O World Surf League (WSL) Challenger Series 2023 começou com vitória brasileira, do surfista de São Paulo, Samuel Pupo no Boost Mobile Gold Coast nas ondas de Snapper Rocks, na Austrália.
Samuca saiu do Championship Tour (CT) no corte da elite do meio da temporada, mas já largou na frente para recuperar sua vaga pelo ranking que classifica dez surfistas para completar o grupo dos top-34 em 2024.
Surfista brasileiro Samuel Pupo foi o campeão do Boost Mobile Gold Coast Pro que rolou na Gold Coast, nas ondas de Snapper Rocks – Photo by Andrew Shield/World Surf League
A final foi contra o havaiano Imaikalani Devault e a australiana India Robinson ganhou a outra decisão com a norte-americana Sawyer Lindblad.
A segunda etapa do WSL Challenger Series já começa na próxima quarta-feira (17), também na Austrália, agora em Sidney.
“Foi um começo de ano difícil para mim, mas é muito bom vencer. Eu consegui um bom resultado no CT e só precisava de mais um para me manter na elite, mas não consegui. Mas Deus é quem sabe os planos para cada um e eu só tentei redefinir meus pensamentos vindo para a Gold Coast. Vencer aqui é mais um sonho realizado. Obrigado a todos que estão sempre me apoiando e tem muitas coisas boas acontecendo, fora o de ter saído do CT. Duas semanas atrás, eu passei por um momento muito difícil e agora estou ganhando um campeonato. Estou muito feliz e já ansioso para fazer o meu melhor em Sidney” – disse o campeão Samuel Pupo.
Samuel Pupo não deu qualquer chance para Imaikalani Devault na grande final em Snapper Rocks – Foto: World Surf League/ND
A campanha do título nas direitas de Snapper Rocks, começou com Samuel Pupo despachando o francês Jorgann Couzinet por uma larga vantagem de 14,86 a 7,70 pontos.
O potiguar Jadson André tinha acabado de ser eliminado por Jett Schilling e Michael Rodrigues também perdeu nas quartas de final para outro norte-americano, Crosby Colapinto. Esse foi o adversário que deu mais trabalho para Samuca, mas derrotou Crosby nas semifinais, por 14,57 a 13,34 pontos.
Jadson André inicia a busca por vaga no CT 2024 em quinto lugar no ranking – Foto: World Surf League/ND
Na decisão do título, ele seguiu fazendo grandes arcos e atacando as direitas perfeitas de Snapper Rocks com batidas e rasgadas muito fortes usando a borda da prancha, além de usar os aéreos para não dar qualquer chance para Imaikalani Devault.
Samuel começou bem com 6,33, depois pegou uma onda muito boa para fazer duas manobras de frontside levantando grandes leques de água, finalizando com um aéreo full-rotation incrível. Essa onda ganhou nota 7,67 e na seguinte conseguiu 7,43 para vencer por 15,10 a 7,33 pontos.
Com a vitória no Boost Mobile Gold Coast Pro, Samuel Pupo largou na frente na disputa pelas dez vagas do Challenger Series, que vão completar a elite da World Surf League em 2024.
Os outros dois brasileiros que competiram no sábado (13), também saíram do CT no corte do meio da temporada. Eles igualmente iniciam a busca para retornar ao grupo dos melhores do mundo, entre os 10 indicados pelo ranking de acesso.
Michael Rodrigues e Jadson André dividem o quinto lugar com o australiano Jacob Willcox e o francês Jorgann Couzinet.
No ranking feminino do Challenger Series, que classifica cinco surfistas, Luana Silva é a brasileira mais bem colocada nesta abertura da divisão de acesso. Ela também perdeu nas quartas de final que fecharam a sexta-feira e começa em quinto lugar, empatada com a francesa Vahine Fierro, a sul-africana Sarah Baum e a australiana Nyxie Ryan. Luana foi barrada pela norte-americana Sawyer Lindblad, que decidiu o título no sábado (13).
India Robinson conquistou sua primeira vitória no WSL Challenger Series ( – Foto: World Surf League/ND
Na categoria feminina, a nova geração triunfou sobre as surfistas bem mais experientes e até favoritas para fazer a final. A primeira surpresa foi a vitória de India Robinson sobre a octacampeã mundial Stephanie Gilmore. E na segunda semifinal, a jovem californiana Sawyer Lindblad também derrotou outra veterana, Sally Fitzgibbons.
Na grande final, India Robinson liderou a bateria desde a nota 6,67 da primeira onda. A australiana sacramentou a vitória na última onda, com uma série de manobras que valeram nota 7,50, para totalizar 14,17 pontos contra 10,17 de Sawyer Lindblad.
“Isso é surreal, foi uma semana incrível e nem consigo acreditar que venci o campeonato. Eu já fiquei em segundo lugar em um Challenger Series anos atrás (na etapa da França em 2021), então sabia que poderia chegar na final aqui, mas conseguir a vitória é incrível. Depois que eu saí do CT no ano passado, decidi não competir no Challenger para cuidar da minha saúde. Eu passei muito tempo surfando aqui em Snapper Rocks durante a minha recuperação e hoje acho que valeu a pena. Só tenho que agradecer a minha equipe de apoio, pois não estaria aqui hoje se não fossem eles” – confirmou India Robinson.
