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Cine-Theatro Central completa 95 anos

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Com 95 anos, o Cine-Theatro Central segue de braços abertos recebendo o público para as várias atividades produzidas pela equipe por trás do equipamento, que caminha para o seu centenário, mantendo as características dos anos de ouro da Manchester Mineira ao mesmo tempo que amplia o seu acesso (Foto: Felipe Couri)

Um dos prédios mais importantes de Juiz de Fora, o Cine-Theatro Central completa, neste sábado (30), 95 anos de sua inauguração. São, também completos neste ano, 30 anos de tombamento do prédio pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e de sua incorporação pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O espaço, que é testemunha dos processos da Juiz de Fora moderna, foi palco de uma série de eventos fundamentais ainda hoje quando se pensa na diversidade e representação artística da cidade e da região. E segue de braços abertos recebendo o público para as várias atividades produzidas pela equipe por trás do equipamento que caminha para o seu centenário, mantendo as características dos anos de ouro da Manchester Mineira ao mesmo tempo que amplia o seu acesso.

O Cine-Theatro Central, nos últimos anos, passou por uma série de adversidades que manteve o público distante do espaço. Além da pandemia, teve o tempo em que ficou fechado para as obras necessárias para obter o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Mas isso, de fato, ficou no passado. Desde essa conquista a partir das adequações, há cerca de dois anos, o lugar recebe o público em todos os seus espaços. De acordo com Luiz Cláudio Ribeiro, o Cacáudio, diretor do equipamento da UFJF, a média é de um evento a cada três dias, isso sem contar as visitas guiadas que acontecem de terça a sábado, de forma gratuita. O Cine-Theatro sediou 139 eventos no último ano e recebeu mais de duas mil pessoas, principalmente nessas visitas, sem contar o público dos eventos

Comemorações dos 95 anos

Para celebrar esses 95 anos, uma série de eventos estão sendo pensados para serem executados durante este ano. A abertura das comemorações já foi dada no último sábado (23), quando foi inaugurada a Galeria Angelo Bigi. “O ponto alto das celebrações desse aniversário”, comenta Cacáudio. A galeria foi aberta no lugar onde, antigamente, dos anos 1970 ao começo dos 1990, era o Cine-Festival, que exibia as produções consideradas “menos populares” e “mais cults”, ou, então, os “filmes de autor”. “Tinha essa intimidade com a arte na sua expressão mais nobre. Esse seria o espaço mais apropriado aqui dentro para receber a galeria.”A sala foi toda adequada para receber a galeria com obras do pintor ítalo-brasileiro responsável pelas pinturas do interior do Cine-Theatro Central.

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Essas telas foram doadas à UFJF pelo arquiteto Antônio Carlos Duarte, que colecionou diversas obras do artistas durante vários anos, a partir de pesquisa e busca intensas. Ele doou para a universidade para que ela fosse exibida ao público em geral. “Ele fez isso para a coletividade de Juiz de Fora, para o público em geral ter acesso aos quadros”. Foram 38 obras doadas e, na Galeria Angelo Bigi, que é permanente, estão em exposição 30 telas. Cacáudio conta que a ideia é que todas entrem no espaço, sendo substituídas aos poucos. Quem faz a manutenção e a conservação é a equipe do Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm).

“A grande obra de Angelo Bigi é, realmente, isso aqui: o Cine-Theatro Central. Mas, quando você analisa as telas, percebe algumas coisas em comum”, pontua Cacáudio. As obras apresentam um panorama sutil sobre as mudanças do tempo nas regiões: a partir de imagens rurais e litorais, com a região de Juiz de Fora e o Rio de Janeiro em destaque. Além disso, há ainda sua incursão pela natureza morta e pelo retrato, principalmente com o rosto de Dom Quixote.

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(Foto: Felipe Couri)

Visita guiada experimental pelo Cine-Theatro Central

Outra novidade são as visitas guiadas experimentais. Visitar o espaço acompanhado de bolsistas do Cine-Theatro Central é atividade que já acontece há um bom tempo. No entanto, essa nova proposta é diferente. “A ideia é que as pessoas se permitam manifestar as sensações que o teatro provoca nelas. Experimentar outras possibilidades do teatro, com um novo olhar, de uma nova forma”, explica Cacáudio. O diretor adianta que as informações com as datas vão ser lançadas na próxima semana, nas redes sociais do equipamento. A visita guiada tradicional continua.

