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‘É o mais ilegal possível’: Brigas e discussões do grupo acusado de manipular jogos no Brasil

Bruno Lopez é acusado de ser o líder da quadrilha na máfia das apostas investigada pelo MP-GO

Bruno Lopez é acusado de ser o líder da quadrilha na máfia das apostas investigada pelo MP-GO Reprodução Instagram

Com promessas de repasse de altos valores a jogadores e lucros ainda maiores, o epicentro das brigas do grupo acusado de manipular jogos no Brasil era o dinheiro. As conversas recuperadas pelo Ministério Público de Goiás revelam também discussões por supostos vazamentos de atletas cooptados, que reduzia os ganhos das quadrilhas. Após denunciar 15 jogadores, empresários e apostadores, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) quer identificar outros integrantes da quadrilha.

Uma das brigas do grupo acusado de manipulação foi por causa de uma imagem de aposta bem sucedida que foi vazada por um integrante. Um contato chamado “Paulinho Rússia” envia uma imagem e diz a Bruno Lopez: “Se explica aí, amigo”, se referindo a uma aposta que foi anulada. O chefe da quadrilha, então, responde, em um áudio, que a aposta entrou em “investigação de fraude” após um print do celular de Bruno Lopez ser publicado no site de estatística SofaScore.

“É… mandei no grupo aí e falei (ininteligível) R$ 500 para voltar R$ 40 mil. Mandei com a cotação. Aí esse idiota pegou e comentou nesse Sofascore. Eu nem sabia que dava pra comentar nisso. Descobri agora que você me mandou essa bomba. Já resolve com o amigo aí como que ele vai ter que fazer. Ele vai ter que pagar do bolso. Eu eu mesmo vou tirar o meu da reta, mano. Todo mundo sabe que, que esse bagui aí é, é o que tá dando dinheiro e é o mais ilegal possível (…) Uma parada dessa daí com os jogador, isso daí você acaba com a carreira de um atleta, parça”, manda Bruno Lopez.

Divisão dos lucros

No grupo denominado “Pagamento Operação”, em que se discutia valores e investimentos a serem feitos, Bruno Lopez, acusado de ser o líder da quadrilha, explica o porquê da demora do repasse do lucro para outros integrantes. Em um áudio enviado no fim do ano passado, Lopez faz as contas de um acerto com jogadores para cobrir um prejuízo de R$ 300 mil, pois o investidor precisa saber que eles precisam do dinheiro “para trabalhar na operação”. Dias depois, William de Oliveira Souza, vulgo Mclaren, pergunta qual a posição de Lopez para começar 2023 “sem stress”. Bruno, então, responde.

“Já começamos a cobrança agora que geral voltou de viagem. Estamos até usando a “desculpa” que não deixa de ser verdade, que precisamos rápido da grana. Se vamos trampar na segunda rodada, ele precisa dos meus jogadores e eu preciso da grana, pra justamente acertar os jogadores. Então fica sussa que já começou a pressão aqui”, escreve Lopez.

Em outra conversa no mesmo grupo, os integrantes discutem o pagamento de 10% para o dono da conta laranja usada para realizar a aposta e o mesmo percentual para um fundo comum do grupo. Mclaren diz que ordenou a pessoa a sacar todo o dinheiro, mas que os 10% já seriam pagos a ela, então não teria que repassar o valor também para o grupo. Bruno Lopez rebate: “Você desconta da sua ai. Não tem que ser de nós”.

“Irmão, agora vamos lá, vamos lá aos pontos. Agora que você viu que a gente quis resolver, que a gente resolveu. Se você soubesse o tamanho da pica que a gente tá, mano, você tem que dar graças a Deus que as contas de vocês caiu dinheiro. Porque irmão, de mais de trinta e cinco contas que a gente fez, não sei por qual motivo, a gente tá brigando com o chat aqui”, completa Bruno Lopez.

‘Nós é tudo maloqueiro’

No final de 2022, antes de criar o grupo “Pagamento Operações”, o apostador Thiago Chambó cobra Bruno Lopez sobre o dinheiro investido. Ele ainda ainda diz que não irá participar do novo grupo: “Quero assunto com ninguém. Só quero meu dinheiro. Tô pedindo demais não”.

“Eu paguei todo mundo na frente, todo mundo recebeu, ficou feliz, da hora, aí o que ficou pra trás eu agora como bola? A responsa não é minha, irmão, a responsa é de vocês aí, entendeu? Quando eu tinha que mandar dinheiro pra vocês ninguém precisava ficar me mandando mensagem não, o dinheiro caiu primeira coisa que eu faço é mandar o dinheiro dos outros, entendeu? Então a parada é o seguinte, eu te mandei o dinheiro na frente, senão era pra você tá na responsa de resolver, de receber esse dinheiro, entendeu? Agora não mudou nada, continua a mesma responsa, só que agora o dinheiro tem que vim pra mim, porque eu adiantei vocês, entendeu”, mandou Chambó a Bruno.

Thiago Chambó ainda cobra que seja repassado a ele o acesso às contas dos laranjas para verificar se o dinheiro foi desviado. “Se o dinheiro não tá na conta, manda o acesso da conta, nós vai entrar, vai ver que o dinheiro não tá. Nós é tudo maloqueiro, cada um sabe a sua função, tem que ficar desenhando agora?”, diz.

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