A Justiça da Argentina absolveu na 2ª feira (5.jun.2023) a vice-presidente do país, Cristina Kirchner, de uma acusação de lavagem de dinheiro. O juiz Sebastián Casanello citou a ausência de pedidos acusatórios por parte de promotores. As informações são do jornal Clarín.
Kirchner foi acusada de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro cuja ação ficou conhecida como “a rota do dinheiro K”. A investigação, aberta há mais de uma década, tem como foco principal o empresário Lázaro Báez, condenado a 10 anos de prisão.
Na decisão, Casanello disse acatar pedido do procurador Guillermo Marijuan, que foi validado por 2 órgãos do governo, a Administração Federal de Receitas Públicas e a Unidade de Informação Financeira.
“Diante do pedido do acusador e titular da ação penal de arquivamento –acompanhado do restante dos órgãos estatais–, a tarefa do juiz se limita a examinar os requisitos razoabilidade e legalidade da petição”, declarou.
O procurador sustentou que não havia elementos “para determinar e estabelecer a possível coautoria [de Cristina Kirchner] ou sua participação nessa específica manobra de lavagem de dinheiro” liderada por Baez.
Apesar dessa absolvição, Cristina Kirchner continuará a ser investigada por lavagem de dinheiro em outro processo vinculado à “rota do dinheiro K”.
Em dezembro, a vice-presidente argentina foi condenada a 6 anos de prisão pelo Tribunal Federal do país. Kirchner também perdeu o direito de exercer cargos públicos. Ainda cabe recurso da decisão e a política não será presa por ter foro privilegiado.
Nesse processo, Cristina e seu marido, Néstor Kirchner –que morreu em 2010–, foram acusados de corrupção por supostamente favorecer Baez em obras públicas na província de Santa Cruz durante os 3 primeiros mandatos dos Kirchners (2003–2015).
Baez venceu 80% das licitações na região. Ele teria recebido irregularmente 51 licitações que somam 46 bilhões de pesos (equivalente a R$ 940 milhões na cotação de6 de junho de 2023).
Mesmo com a absolvição, Kirchner já disse que não vai concorrer nas eleições presidenciais de 2024.
