses”, diz a nota. 

Já o Ministério da Saúde explicou que cada uma das vacinas têm uma causa para a falta. Confira os motivos:

  • A vacina contra hepatite A para crianças teve um atraso na entrega devido a demoras nos processos de obtenção. No entanto, novas doses já chegaram e estão passando por análises para garantir sua liberação.
  • Já a entrega da vacina contra catapora para o Ministério teve atrasos devido a problemas de qualidade na produção internacional. Agora, uma nova remessa foi recebida, e ela estará disponível assim que passar por todos os testes de qualidade aprovados pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde).
  • Segundo a pasta, a vacina tetraviral enfrenta com dificuldades na produção em todo o mundo, não apenas no Brasil. O Ministério da Saúde está enfrentando problemas para conseguir a quantidade necessária para atender toda a demanda do país.

Por isso, segundo o Ministério, estão adotando uma estratégia alternativa: estão oferecendo uma combinação de outras vacinas (tríplice viral e varicela monovalente) como medida temporária. A partir de junho, todas as regiões do país devem utilizar essa estratégia até que a produção normal da vacina tetra viral seja restabelecida.

Importância das vacinas

Segundo o Ministério da Saúde, as vacinas contra hepatite A, tríplice viral e varicela desempenham papel crucial no calendário básico de imunização, prevenindo doenças graves com potenciais complicações ao longo da vida, especialmente para bebês de gestantes não imunizadas.

A tríplice viral, que engloba rubéola, sarampo e caxumba, desempenha um papel significativo na prevenção de condições como microcefalia, surdez, catarata, retardo mental e outras anomalias em recém-nascidos.

Para que serve cada vacina?

Hepatite A: Protege contra a infecção pelo vírus da hepatite A, transmitido principalmente por água ou alimentos contaminados.

Tríplice Viral

  • Sarampo: Infecção altamente contagiosa, especialmente perigosa para crianças, podendo resultar em complicações sérias.
  • Caxumba: Doença viral que afeta glândulas salivares, podendo levar a complicações como inflamação dos testículos ou ovários.
  • Rubéola: Infecção prejudicial a mulheres grávidas, podendo causar defeitos congênitos no feto.

Varicela (Catapora): Previne a infecção pelo vírus varicela-zóster, causador da catapora, caracterizada por erupções cutâneas pruriginosas e febre.

Consequências mais graves:

O Ministério da Saúde destaca que, entre as doenças mencionadas, a rubéola pode gerar complicações mais graves, especialmente se a infecção ocorrer durante os primeiros meses de gestação.

A síndrome da rubéola congênita pode resultar em defeitos congênitos sérios, incluindo problemas cardíacos, surdez, catarata, retardo mental e microcefalia.

É crucial ressaltar que complicações graves também podem ocorrer em outras faixas etárias, como no caso do sarampo, que pode levar a complicações respiratórias e neurológicas severas.

A gravidade dessas complicações varia de pessoa para pessoa, sendo mais intensa em grupos vulneráveis, como crianças muito jovens, idosos ou pessoas com sistemas imunológicos comprometidos.

Cobertura vacinal do calendário básico

Segundo a última atualização da Dive em 2022, a cobertura vacinal para a Hepatite A estava significativamente abaixo da média recomendada de 95%, alcançando apenas 59,12% das crianças.

Quanto à tríplice viral, a cobertura atinge 95% na primeira dose, mas declina para 72% na segunda, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

O painel do Ministério da Saúde não apresenta informações sobre a cobertura vacinal contra varicela. Em resposta a essa lacuna, a Dive esclareceu que terá acesso aos dados a partir do dia 2 de janeiro, quando a pasta retomará suas atividades após o recesso de fim de ano.

Números foram divulgados pela SES e mostram a baixa cobertura vacinal em crianças – Foto: Dive/Divulgação/ND

Quem precisa tomar estas vacinas?

A vacina contra hepatite A é recomendada para todas as pessoas a partir de 12 meses de idade, seguindo um esquema de imunização com duas doses, intervaladas por seis meses. A aplicação padrão da vacina Hepatite A Infantil é aconselhada aos 12 e 18 meses de idade ou o mais cedo possível.

Conforme a Sociedade Brasileira de Imunização, a vacina tríplice viral é indicada para todas as pessoas a partir dos 12 meses de vida, com um esquema de duas doses.

No caso da vacina contra catapora, o esquema pedido pelo PNI (Plano Nacional de Imunização) é a primeira dose aos 15 meses de idade (tríplice viral + varicela monovalente, ou tetra viral, se disponível) e a segunda dose com a varicela monovalente aos quatro anos de idade.

É importante ressaltar que todas essas vacinas estão disponíveis gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) nos postos de saúde em todo o país. Contudo, para quem busca opções particulares, os valores podem variar, sendo aproximadamente R$ 290 para a vacina contra hepatite A, R$ 165 contra o sarampo e R$ 240 para a vacina contra catapora.

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