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Um festival do Palco Central

O Palco Central é um outro projeto que proporciona estar no espaço e olhar para aquela estrutura de uma outra forma. Nele, os artistas se apresentam no palco, mesmo lugar em que o público acompanha o show, tendo como vista o teatro como um todo, ao fundo. “No Palco Central, o público tem experiência diferente do teatro, a partir do ponto de vista que, normalmente, os artistas que têm. E essa proximidade, intimidade maior com os artistas, que são, principalmente, locais”. Esses artistas foram selecionados, no último ano, a partir de um edital. Alguns, ganharam recursos para a apresentação. “A gente entende que, para muitos artistas, se apresentar no palco do Cine-Theatro Central já é um prêmio. É um cartão de visitas.”

Cacáudio ainda conta que há uma preocupação com a diversidade dos artistas que se apresentam no espaço. “E a gente abriu para uma diversidade imensa de artistas, que já conhecidos da cidade e iniciantes. Essa diversidade da ocupação dos artistas e do público que vem aqui. Foi a primeira vez de varias pessoas no Central. Diversidade do público, de gênero, de manifestação artística. Foi um espaço democrático. A gente tenta democratizar a ocupação e aproximar o teatro da população”. O edital para apresentações deste ano ainda vai ser aberto, com a possibilidade de contemplar ainda mais artistas.

O diretor do Cine-Theatro Central conta que a ideia em comemoração aos 95 anos é realizar um Festival Palco Central. A proposta é que alguns dos artistas que participaram do Palco Central se apresentem na escadaria do patrimônio, em uma tarde, para que ainda mais pessoas tenham acesso às produções. Essa novidade também ainda vai ser lançada durante este ano.

Relação em imagem

Também neste ano, Cacáudio antecipa que vai acontecer um concurso de foto e imagens que liguem as pessoas ao Central, com premiação. A ideia é que o público ou artistas submetam ao edital essas produções visuais. Algumas vão ser premiadas e ainda expostas no teatro. As informações também vão ser divulgadas em breve. “São formas de a gente tentar que a pessoa se deixe tocar pelo teatro e expresse esses sentimentos, como a visita experimental, o concurso de foto e imagem é outro. O Central existe para isso: para gerar a emoção em todos nós.”

Noite de gala

No dia 6 de abril, um sábado, acontece a Noite de Gala em celebração aos 95 anos do Cine-Theatro Central, com show de João Cavalcanti, que apresenta o álbum “Ivone rara”. “Quando a gente fez os 90 anos, em 2019, foi o show da Orquestra Ouro Preto, com o ‘Valencianas’. O teatro é reconhecido como esse espaço mais erudito, geralmente. Só que a gente tenta fazer o contrário: mostrar que o teatro é do público. A gente populariza o teatro e as coisas que são apresentadas aqui. Eu tento, nessas datas, ter uma programação que contemple simultaneamente o aspecto mais erudito com o mais popular. Os 90 teve a orquestra tocando Alceu Valença. Com ‘Ivone rara’, tem o repertório de sambas dela, mas com arranjos com formação musical incomum para samba, que é piano, violino, violoncelo, acordeom. Mas o samba é o samba: o que manda ali é o samba. Essa mescla de coisas que a gente busca trazer nessas datas”, justifica.

Serviço

Os ingressos vão ser distribuídos gratuitamente a partir da próxima semana, e as informações também vão estar nas redes do Central. As visitas guiadas acontecem gratuitamente, de terça a sexta, das 9h às 12h, e das 14h às 17h, e nos sábados das 9h às 12h. Nesses mesmos horários e dias, a Galeria Angelo Bigi pode ser visitada. Os agendamentos (que não são obrigatórios) podem ser feitos através do e-mail [email protected] ou pelo telefone (32) 2102-6330.

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