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Maratonar uma série é comportamento impulsivo? Cientistas explicam

É mais comuns maratonar séries com episódios sequenciais e conectados. Foto: Unsplash

É mais comuns maratonar séries com episódios sequenciais e conectados. Foto: Unsplash Unsplash

Maratonar uma série traz uma sensação de culpa para muitos telespectadores que acreditam estarem diante de um comportamento impulsivo e incontrolável. Entretanto, de acordo com um estudo que será publicado na revista científica The Journal of Experimental Psychology: Applied, na maioria das vezes, maratonar uma série é uma atividade planejada.

“Assistir compulsivamente nem sempre é uma falha de autocontrole; também pode ser uma preferência ponderada e um comportamento planejado”, disse a coautora do estudo Uma Karmarkar, professora assistente de marketing e inovação na UC San Diego’s Rady School of Management e School of Global Policy and Strategy.

O no estudo, realizado pela Rady School of Management e School of Global Policy and Strategy da Universidade da Califórnia em San Diego, em colaboração com a Tepper School of Business da Carnegie Mellon University e a Fox School of Business da Temple University, descobriu que os espectadores preferem assistir a certos tipos de programação em detrimento de outros.

Por exemplo, as pessoas tendem a planejar maratonar séries que são mais sequenciais, com episódios conectados, como “Bridgerton”, “The Handmaid’s Tale” e “Stranger Things”, em detrimento de outras que têm uma narrativa mais abrangente, como “Law and Order: SVU” ou reality shows de competição, como “Chopped”.

Os pesquisadores também descobriram que as pessoas são mais propensas a pagar para assistir a programas consecutivamente e/ou esperar para consumir mais de um episódio por vez, mostrando que a atitude é um comportamento planejado e não impulsivo.

Por outro lado, a pesquisa revelou que não importa o quão viciante seja um programa, os espectadores têm muito menos probabilidade de planejar assistir a vários episódios se o serviço ou canal de streaming apresentar comerciais.

Outro dado interessante é que o gênero do programa não é um bom indicador do desejo de compulsão. As séries documentais, por exemplo, podem ser tão “maratonáveis” quanto as séries ficionais, desde que tenham um enredo consecutivo entre os episódios.

 

Maratona “planejada”

 

Os pesquisadores chegaram a essas conclusões após analisarem vários estudos envolvendo centenas de participantes e realizarem novos experimentos. O primeiro deles mostrou que as pessoas podem e realmente planejam sua compulsão por séries.

Os autores entrevistaram pessoas online, pedindo-lhes que pensassem sobre como planejariam assistir a um programa que gostariam. Os participantes criaram um calendário para os próximos seis dias, o que permitiu aos autores ver se eles pretendiam assistir vários episódios de uma vez ou espalhados. A maioria das pessoas criou planos “aglomerados”, envolvendo vários episódios de uma só vez. Mas eles não empilharam todos os episódios em um dia, oferecendo uma visão diferente da compulsão do que a prevista pela falta de autocontrole.

Outro estudo deu aos participantes uma lista das 100 principais séries de streaming de televisão e pediu a metade deles para classificar os programas como mais ou menos “maratonáveis” e a outra metade para classificar os programas como independentes versus sequenciais. Não surpreendentemente, a combinação desses dados descobriu que os programas classificados como altamente maratonáveis ou compulsivos também foram classificados como mais sequenciais.

Esses resultados também se replicaram em outros tipos de conteúdo, como cursos de educação online. Um experimento separado revelou que as pessoas são mais propensas a planejar uma aula do Coursera se ela for considerada mais sequencial .A pesquisa também demonstra que a forma como os programas são descritos e comercializados pode afetar a forma como o público decide visualizar esses conteúdos.

“Descobrimos que planos maiores de compulsão podem ser desencadeados simplesmente enquadrando o conteúdo como mais sequencial versus independente, o que sugere que as empresas de mídia podem enfatizar estrategicamente a estrutura do conteúdo para influenciar as decisões do consumidor e estilos de visualização de mídia”, disse o primeiro autor do estudo, Joy Lu, assistente professor de marketing na Tepper School of Business da Carnegie Mellon.

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