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Morro dos Cavalos: pai pedala 25 quilômetros para rever mãe e filha recém-nascida

Além das filas quilométricas de carros e caminhões por conta dos bloqueios na BR-101, após deslizamentos no Morro dos Cavalos, a chuva causa uma série de dificuldades aos moradores de Palhoça, um dos municípios que apresenta o maior volume de chuva nos últimos dias. Além da precipitação intensa no fim de semana, na última segunda-feira (15) também choveu praticamente o dia inteiro na cidade.

Marceneiro Willian Silveira Lima encarou 25 quilômetros de bicicleta para reencontrar mulher e filha em meio à interdição da BR-101 no Morro dos Cavalos

Marceneiro Willian Silveira Lima encarou 25 quilômetros de bicicleta para reencontrar mulher e filha – Foto: Leo Munhoz/ND

A prefeitura decretou situação de emergência após constatar os primeiros estragos e a cidade está com aulas suspensas no início desta semana. Além disso, a administração municipal contabilizava, até a última segunda (15), 12 famílias desabrigadas.

Já a pequena Luna Gabrielly, que nasceu no Hospital Regional de São José, nas primeiras horas de sexta-feira (12), ainda não conseguiu ir para casa no bairro Praia do Sonho. Ela até recebeu alta da maternidade com a mãe, a venezuelana Gabriela de los Angeles González Rodriguez, mas não tem como ir de São José para Palhoça.

Pai da criança, o marceneiro Willian Silveira Lima, 24 anos, estava em casa esperando a filha e a mulher quando o caos se instalou na BR-101 e a rodovia foi interditada. Depois de dois dias separado da família, resolveu pegar a moto para ficar perto delas, porém, não foi autorizado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) a passar pela via, que apresenta risco.

Foi então que resolveu sair da Praia do Sonho, em Palhoça, e pedalar 25 quilômetros, mesmo debaixo de chuva. Ele falou à reportagem perto de terminar a viagem, quando parou num posto de gasolina para recarregar o celular.

“Quero ver minha filha. Estava junto no nascimento e ela teve alta, mas não tem como chegar em casa, então, vou alugar um quarto até liberar a estrada”, diz Willian. Embora preocupado, ele não reclamou em nenhum momento da situação. O semblante era até de certa felicidade.

“Quero todo mundo em casa e bem. Nossa casa é nossa segurança”, afirma. Segundo ele, a gestação foi tranquila e a mãe e pequena estão bem.

Interdição no Morro dos Cavalos não foi páreo para Willian

No caminho até o Regional para rever os amores de sua vida, Willian explica que nem sofreu. “Foi tranquilo, só a chuvinha mesmo, mas a motivação é maior. Estou ansioso para chegar”.

Depois que foi impedido de passar de moto, até cogitou pegar um barco que faz o trajeto do bairro dele até o Ribeirão da Ilha, em Florianópolis, mas achou que não compensava, pois teria que fazer um grande deslocamento até o Hospital Regional de São José de qualquer forma.

Preferiu fazer a rota de bicicleta e levou uma hora e meia. Por volta das 18h já estava onde queria: pertinho da família.

Por volta das 18h de segunda-feira, Willian já estava onde queria: ao lado da mulher, Gabriela, e da filha recém-nascida, Luna Gabrielly – Foto: Arquivo pessoal/Divulgação/ND

Além da ansiedade para rever a mulher e a filha, Willian conta que o mais marcante para ele são os bons exemplos de solidariedade que viu no caminho.

“Tem gente distribuindo alimentos, pessoas da comunidade entregando água, frutas. Isso perto do Morro dos Cavalos, entre a praia de Fora e a Enseada de Brito. A Volvo liberou banho para os caminhoneiros, na praia de Fora”, conta Willian, que agora está tranquilo, perto da família, e logo estará em casa.

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