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Restaurante em Chapecó se defende de acusações de pintores e diz que ‘criaram narrativa falsa’

O restaurante onde três pintores afirmaram terem sido barrados no momento em que iriam almoçar por estarem com as roupas sujas de tinta em função do trabalho, no município de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, publicou na internet uma nota de esclarecimento. No texto, o estabelecimento se defendeu das acusações realizadas pelos trabalhadores.

Após a repercussão do caso, o restaurante se manifestou. — Foto: Internet/Reprodução

No texto publicado no perfil no Facebook do restaurante, o estabelecimento afirma que na última quarta-feira, dia 24, dois clientes com as roupas manchadas de tinta estiveram no local e foram orientados a higienizar as mãos ou utilizar luvas disponíveis no bufê para se servirem.

“Eles se ofenderam e disseram que procurariam outro restaurante. No dia seguinte, retornaram acompanhados por um terceiro individuo e gravaram um vídeo. Novamente foram orientados sobre as regras sanitárias, mas criaram uma narrativa falsa nas redes sociais”, explica um trecho do texto.

A nota diz ainda: “Quero deixar claro que meu restaurante atende a todos os trabalhadores seguindo as normas de higiene. Infelizmente, minha empresa foi exposta nas redes sociais, mas estou à disposição para esclarecer qualquer dúvida”, completa.

Ainda segundo o empreendimento, todos são bem-vindos, desde que sigam as normas de higiene. O texto finaliza lamentando a repercussão do caso e reafirma dizendo ter sido vítima de uma “armação para ganhar popularidade nas redes sociais e na imprensa”.

Leia a nota na íntegra abaixo:

No dia 24/05/2023, em meu restaurante, dois clientes com roupas manchadas de tinta foram orientados a higienizar as mãos ou utilizar luvas disponíveis no buffet para servirem. Eles se ofenderam e disseram que procurariam outro restaurante.

No dia seguinte, retornaram acompanhados por um terceiro indivíduo que gravava um vídeo. Novamente foram orientados sobre as regras sanitárias. Mas criaram uma narrativa falsa nas redes sociais.

Quero deixar claro que meu restaurante atende a todos os trabalhadores seguindo as normas de higiene. Infelizmente, minha empresa foi exposta nas redes sociais, mas estou à disposição para esclarecer qualquer dúvida. Continuarei trabalhando com as mesmas orientações sanitárias e atendendo meus clientes. É triste saber que essa situação foi uma armação para ganhar popularidade nas redes sociais e na imprensa.

Posted by Restaurante Alma Gaúcha on Thursday, May 25, 2023

Os pintores

Dionathan Gesuíno, de 33 anos, disse ao ND+, no entanto, que foram impedidos de almoçar por estarem com as roupas sujas de tinta por conta do trabalho. Também contou que a situação havia se repetido no dia anterior com outros dois colegas.

“Meus colegas foram ontem (dia 24) nesse restaurante e me contaram o que havia acontecido. Na hora não acreditei e disse que era errado e que hoje iríamos novamente lá. Quando chegamos nos disseram o mesmo, que sujos de tinta não poderíamos almoçar, exceto se trocássemos de roupa”, conta Dionathan.

O pintor então resolveu filmar a cena e compartilhar em suas redes sociais. O vídeo gerou revolta em muitos internautas e até mesmo comentários repudiando a atitude no perfil do restaurante.

No vídeo é possível ouvir o responsável pelo estabelecimento dizer: “Vai lá na calçada e chama a polícia”, fazendo menção que os homens deveriam ficar do lado de fora do estabelecimento. No entanto, a imagem não mostra o início da conversa.

“Ele [o homem do restaurante] não quis me dizer o nome dele e nem a função, então comecei a gravar. Faz 17 anos que trabalho em construção civil e isso nunca aconteceu. Ficamos muito tristes porque as pessoas sempre nos tratam bem. Somos trabalhadores como qualquer outro, independente da classe social, cor, ou roupa que estejamos usando”, afirma.

Dionathan filmou o momento em que foram barrados no restaurante. – Vídeo: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

O que diz a Lei?

O advogado Eduardo Lucas da Silva, especialista em Direito do Consumidor, explica que pelo Código De Defesa do Consumidor, mais precisamente em seu artigo 39, é vedado ao fornecedor de serviços, como nos restaurantes, impedir ou recusar a venda, ou a prestação de serviços aos consumidores.

“Obviamente existem casos em que determinado cliente possa estar apresentando comportamento inadequado, ou alguma outra situação que afete a convivência com os demais consumidores, que podem justificar a recusa do fornecedor em prestar seus serviços, principalmente em estabelecimentos comerciais”, comenta o advogado.

O especialista cita, por exemplo, determinado cliente que esteja promovendo confusão ou algazarras em um estabelecimento. Segundo ele, nesses caso, o ideal é que o comportamento do local seja feito procedendo da maneira correta junto às autoridades competentes para tratar da situação.

“Pelo que se pôde analisar no vídeo em questão, o comportamento dos trabalhadores não apresenta nenhuma justificativa para eventual recusa do estabelecimento em atendê-los. Justificar o não atendimento de um consumidor apenas com base em características físicas ou pessoais é plenamente vedado pela nossa legislação e é situação passível, em muitos casos, de indenização por danos morais para com os consumidores afetados”, acrescenta.

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