• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

    Social - Repositório

Dia das mães: frases que com certeza você já ouviu ou já disse


Data é comemorada neste domingo (14). G1 conversou com mães de diferentes idades sobre falas maternas repetidas de geração em geração. Raquel Spínola, servidora pública do DF, com a filha Beatriz, de 16 anos
Arquivo pessoal
Quem nunca ouviu dizer que “toda mãe é igual e só muda o endereço”? Não há como negar que a maternidade é uma experiência transformadora na vida das mulheres, mas será que a mudança é capaz de deixar todas as mães tão parecidas assim?
Aos 38 anos, como filha e mãe de quatro filhos lindos – porque toda mãe acha os seus filhos lindos – posso afirmar, com conhecimento de causa, que a maternidade vem acompanhada de muitos sentimentos, cuidados, preocupações e lições de moral comuns a todas, ou talvez quase todas, as mães.
Um exemplo disso são algumas frases que todo mundo já escutou da própria mãe quando era criança ou adolescente e até já disse para os filhos:
🤨”Você não é todo mundo!”
🤗”Leva um casaquinho.”
😤”Se eu for aí e achar, vou esfregar na sua cara!”
😒”O dia que eu morrer vocês vão me dar valor!”
O g1 conversou com mães de quatro gerações diferentes para descobrir o que elas tem em comum;
‘Você não é todo mundo’
Raquel Spínola com as filhas Beatriz, de 16 anos, e Amélia, de 1 ano e meio
Arquivo pessoal
A servidora pública, Raquel Spinola, de 38 anos, é mãe de Beatriz, de 16 anos, e da Amélia, de 1 ano e meio. Ela confessa que ouviu algumas dessas frases de sua mãe, e que hoje repete com a filha mais velha.
“Você não é todo mundo é frase padrão aqui em casa. Eu replico com minha filha o tempo todo. Sempre que ela me vem com um ‘ah… mas todo mundo’ eu já nem escuto o resto. É automático já vir um ‘você não é todo mundo’”, conta.
No entanto, a maquiadora Caroline Dias, de 29 anos, que é mãe de Benjamim, de 5 anos, diz que tenta usar a frase de um jeito diferente. “Eu falo, mas não é daquela forma que minha mãe falava. Quando meu filho vem falar comigo tipo ‘ah… mas fulano tem isso, fulano tem aquilo’, eu sempre tento conversar. ‘Olha filho, você é único. Você não é igual essa pessoa. Ela tem a forma dela, tem a vida dela, e você tem a sua. As suas coisas combinam com você, e as coisas do fulaninho combinam com ele’”, explica Caroline.
É fato que os tempos são outros e que a maneira de educar também mudou com o passar dos anos. Mas a professora aposentada Lúcia Regina Carvalho, de 72 anos, que é mãe de Pedro, de 48 anos, e Emília, de 45, conta que falava para os filhos as mesmas frases que ouviu da própria mãe – e que hoje vê sua filha repetindo as mesmas falas, com as netas adolescentes.
“Eu acho muito engraçado. Mas eu creio que, de geração em geração, o cuidado das mães é demonstrado através dessas frases, desses pequenos detalhes. Estamos visando o bem estar de quem nós gostamos, de quem amamos”, diz Lúcia.
A engenheira civil Raquel Ferreira Kischlat, de 51 anos, que é mãe de Isabela, de 19 anos, de Felipe, de 17 anos, e de Júlia, de 11 anos, sente que atualmente as mães têm menos propriedade ou coragem para dizer não aos filhos. “Nossas mães tinham mais propriedade, mais garra, e não eram tão influenciadas pelo medo, como hoje muitas mães são”, afirma.
“Uma coisa que eu vejo diferente de antigamente pra hoje, é que a mãe falava essas coisas, e a gente ia fazer. Ia reclamando baixinho, fazia cara feia e tal, mas obedecia. Hoje, a gente às vezes não tem nem resposta. Quando tem é uma reclamação, e eles nem vão”, diz Raquel.
‘Leva um casaquinho’
Quando eu era só filha, ficava até irritada toda vez que estava me achando linda para sair e minha mãe vinha falando para levar um casaco. No entanto, hoje, com uma filha de quase 15 anos, me pego falando a mesma frase quando a vejo saindo, de noite, com um vestidinho de alcinha, que eu tenho certeza que não vai ser suficiente no frio do cinema.
E se ela me responde: “Ah mãe, mas não tenho nenhum casaco que combina com a minha roupa”, eu pego um meu e mando ela levar, para não correr o risco. Em minha defesa, quando eu vou buscar minha filha, ela está usando o meu casaco, que eu mandei levar, quase todas as vezes.
Raquel Spínola justifica dizendo que o clima de Brasília é instável, então pedir para levar um casaquinho é compreensível.
