Nossa Santa Rita de Sampa entrou na minha vida, de adolescente carioca, quando eu tinha uns 13 anos e a partir daí nunca mais saiu. O álbum “Fruto proibido” cantava a vida que eu queria ter. Ah, como eu queria ter sido a rebelde da família. Até hoje tenho essa preciosidade com a capa consumida por tanto tempo de uso. Mas eu queria ter sido muitas outras Ritas; a roqueira, a apaixonada, a mulher que transa e goza livremente.
Rita me libertou de tantas amarras. E aí é que ela se torna minha referência. Rita nunca deixou passar nenhum assunto canuloso. Deu cara e canto.
Como jornalista, estivemos juntas inúmeras vezes . Eu tremendo (sempre) e ela entregando. Sabia que eu era fã e feliz ao lado dela.
Um dia me deu um cachorrinho minúsculo, um York que apelidei de Mick (Jagger, claro). Teve rápida passagem pela minha vida. Morreu logo. Nunca tive coragem de contar pra ela.
Rita Lee: relembre grandes momentos da rainha do rock nacional
Rita foi um abraço bem dado que a vida me deu.
Numa época, passava as tardes pela TV que eu trabalhava só pra falar besteiras. E verdades!
Aliás, quantas verdades aprendi com você. As últimas sobre velhice. Ando pensando.
Me chamou pra fazer uma tatuagem de estrela que ela queria muito. Eu, longe de ser Rita, amarelei na hora.
Rita, desculpa aí, mana. Agora vou fazer essa estrela. Porque agora ela se chamará Rita. Pra sempre. Eternamente.
PS: As TVs fizeram obituários lindos! Não fique chateada!