O aguardado Desfile das Campeãs do Carnaval de Florianópolis foi marcado por protestos e mensagens antirracistas. Após incertezas sobre a realização do evento devido ao desentendimento entre componentes da União da Ilha da Magia e da Coloninha ainda na tarde de segunda-feira, a Liesf (Liga das Escolas de Samba de Florianópolis) bateu o martelo e decidiu manter a programação.
Antes de as escolas entrarem em cena, cerca de 400 crianças de 12 sedes do projeto Bairro Educador sambaram e se divertiram na Nego Quirido. O desfile da Coloninha, terceira colocada e primeira a se apresentar na noite passada, foi um ato de protesto contra uma suposta atitude racista atribuída ao presidente da União da Ilha, Rafael Braz.
Durante o desfile, diretores e alguns componentes, incluindo a Rainha do Carnaval de 2024 e integrante da Coloninha, Camila Moreira, vestiram preto. Os carros alegóricos exibiam faixas pretas, enquanto algumas pessoas seguravam faixas com a mensagem “fogo nos racistas” e balões pretos. Logo atrás da ala dos amigos da Coloninha, uma nova ala composta por membros da comunidade percorreu a avenida. Vestidos de preto e segurando uma faixa, os integrantes fizeram um minuto de silêncio pedindo respeito.
Reunião garante escolas no Desfile das Campeãs
Ainda na tarde de terça-feira, enquanto a União da Ilha da Magia e a Coloninha cogitavam desfalcar o Desfile das Campeãs, a Liesf promoveu uma reunião para discutir as acusações de racismo e esclarecer questões relacionadas à adulteração dos resultados.
“A Liesf apenas coordenou os trabalhos, não possuindo nenhuma responsabilidade quanto à escolha da empresa”, afirmou a Liga, em nota, destacando que não compactua com injustiças, agressões e crimes. “Todos os fatos posteriores à apuração serão analisados nas esferas judiciais.” Declarou ainda que as notas dos jurados e as justificativas serão disponibilizadas até o dia 16 no site da Liesf.
Desentendimento começou após a apuração das notas
protesto da Coloninha na avenida é resultado de um desentendimento entre membros das duas agremiações, que ocorreu logo após a apuração e a divulgação do resultado da vencedora, na tarde de segunda-feira (12).
Segundo uma integrante da Coloninha, durante a confusão, ela se aproximou do presidente da escola campeã, Rafael Braz, e expressou sua indignação pela “falta de respeito” com a agremiação do Continente. Ela alega que, em seguida, foi chamada por termos racistas. A União da Ilha da Magia nega qualquer comentário racista e declara que o presidente da agremiação foi agredido no rosto por “pessoas que não aceitaram o resultado da votação”.
A Coloninha afirma “desconhecer” os episódios de agressão.
Até a última atualização desta matéria, o desfile da União da Ilha da Magia, a campeã, ainda não havia começado.