“Isso minha mãe falava pra mim. Minha vó até hoje fala. Minha mãe fala pra minha filha. Eu falo pra Beatriz. Isso aí não tem como escapar. A menina vai sair, eu já ‘uai… não vai levar um casaco?’, ou então ‘pega uma jaqueta aí’, algo desse tipo”, conta a servidora pública.
Na casa da Caroline não é diferente. Como o Benjamim ainda não sai sozinho, ela mesma leva o casaco do filho. “E ele saindo sem ser comigo, eu sempre falo pra levar. Ele sempre tá com um casaquinho, independentemente do tempo”, confirma a mãe.
Caroline Dias, maquiadora de 29 anos, com o filho Benjamim
Arquivo pessoal
Com Raquel Kischlat, os casacos dos filhos já ficam no carro da família. “‘Leva um casaquinho’, vira e mexe eu falo com meus filhos. Mas a gente andava muito de ônibus, e tinha preguiça de levar, pra não ter que ficar carregando. Hoje a gente faz assim, leva e deixa no carro, que se precisar, já tá ali sempre”, conta a mãe de Isabela, Felipe e Júlia.
‘Se eu for aí e achar, eu vou esfregar na sua cara’
Será que os filhos procuram alguma coisa quando as mães estão por perto? Porque na minha casa ninguém nunca sabe onde está nada.
E mesmo que eu fale exatamente aonde está o item procurado, meus filhos não encontram. Então a famosa pérola materna: “se eu for aí e achar, vou esfregar na sua cara” já foi dita muitas vezes.
Raquel Kischlat conta que já desistiu de falar essa frase para os filhos. “Na verdade, lá em casa eles nem vão procurar. E quando vão demoram tanto que eu já tô lá pegando. Porque, se eu for esperar, ficar chamando, vai demorar demais. E quando eles procuram, eles não acham. Lá em casa, essa frase eu uso com menos intensidade”, diz.
Raquel Kischlat com os filhos, Isabela, de 19 anos, Felipe, de 17 anos, e Júlia, de 11 anos
Arquivo pessoal
Já na casa de Raquel Spínola, a frase é usado – e a promessa é cumprida. “Minha mãe falava isso pra mim, e vez ou outra, ela realmente esfregava na minha cara. Eu falo pra Beatriz, com certeza, e esfrego na cara dela se eu encontro. Pego a blusa e esfrego literalmente”, conta rindo.
‘Quando eu morrer, vocês vão me dar valor’
Quando a mãe não se sente ouvida ou valorizada, é que sai a famosa e exagerada frase: “Quando eu morrer, vocês vão me dar valor”. Eu já falei essa algumas vezes, até em tom de brincadeira, mas com o coração seriamente apertado.
A mãe, cheia de preocupação e querendo mostrar o melhor caminho, muitas vezes não é ouvida pelos filhos, e se lembra que quando foi filha, também teve seus momentos de não fazer exatamente como a própria mãe disse.
No entanto, algumas lições da vida são aprendidas apenas vivendo, e por mais que eu queria proteger meus filhos de tudo de ruim que possa acontecer a eles, eu não tenho esse poder. Haverá momentos em que eles aprenderão com as próprias feridas, assim como foi comigo e com a maioria de nós.
Raquel Spínola conta que não fala sobre morte, mas usa o conceito da frase de outra forma.
“Eu não falo sobre morrer, mas acho que uso o mesmo raciocínio quando digo pra minha filha ‘quando você morar sozinha, você vai ver como é’. Porque é assim que me parece. Tem muitas coisas que quando estamos na casa da nossa mãe, com tudo ali, a gente não dá valor. Mas o dia que tem que se virar sozinha, lembra como era bom”, diz a mãe de Beatriz.
Toda mãe é igual?
Lúcia Regina Carvalho, professora aposentada, de 72 anos, com os filhos Pedro, de 48 anos, e Emília, de 45 anos
Arquivo pessoal
Igual em tudo, talvez não. Mas existe algo que todas as mãe, independentemente de idade, religião ou nacionalidade querem: criar os filhos da melhor maneira possível e vê-los felizes e realizados na vida.
As frases manjadas, broncas chorosas, cuidados excessivos e até presenças inoportunas acontecem. Talvez estejamos todas fadadas ao clichê da maternidade, mas com boas intensões.
Para Lúcia, que é mãe e vovó, as frases de mãe são como um guia. “A gente fala ‘não dorme de cabelo molhado’, ‘não anda descalço’, ‘experimenta essa comida. Pode ser feia mas é nutritiva’. A criança torce o nariz, não quer comer, não quer nem experimentar. Mas o mais importante que eu aprendi com a minha mãe, e com tudo o que ela falava, foi essa preocupação com os outros. E eu passei isso pros meus filhos, e vejo eles passando isso a diante, pros filhos deles”.
“Acho que essas frases são uma espécie assim de guia, pra que nós sejamos pessoas que respeitam regras, sejamos responsáveis, preocupados com o bem estar dos outros. As frases das mães nos levam a querer viver de uma forma mais íntegra, da melhor forma possível”, diz Lúcia Regina.
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *