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PMs erraram ao não fazer bafômetro em motorista de Porsche, diz sindicância

Porsche azul ficou com dianteira destruída após colisão com Sandero na avenida Salim Maluf, em São Paulo

Porsche azul ficou com dianteira destruída após colisão com Sandero na avenida Salim Maluf, em São Paulo – Divulgação

Secretaria de Segurança Pública diz que foi aberto um procedimento para a responsabilização dos policiais
A Polícia Militar errou na condução do acidente do motorista do Porsche Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, que colidiu no Renault Sandero do motorista de aplicativo, Ornaldo da Silva Viana, 52, aponta sindicância da própria corporação.
Nesta terça-feira (23), a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que uma investigação concluiu que “houve falha de procedimento dos policiais que atenderam a ocorrência” por não terem submetido o motorista do Porsche, Fernando Sastre de Andrade Filho, ao teste do bafômetro.
“Foi aberto um procedimento para a responsabilização dos policiais”, diz a pasta. Os laudos da perícia e as imagens das câmeras corporais foram entregues à Polícia Civil. Na semana semana, a polícia entrou com pedido na Justiça para que PM entregasse o material.
Também nesta terça, o Ministério Público de São Paulo informou que o laudo da perícia apontou que o Porsche estava a 156 km/h momentos antes do acidente —a via na qual aconteceu o acidente tem velocidade máxima de 50 km/h. Já o Renault Sandero que foi atingido estava a 40km/h.
Na manhã desta quinta-feira, será realizada uma reconstituição 3D para auxiliar no trabalho de investigação, que está na fase final. O caso está sob segredo de Justiça.
RELEMBRE O CASO
Fernando perdeu o controle do Porsche e colidiu na traseira de um Renault Sandero, de acordo com policiais militares que atenderam a ocorrência. Atingido, Ornaldo foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde morreu.
Fernando foi indiciado criminalmente por homicídio doloso, lesão corporal e fuga de local de acidente. O dono do Porsche se apresentou na delegacia na tarde de segunda, mais de 30 horas após a colisão.
O Ministério Público afirma que Daniela Cristina de Medeiros Andrade, mãe do empresário que causou o acidente, tentou atrapalhar as investigações.
De acordo com a Polícia Civil, o condutor do Porsche foi levado do local do acidente no carro da mãe sob a alegação de que seria atendido no hospital São Luiz. Com isso, os policiais militares que atenderam a ocorrência não aplicaram o teste do bafômetro.
A conduta da mãe do dono do Porsche também foi levada em consideração para o pedido de prisão, segundo o delegado que cuida do caso.
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou a PM que está apurando se houve erro por parte dos policiais militares ao permitir que ele fosse socorrido pela mãe. A Polícia Civil entrou na Justiça para que os agentes entregassem as imagens das câmeras corporais que usavam no momento da ocorrência.
Testemunhas do caso foram ouvidas, como a namorada de Fernando, o amigo que estava com ele no carro e a namorada do amigo que estava com ele na noite que antecedeu o acidente. Enquanto a namorada de Fernando nega que ele tenha bebido, os amigos afirmam que todos beberam horas antes do acidente.
A batida aconteceu na madrugada do último dia 31 em uma via da zona leste de São Paulo. O Porsche de Fernando bateu no carro do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, que morreu.
Também foram ouvidas pessoas que estavam próximas ao local e viram o acidente. Elas disseram à polícia que Fernando estava com semblante embriagado, com olhos vermelhos, que cambaleava e que ele vomitou após o acidente.
Agora, a polícia analisa imagens dos estabelecimentos que Fernando esteve antes do acidente para verificar se o jovem ingeriu bebida alcóolica na noite do acidente. A expectativa é que a perícia seja entregue até o fim desta semana.
A Folha teve acesso ao inquérito com informações sobre onde Fernando e amigos estiveram antes do acidente —eles foram jantar e depois seguiram para uma casa de pôquer.
Em um dos estabelecimentos, eles consumiram oito drinques chamado Jack Pork —feito com uísque, licor, angostura e xarope de limão siciliano—, além de uma capirinha de vodca.
Também foram consumidos água, um torresmo, um bolinho de costela, um hambúrguer e outros dois salgados. O total gasto foi de R$ 620. No inquérito é dito que ainda não é possível confirmar se há imagens de Fernando ingerindo bebida alcoólica, mas que existe essa possibilidade.
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